ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Jorge Claudio Ribeiro: Sempre li muito. Nas férias, meu avô me olhava a dar risada sozinho, imerso num livro, e profetizou: “Esse menino vai ser escritor”. Mais tarde, durante minha estada de sete anos no seminário jesuíta, escrevi centenas de cartas e poemas dirigidos a minha mãe, a amigos e (sobretudo) amigas. Após deixar o seminário, em 1976, como uma retomada do período anterior, estreei com “A Véspera do Milagre” (Ed. Loyola), reunindo 16 contos de fundo bíblico, mas com uma pegada antropológica. Desde então vieram mais nove livros, acadêmicos e literários. Mais adiante, trabalhei na Editora FTD e fundei a Olho d’Água.
Conexão Literatura: Você é autor do livro "O assassinato do jornalista suicida". Poderia comentar?
Jorge Claudio Ribeiro: em 1994, defendi meu doutorado em Antropologia pela PUC-SP intitulado “Sempre Alerta – condições e contradições do trabalho jornalístico”, meu “Opus Magnum”. O trabalho – que chamei de “repor-tese” (uma reportagem que virou tese, e vice-versa) virou livro e teve muito boa receptividade: a primeira edição se esgotou em um mês. Desde então senti que essa “laranja” poderia ser espremida mais um pouco, já que eu tinha reunido mais material do que o apresentado na tese. Eu tinha feito entrevistas e escrito valioso diário relatando detalhes do trabalho nas redações da Folha e do Estadão. Dar um formato de ficção foi a melhor forma que encontrei de esgotar o suco da outra metade da laranja.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Jorge Claudio Ribeiro: Então... a pesquisa para a tese de doutorado levou nove anos e, quando decidi fazer o romance, a coleta já estava pronta. Senti que estava pronto para esse desafio quando, ao longo de minhas caminhadas diárias até a Olho d’Água, vinham-me à mente diálogos, personagens. “Preciso redigir isso”, eu me dizia. E assim, fiz. A escrita da primeira versão do livro, propriamente dito, durou oito meses. Daí veio mais um ano de revisões, acréscimos, envio para várias editoras, participação de concursos.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Jorge Claudio Ribeiro: Sem dar spoiler, houve várias cenas. Quando o personagem Loro espia por dentro do vestido de Halina, a viúva do jornalista suicida, e se encanta com o panorama que ela discretamente lhe exibe. O cumprimento trocado entre Loro e o Velho, dono do jornal O Liberal, e que deixou o redator profundamente emocionado. O registro indignado, em seu diário, das duas demissões que Loro sofreu nos jornais. A última página/capítulo, em que...
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Jorge Claudio Ribeiro: O leitor pode adquirir de três formas. Buscar nos sites da Submarino, Magalu, Lojas Americanas, Carrefour, Mercado livre, Google Books. Na Amazon:
1- Livro impresso- R$39,00 (+ correios)
https://www.amazon.com.br/Assassinato-do-Jornalista-Suicida/dp/6586180805/ref=sr_1_2?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=o+assassinato+do+jornalista+suicida&qid=1623696915&s=books&sr=1-2
2- E-book (tem um capítulo de brinde) - R$21,00
3- Caso se interesse por adquirir seu exemplar com dedicatória e autógrafo, o leitor deposita R$ 47,00 (livro + correio) no PIX (CPF: 375.658.007/59), ou na conta do autor (Itaú, ag 4091 cc 05189-8), informando o próprio endereço completo (via e-mail: jorgeclaudio@olhodagua.com.br).
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Jorge Claudio Ribeiro: Neste momento escrevo episódios semanais da série “Filosofia Miúda”, de podcasts, em colaboração com a Radio Migrantes (radiomigrantes.net/multimedia/podcasts). Além disso escrevo contos e poemas, enquanto aqueço os neurônios que vão provocar a fagulha para o próximo romance.
Perguntas rápidas:
Um livro: “Grande Sertão: Veredas”
Um (a) autor (a): Homero
Um ator ou atriz: Lima Duarte, Audrey
Hepburn
Um filme: “Asas do Desejo”
Um dia especial: sempre que nos amamos
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Jorge Claudio Ribeiro: Quero destacar o
trabalho da editora Zélia Guerra, da Planeta Azul Editora, do Rio de Janeiro.
Corajosamente, ela lançou o concurso Planeta
Litterae, que contemplaria 26
autores, um por cada estado brasileiro. Apesar de carioca, moro há mais de 50
anos em São Paulo e concorri com outros 54 candidatos desse estado. Fui
escolhido, eis-me aqui.
Embora ambientado em 1987, “O Assassinato do Jornalista Suicida”
trata de questões atuais, que devem interessar a todo tipo de leitor. São
abordados os embates da imprensa com a ditadura, a construção da democracia
brasileira, amores num contexto de epidemia (no caso, a Aids), identidades de
gênero, o trabalho romântico numa indústria de notícias.
Espero que tenha boa acolhida, as
avaliações de quem já leu são animadoras.
Comentário do jornalista e professor Victor Gentilli sobre "O assassinato do jornalista suicida":
ResponderExcluir"Encontrei meu exemplar ontem cedo na caixa de correios. Esta madrugada já estava lido. Gratíssima surpresa. Gostei muito.
E a questão central segue a mesma de seu "Sempre Alerta". Aliás, essa expressão aparece num momento. Ficção, ok! Mas penso ter identificado quase todos os personagens".
Do professor Wagner Tufano:
ResponderExcluir"Meu amigo! Li teu livro neste final de semana. Quase de uma pegada só! Parabéns, adorei! Além do romance é uma verdadeira crônica do profissão do jornalismo e das profundas transformações econômicas, políticas, sociais e tecnológicas que esta profissão sofreu nos últimos 30 anos. Apesar de não ser da área, como leitor acompanhei um pouco tudo isso, e também tenho um grande amigo jornalista que iniciou carreira mais ou menos nesta época e que trocava impressões semelhantes, muito bom mesmo!
Agora vou aproveitar a proximidade para umas curiosidades: Tem um pouco de autobiografia nele, não tem? Liberal é a Folha, Perene é o Estadão, tá na cara, kkk Você trabalhou em ambos, na mesma época e tinha a mesma idade do Loro, acho que ficção ali é só o apetite sexual! kkkk
Mas parabéns mesmo, vou indicar a leitura".
Do premiado escritor Renato José de Oliveira sobre meu "O assassinato do jornalista suicida":
ResponderExcluir"Seu livro nos reserva muitas surpresas. Acho que você encontrou uma bela gota d'água na questão... E também resolveu bem... do Loro. Para quem, como eu, não faz parte do mundo (ou do submundo) do jornalismo, conhecer as mazelas dele é muito instigante. Eu já tinha alguma ideia disso, mas nada como ler a partir do testemunho de alguém do ramo".