Cristina Jones - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.
Meu nome é Cristina Jones, sou sócia-fundadora e publisher da Editora InVerso. E uma coisa curiosa é que sempre que me apresento como publisher, editora, causo um certo estranhamento nas pessoas. Primeiro por acharem diferente (são poucas as editoras) e depois por não imaginarem que este papel seja desempenhado por uma mulher. Quando a pergunta é “por que publisher” eu digo que tive a sorte te ter a semente germinada, ainda enquanto uma garota do ensino fundamental que sempre se expressou pela escrita, mas achava que seria médica. Com o cultivo certo e a tutoria de grandes mestres brotou, ainda em estado latente. Quando não coube mais em si, a InVerso brotou.
ENTREVISTA:
Dia 14 de abril a Editora Inverso completou 17 anos de existência. Você é a sócia-fundadora. Fale-nos sobre ela.
Eu já atuava no mercado editorial quando percebi a falta de um veículo de comunicação que integrasse entretenimento, cultura, literatura e turismo sobre o sul do Brasil. Depois de uma pesquisa qualitativa e quantitativa surgiu a ideia de uma revista que, além de agregar todos os assuntos, também fosse bilíngue, português-espanhol, para ter entrada na América Latina. O nome também deveria ser diferente, ou ainda, o inverso do que já existia. Assim a editora InVerso nasceu!! A revista InVerso tinha um padrão estético diferenciado e de qualidade gráfica superior. Estes atributos aliados aos textos das editorias foram um passo decisivo para, a partir de 2008, atuarmos definitivamente na publicação de livros. De lá pra cá foram mais de 3.000 títulos dentre revistas, house organs e livros.
Como é o seu trabalho? Recebe quantos originais por mês? Quantos são publicados? Quem quiser publicar por sua editora quais os procedimentos a serem adotados?
É um conjunto de boas emoções. Ao ver manuscritos virando obras, autores que desnudam suas almas, encontros com leitores, colaboradores e parceiros que seguem com o mesmo propósito, vejo que a literatura tem um espaço especial no mundo e cabe a nós, ligados a ela, fomentar isso.
Recebemos muitos manuscritos por mês, em média uns 80 a 100 e este ano publicaremos 110 novos livros. Todos são catalogados, respondidos e lidos. Eu faço sempre a leitura final e o parecer da obra para editá-la ou não. É um trabalho bem personalizado que leva em conta o estilo da obra, o alcance comercial e a composição gráfica que imprimiremos nele.
Temos um canal direto para o envio de obras por e-mail no endereço editorainverso@editorainverso.com.br, ou no nosso site www.editorainverso.com.br, além do WhatsApp (41) 99798-7623. Fico sempre muito feliz em recebê-los! Como diz o filósofo Confúcio: “escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”.
Como é ser editora (publisher) em um país como o Brasil?
Eu vejo um país de oportunidades. É certo que temos que lidar com instabilidades e desmandos, que qualquer empresário, independentemente do setor, também passa. Mas como editora, temos uma chance de fazer diferente, de ser um agente transformador positivo na vida das pessoas. Temos um universo de leitores a conquistar e elevar o índice de leitura por habitante.
Como analisa a questão dos e-books?
Os e-books são democratizadores da leitura. Se pensarmos que temos 70 milhões de pessoas com aparelhos celulares, e eles podem ser usados como “books reader”, o e-book é facilitador. Porém, pelos números gerais do mercado livreiro, os e-books representam apenas 4% do faturamento total de vendas de livros. Na Inglaterra, por exemplo, este número é de 10%. Ou seja, ele facilita, nós vendemos e produzimos e ele coexiste com os livros físicos. Em meio à pandemia no ano passado, por exemplo, disponibilizamos vários e-books gratuitos aos nossos leitores pelo site da InVerso. E atualmente temos um livro digital interativo e gratuito, como novidade, em nossa página. O importante é dar opção de leitura!
Quais são suas leituras preferidas?
Sou suspeita... rsrsrs. Gosto de romance, poesia, mas adoro ler livros infantis e juvenis. Sempre vario e nunca leio um livro só. Gosto de levar umas 2 a 3 leituras ao mesmo tempo.
Que conselho pode dar a um escritor principiante?
Leia muito. A máxima que quem lê escreve é a mais absoluta certeza. A leitura aprimora o senso crítico, consolida emoções, amplia vocabulário, benefícios que serão usados a favor do escritor na sua obra.
E, não tenha medo... não deixe seu manuscrito na gaveta. Ele poderá impactar a vida de alguém se estiver livre.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020) e O medo que nos envolve (Editora Verlidelas, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021).
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