Hoje trago uma reflexão que muitos escritores já devem ter feito a si mesmos: eu realmente preciso ter milhares de seguidores no Instagram, no Facebook, no Twitter, no Youtube, enfim, nas diversas mídias sociais para ter alguma chance de ser reconhecido como escritor?
Há uma grande pressão para que os escritores, principalmente os que, como eu, estão iniciando essa aventura, aumente o número de curtidas em suas postagens, conquiste seguidores “engajados” e participativos, seja conhecido por ser um produtor de conteúdo profícuo e constante.
Então nós, escritores iniciantes e sem muita experiência em marketing digital, acabamos, muitas vezes, nos sentindo desanimados e nos questionando: “será que não basta eu me expor em meus textos, eu colocar para fora o que vai dentro da minha alma, para que as pessoas tenham vontade de me conhecer e de conhecer meu trabalho?”. E a resposta, infelizmente, é não, não basta.
A não ser que queiramos ter como únicos leitores nossa família e amigos (quando muito), é cada vez mais necessário seguir as regras do jogo. E elas são claras: quem não é proativo nas redes sociais - de preferência em todas elas – não é visto nem por potenciais leitores nem, muito menos, por editoras.
Eu sei, não é justo e o mercado literário tem muito a perder com isso. Quantos ótimos novos autores simplesmente passam despercebidos e ignorados pelas editoras pelo fato de ter poucos seguidores no Instagram, ou por não ter um canal no Youtube. Quanto talento pode estar sendo desperdiçado, enquanto nós, leitores, perdemos a oportunidade de ter acesso a textos de ótima qualidade.
Eu sei, a vida não é justa. Esse é um fato. E ponto.
Colocar a culpa pela invisibilidade como escritor na nossa falta de talento para ser youtuber ou no pequeno número de nossos seguidores é ficar estacionado ou, pior ainda, é o primeiro passo para desistirmos dos nossos sonhos. E isso não devemos fazer nunca.
Se ser escritor é realmente seu sonho, é preciso jogar conforme as regras, mas sem esquecer um detalhe fundamental: nunca deixe de ser quem você é. Não tente criar um personagem com valores e pensamentos que não vão ao encontro de sua verdadeira essência, pois os leitores notarão a farsa e você continuará invisível.
Seja você mesmo, mas em uma versão mais audaciosa. Entre no jogo, sem perder seus valores e sem se forçar a ser o que não é. Não precisamos nos tornar youtubers nem influenciadores digitais, precisamos apenas ser nós mesmos, acreditar no nosso sonho e nos adaptar aos novos tempos (nem tão novos assim...). Valorize o espaço que as mídias te dão para colocar seus textos, aproveite os ótimos cursos gratuitos oferecidos na Internet para obter ideias de como e o que publicar.
Comece aos poucos, mas seja constante. Sua motivação será maior à medida que suas ações forem dando resultado. E nunca se esqueça de que o ofício de escritor exige de nós 10% de inspiração e 90% de transpiração. Pois é, ninguém disse que seria fácil chegar lá. Mas, sem dúvida, o caminho é inebriante.
Simone Fontarigo é jornalista e escritora, com poesias e contos publicados em diversas antologias. Nascida e criada no Rio de Janeiro, é casada e tem um filho.
simone.fontarigo@gmail.com
Muito boa sua reflexão e bem pertinente!! Desistir nunca!! Se realmente gosta e é bom um dia sem perceber terá seguidores suficientes!!
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