João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Nalva Nogueira e o livro Perder e vencer, por Cida Simka e Sérgio Simka

Nalva Nogueira - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.

Nalva Nogueira é autodidata, pernambucana, escritora, pedagoga e bacharel em letras. É palestrante e apresentadora. Apresentou o quadro "Nalva Nogueira Reflexões" na "TopTv - Social Media TV" (canal fechado de TV).
Dedica-se à literatura há pouco mais de onze anos. Vive em São Paulo. É autora do livro Perder e Vencer.

Pesquisadora incansável da Realidade Última pôs-se a estudar as Leis que regem o Universo e deparando-se com a Física Quântica foi amor à primeira vista. Não mais parou de estudar o assunto que levou inclusive a uma mudança no seu estilo literário. Eis a razão pela qual "engavetou" o seu segundo e já concluído romance. Desde então se dedica ao estudo da Quântica e atualmente escreve um livro sobre. Transcreve, na verdade, o aprendizado que colheu oferecendo um serviço a si própria. E como forma de agradecer ao Universo por tudo que recebeu tenciona levá-lo a público, para que mais pessoas tenham acesso a tudo que a Física Quântica pode oferecer e ensinar.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro "Perder e Vencer". O que a motivou a escrevê-lo?

Ao escrever "Perder e Vencer" eu quis abordar da forma mais genuína o Amor e a Vida. Lembrar que perder e vencer não são propriamente palavras opostas, são palavras de significados paralelos e que se complementam neste meu romance. Não é apenas mais um livro. Este é sim mais um que se funde à temática do Amor, mas de uma forma que nos faz entender que este sentimento nos recria a cada hora. E nos diviniza por toda a vida. "Perder e Vencer" não é uma caça aos tesouros comprados com dinheiro, é sim uma busca incessante dos nossos valores e crenças, num mundo onde gestos e silêncio armam laços e desarmam vidas.
Quis com este livro deixar a certeza de que, embora sejam inevitáveis as fatalidades e dissabores, a esperança persiste e realimenta o amor através do tempo.
AMOR, TEMPO, ESPERANÇA. Três fortes palavras, que fazem quem "passeia" pela trama bem urdida do livro "Perder e Vencer" perceber que aqueles que se aventuram no espaço literário também devem saber que "romance" é arte, é artifício, é exercício é invenção. Andar por esse caminho é não ter medo de ousar. É acreditar que não há um bom romance sem a coautoria de um bom interessado "leitor". Sem leitor não há romance. A prosa é literária, e, "portanto", sem dificuldades de interpretação. Uso de palavras simples e vocabulário adequado para o desenvolvimento do enredo. O estilo é narrativo, embora por vezes acabo por deixar a terceira pessoa e me incorporar a determinada personagem. Sofro, e me alegro por ela, dando maior veracidade ao que pretendi contar.
Em "Perder e Vencer" eu reaproximei um amor perdido e distante através da tecnologia do computador, do e-mail, enfim, da internet. E ao transportar o leitor para o avançado mundo da comunicação virtual, deixei a mensagem de que o verdadeiro amor desconhece barreiras. Assim como o coração não tem conceito de tempo, nem preconceito do avanço tecnológico.
E sobre a pergunta que deixei até hoje, propositalmente sem resposta agora respondo: Não, este romance não é autobiográfico e nem mesmo acontece no Brasil. Mas isto, caro leitor, não o impede de enxergar, através dele, que sou uma pessoa que ama a vida, a família e a verdade. Que também até agora, eu mais venci do que perdi. E a prova de tudo, de toda a minha trajetória de sertaneja corajosa, de escritora determinada e de mulher ternura, é a busca incessante pelo conhecimento. Principalmente o conhecer a mim mesma. Eis o resultado de que eu mais ganhei do que perdi.

Se tiver mais livros, pode comentá-los.

Tenho alguns trabalhos prontos, mas não publiquei. Dois deles romance. Tencionava levá-los a público, entretanto as pesquisas e estudos da Física Quântica acabaram por me fazer mudar de ideia. Ademais, depois da Quântica houve inclusive uma mudança no meu estilo literário. Não estou a dizer que não mais escreverei romance, certamente ainda o farei, porém a complexidade do tema ao qual me tenho dedicado exige muito do meu tempo. Logo, os livros de romance e prosa permanecerão "engavetados" e não saberia precisar por quanto tempo. Principalmente porque como citei anteriormente estou a escrever um livro onde abordo a Física Quântica, algo mais técnico e que há muito pretendida fazê-lo. O conhecimento que se adquire com o estudo da Física Quântica, bem como evolução espiritual, conquistas materiais, os incontáveis benefícios e especialmente a Expansão da Consciência não é algo que queremos guardar apenas conosco. Até porque ainda que se tente não conseguirá fazê-lo. A própria Expansão de Consciência desperta o desejo de partilhar, propagar o bem recebido. Torna-se um objetivo espalhar aos quatro cantos aquilo que pode mudar outras realidades e não somente a nossa.
Aguardem, pois, o livro para o qual transcrevi todo o aprendizado que colhi oferecendo um serviço a mim mesma. E que através de sua mensagem outras realidades mudem, brilhem!

Que esta obra, portanto, nos acompanhe no leito!

Qual a sua opinião sobre a leitura no país?

Não se iludam com os índices que atestam que se reduziram as taxas de analfabetismo e que aumentaram o número de leitores. Se o que consideramos ser o patamar básico diz que o número de pessoas que não leem e/ou ainda que sequer compraram um livro é assustador. Cada vez que se atualizam as estatísticas os dados surgem como sendo animadores, porém SEMPRE vêm acompanhados de que AINDA não é suficiente. Quer isto dizer que a tão almejada mudança de cenário quando deste assunto DEVE começar pela mudança das pessoas ao entenderem que leitura, a busca pelo saber é obrigatoriedade e não um passatempo. Feito isso a mudança virá por si só.
Fala-se do estímulo à leitura e SIM, caríssimos, isso deve ser feito, na infância. Repito, NA INFÂNCIA! Cobram a inclusão da leitura, dos livros na vida das pessoas como um todo. Isso deve ser feito com crianças, ADULTOS já sabem muito bem o que querem, mas o caminho que leva ao saber, mesmo sendo infinitamente prazeroso, também é árduo, instruir-se é laborioso, gasta tempo e as pessoas buscam apenas "fórmulas". Querem que alguém gaste seu tempo e encontre a resposta, depois transmita para elas e de graça! Quer ver um exemplo do que falo? Leia os comentários feitos num daqueles vídeos do tipo (10 dicas de como conseguir isto ou aquilo). Não querem nem mesmo se dar ao trabalho de colocar as tais dicas em prática. Simplesmente escrevem nos comentários perguntando como fulano fez uso das dicas, se fez tudo e por quanto tempo. Perceba que a busca é sempre pela fórmula e nunca pelo processo que culminou para isto. Querem uma receita mágica, rápida, sem falhas e não querem ser elas os criadores/pesquisadores da mesma. Eu CATEGORICAMENTE afirmo que adquirir conhecimento é trabalhoso!
Cobram a leitura de "fácil acesso" para aqueles que não têm acesso. Ora, senhores! Temos atualmente "o mundo na palma das mãos" e querem maior facilidade? Raros são os que nos dias hodiernos não usam celular. O Brasil inclusive é apontado pelas pesquisas como o  líder no uso de smartphones entre os emergentes.
Os meios de leitura são diversos. Livros físicos, tablets, livros digitais, SMARTPHONES,  mas ainda assim insistem em "fabricar" razões para não fazê-lo.
Campanhas são colocadas em prática, um verdadeiro "malabarismo" é feito para chamar a atenção para a leitura, mas o que se ouve é que não há incentivo. Chega desta falácia! Não é a verdade, não mais.
Falta preparo? Então vá lá e prepare-se! A campanha tem que nascer do nosso próprio desejo de buscar o saber, o crescimento pessoal e não viver sempre à espera de que os outros nos digam como fazê-lo.
Uma simples pesquisa te pode direcionar a uma quantidade indizível de livros sobre o tema procurado e muito desse material pode ser encontrado gratuitamente na internet, onde está sempre disponível. Há ainda aqueles que podem dizer não ter acesso à internet e a isto as redes sociais desmentem! Gastam o tempo postando inutilidades de toda natureza sobre suas vidas. Portanto, não há desculpa.
O índice baixíssimo de leitura e leitores tem sido o motivo principal do "surgimento" de pseudocríticos e o não se aprofundarem naquilo que se lê é uma das principais causas da "produção" das fake news. Eis os "famosos" leitores analfabetos que sabem ler, mas não o fazem e quando resolvem fazê-lo não sabem nem mesmo interpretar o que leram.
Analise as notas e respostas do ENEM e logo se irá deparar com a quantidade absurda de respostas desconexas que deixa claro que não sabem interpretar. Aí vêm uma vez mais as estatísticas e apontam inclusive o "livro" mais lido. E a propagação de "gente" que o "explica", à sua maneira é incalculável. Mas como um país que mal sabe interpretar o que ler se põe a traduzir ou explicar o que quer que seja? Ainda assim estes "interpretadores" arrastam para os seus lados quantidades inumeráveis de pessoas, que insistem em acreditar que carecem de "muleta humana" para ajudá-las na tomada de suas próprias decisões. Necessitam de terceiros para lhes apontar um norte. Mas este norte as próprias estatísticas declaram que quase nunca é encontrado. Está TUDO dito!
Entendam de uma vez por todas que leitura não é distração. Esqueçam os livrinhos fáceis, é preciso ler livros difíceis, técnicos, que irão arrancá-los da zona de conforto onde insistem em permanecer "internados".
Com todas essas inovadoras formas de leitura o cenário já deveria ser outro. Tanta facilidade e tão pouco querer! Parem de insistir nessa de que ler é um hobby! Ler é, DEVE ser obrigatoriedade. E antes de usar a velha desculpa da falta de tempo revejam suas prioridades.
Tirem de suas mentes a ideia infame de que livro é objeto decorativo. Abarrotam estantes, produzem até tour (Bookshelf tour) para se dizer leitor. Ler não é isso! LER É CRESCIMENTO PESSOAL!
Não gosta de ler? A estes apenas digo:
Continuem, pois, a servir de escada para que outros cheguem ao sucesso!

O que tem lido atualmente?

FÍSICA QUÂNTICA. Expansão da Consciência, Leis Universais, o Poder da Mente. A estes estudos é que me tenho dedicado há alguns anos.

E vale lembrar que a minha própria expansão de consciência deu origem ao livro que estou a escrever. Para onde transcrevo todo o conhecimento que absorvi ao prestar um serviço a mim mesma.
O livro é uma forma que encontrei para agradecer ao Universo pela incomensurável transformação de minha vida. Em todas as áreas, principalmente a financeira. Neste livro forneço cada técnica, cada exercício, a forma como usei e por quanto tempo. Através do seu conteúdo se poderá depreender COMO FAZER AS COISAS DE UMA CERTA MANEIRA para resolver os pilares considerados os mais  importantes da vida.

Que dica pode fornecer a um aspirante a escritor?

Antes, porém, eu pergunto: Você está disposto a ler, estudar, pesquisar, interpretar, investir o tempo exigido para se tornar um escritor?
A mensagem que tenciona levar a público instrui? Qual o propósito desta?
Um escrito, uma obra deve instruir, informar. Independentemente de estilo literário.
Reitero, só com um sim dado a estas perguntas é que se pode seguir adiante neste magnificente ofício. Do contrário, esqueça!
E já agora se faz necessário compreender que não existe uma fórmula, o que lhes direi serve tão somente como uma orientação.
Agora sim vem o passo imprescindível!
Antes mesmo de dedicar-se à escrita aperfeiçoe as suas técnicas. Aliás, mesmo não sendo escritor, bom seria se as pessoas tivessem alguma noção sobre, principalmente aqueles que se põem a escrever nas redes sociais. Onde frequentemente nos deparamos com escritos repletos de erros bizarros. Sem isso você é tão somente um ASPIRANTE.
Adquira o hábito de "lapidar" o texto, pois para um escrito ficar realmente bom precisa passar por este processo não uma ou duas vezes, mas dezenas. Eis a razão pela qual insisto em dizer que escrever é apenas para quem em grande maneira aprecia ler. Não caia na ilusão de digitar textos ou versos nas redes sociais e acreditar que os likes recebidos fazem de você um escritor. Escrever está para além disso e não é apenas digitar.
Pseudoescritores "escrevem" e põem-se a esperar por elogios. Os "coraçõezinhos" recebidos nas redes sociais não te irão ajudar a detectar possíveis falhas. Este poder está nas críticas e se ao invés de vociferar você souber ouvi-las só irá crescer. E não estou a dizer que tens que escrever apenas para agradar, porquanto quem conhece o meu estilo sabe bem que não é a isto que me refiro.
Escrever, o ato de traduzir de forma adequada as palavras, está para além de acreditar que se deve adequar a outros ou compartilhar a mesma visão.
ESCREVER não é sobre criar e postar textinhos melífluos, cheios de falsa delicadeza com a intenção de receber coraçõezinhos. Isso não é ser escritor.
Também não aceite nunca em tempo algum críticas de "leitor de fim de semana", pois quem não ler ou só o faz de vez em quando não sabe sequer interpretar o que leu, quanto mais criticar. Estes quase sempre estão a confundir crítica com ofensa!
Tenha estilo próprio e dedique-se a isto. E pelo amor do Todo estude a sua própria língua! Estude gramática, regras, tenha um vasto vocabulário. E sim! Para escrever você é obrigado a ter conhecimento suficiente para fazê-lo adequadamente. O dicionário e as gramáticas existem com esta finalidade. Ademais, a internet oferece MUITO!
E remova de sua mente o quanto antes aquela história de linguagem coloquial, o famoso "para TODOS entenderem". Escrever, ser escritor EXIGE que se tenha o domínio da norma culta.

Como podem ver é um trabalho árduo, mas infinitamente melífluo para quem o ama!

Como o leitor poderá conhecer mais sobre você e seu trabalho?

Dá um Google e será direcionado aos sites para os quais escrevo ou escrevi, dentre eles a página do canal de TV (fechado) no qual apresentei um programa de reflexões.
Também me poderão ler através das redes sociais.

E...
Para saber sobre a minha verdadeira essência, basta ler o que escrevo.


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin, integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.
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