Durval Lourenço Pereira - Foto divulgação |
Durval Lourenço Pereira é tenente-coronel R/1 do Exército Brasileiro. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, é mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Foi assessor militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, é membro da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas. É o produtor e diretor dos documentários O Lapa Azul – Os homens do III Batalhão do 11º Regimento de Infantaria na II Guerra Mundial, Navalha – Um batalhão brasileiro na Linha Gótica, e autor do livro Operação Brasil – O ataque alemão que mudou o curso da II Guerra Mundial.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Durval Lourenço Pereira: Na verdade, meu trabalho no campo literário teve início em outra área: a produção audiovisual. Comecei a produzir documentários sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, e isso levou à pesquisa aprofundada do tema. Verifiquei que havia muita informação nova e interessante a ser passada ao público, que ultrapassava os limites de um filme. Foi quando comecei a escrever sobre o assunto.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “Pelo Bem da Humanidade” (Insight Books). Poderia comentar?
Durval Lourenço Pereira: A história das origens da Segunda Guerra Mundial foi moldada por variados interesses e muita desinformação, que se acentuaram com o decorrer dos anos. Sobretudo, essa narrativa careceu de fontes de informações básicas, como as dos arquivos soviéticos — que os historiadores ocidentais jamais puderam acessar. Em meu livro anterior (Operação Brasil – 2015), pude mostrar, baseado em fontes primárias da Marinha de Guerra da Alemanha, que a real origem da entrada brasileira no último conflito mundial pouco ou nada tinha a ver com a história oficial, ou com os mitos que cercaram os afundamentos dos navios mercantes na costa brasileira, em agosto de 1942. Pelo Bem da Humanidade segue a mesma linha de abordagem. Com base em arquivos da extinta URSS, o livro reconstitui a ascensão ao poder de alguns dos piores regimes do século XX, na Alemanha, Brasil, Espanha, Itália e Rússia, e mostra como as ideologias totalitárias levaram o mundo ao conflito mundial. Sobretudo, oferece ao leitor uma visão de como o totalitarismo sobreviveu ao conflito, lançando a culpa pelas atrocidades cometidas em bodes expiatórios, metamorfoseando-se em versões “palatáveis” que hoje habitam disfarçadas entre nós.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Durval Lourenço Pereira: A pesquisa durou cerca de três anos, acessando fontes primárias e secundárias, nacionais e internacionais, de diversos países. Foi a pesquisa mais extenuante que já empreendi, mas o resultado final valeu a pena. Trata-se de uma obra com abordagem original e escrita de forma franca e direta, sem evasivas ou temor do “politicamente correto”.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?
Durval Lourenço Pereira: Apreciei o resultado final do capítulo sobre as origens e a ascensão do nazismo na Alemanha. Vivemos em uma sociedade cada vez mais antagonizada e intolerante, dividida, basicamente, entre os de “direita” e os de “esquerda”. Ao contrário da versão geralmente aceita — de que a origem desses termos remonta à Revolução Francesa — mostro que tal divisão foi efêmera e logo desapareceu. Prova disso, nem Karl Marx nem Friedrich Engels politizaram esses vocábulos (direita e esquerda) no Manifesto Comunista (1848) ou nos encorpados volumes de O Capital (1867). Trata-se de um ardil totalitário, baseado no dualismo, utilizado para manipular as massas, que é abordado em detalhes no livro. A solução de boa parte dos problemas contemporâneos passa pelo desmascaramento desse artifício insidioso.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Durval Lourenço Pereira: O livro está sendo oferecido pela editora em www.pbhumanidade.com e também na Amazon, tanto na versão impressa quanto na edição em Kindle. O website possui links para os meus trabalhos pregressos.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Durval Lourenço Pereira: Por enquanto não. Depois de tanto tempo envolvido na produção dessa obra, resolvi me autoconceder umas “férias” merecidas.
Perguntas rápidas:
Um livro: Os Irmãos Karamazov
Um (a) autor (a): Fiódor Dostoiévski
Um ator ou atriz: Clint Eastwood
Um filme: Gran Torino
Um dia especial: O dia em que acordo com uma ideia original.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Durval Lourenço Pereira: Espero que o livro agrade os leitores e permita o entendimento de questões essenciais que afetam a nossa vida cotidiana. O totalitarismo está mais vivo do que nunca; é mister arrancar-lhe suas inúmeras máscaras e expor sua face real ao público. O futuro da civilização ocidental depende disso.
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