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Jornalista vencedora do Jabuti lança romance que aborda os anos de chumbo no Brasil
O amor é capaz de sobreviver a uma ditadura?
Eis a questão levantada pelo romance A noite em que o amor morreu (Penalux, 2018), de Taís Morais (escritora que já foi premiada em 2006 com o prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem). Nesse livro, que mistura ficção com aspectos históricos do país, a autora retrata a ditadura militar e seu sistema de opressão e desumanização em contraste com a liquidez humana de personagens complexos, feitos de várias camadas e tons inesperados. A história acontece em Brasília, nos anos 1970. Sob os olhos atentos dos militares, as pessoas conviviam com a repressão. O governo vigiava tudo e a todos. Nesse contexto, surge o amor entre dois jovens. Ela, estudante da UnB e militante dos movimentos contra o regime; ele, um homem cheio de mistérios, paciente e amoroso. Ela, classe média/alta; ele, filho de produtores rurais.
Sendo uma pesquisadora desse período conturbado da nossa História, Taís Morais consegue criar um romance diferente, concebido a partir de um cenário conhecido, mas inexplorado da capital federal. Amor e traição afloram nesta trama que mistura pesquisa e fabulação.
“Uma história de romance e suspense”, explica a autora. “A cada momento o leitor pode ser surpreendido pela força e bravura desses dois jovens num cenário de alta tensão política e social”.
No texto de orelha, o escritor César Miranda define assim a autora e sua obra: “Taís Morais fala do que conhece e nos revela o romance, o drama, a comédia humana que brota de nossa história recente e que só ela poderia contar. [...] Eis a cidade, Brasília, uma das personagens da história, plena de quimeras, labutas e desejos, que precisa ser despida da imagem intimidadora que muitos têm dela e abraçada como o paraíso ignorado que é, lugar onde pessoas vivem vidas comuns em meio àquelas que fazem a história e muitas vezes esses papéis se misturam e se desarrumam na desordem da cidade tão perfeitamente planejada. Mas, a questão que ocorre ao leitor diligente é: como não temos no Brasil mais livros assim?”
Intercalando cenas de tortura e afeto, a jornalista cria um romance em que testa o amor em tempos de ditadura. E esse amor vencerá? A resposta aguarda os leitores ao fim deste apaixonante livro.
TRECHO:
“Era tiro para todo lado. Quando tudo se acalmou, as pessoas foram se aglomerando em volta do cadáver do Paulo. A cabeça estava estourada, tinha pedaços de cérebro no chão. Eu virei as costas e fingi que ia vomitar. O policial abriu espaço e eu saí devagar para não levantar suspeitas. Fora do campo de visão dos homens, corri o mais rápido que consegui. Bati no aparelho e os três já estavam lá. Pálidos. Pegamos o carro e fizemos o combinado: ganhamos a estrada. Depois de meia hora viajando, Márcia avisou que seu braço estava ferido. Paramos em uma estrada de terra batida, nervosos e desnorteados. Logo o Carlos perguntou: ‘E agora? Pra onde vamos? O que vamos fazer?’”
O amor é capaz de sobreviver a uma ditadura?
Eis a questão levantada pelo romance A noite em que o amor morreu (Penalux, 2018), de Taís Morais (escritora que já foi premiada em 2006 com o prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem). Nesse livro, que mistura ficção com aspectos históricos do país, a autora retrata a ditadura militar e seu sistema de opressão e desumanização em contraste com a liquidez humana de personagens complexos, feitos de várias camadas e tons inesperados. A história acontece em Brasília, nos anos 1970. Sob os olhos atentos dos militares, as pessoas conviviam com a repressão. O governo vigiava tudo e a todos. Nesse contexto, surge o amor entre dois jovens. Ela, estudante da UnB e militante dos movimentos contra o regime; ele, um homem cheio de mistérios, paciente e amoroso. Ela, classe média/alta; ele, filho de produtores rurais.
Sendo uma pesquisadora desse período conturbado da nossa História, Taís Morais consegue criar um romance diferente, concebido a partir de um cenário conhecido, mas inexplorado da capital federal. Amor e traição afloram nesta trama que mistura pesquisa e fabulação.
“Uma história de romance e suspense”, explica a autora. “A cada momento o leitor pode ser surpreendido pela força e bravura desses dois jovens num cenário de alta tensão política e social”.
No texto de orelha, o escritor César Miranda define assim a autora e sua obra: “Taís Morais fala do que conhece e nos revela o romance, o drama, a comédia humana que brota de nossa história recente e que só ela poderia contar. [...] Eis a cidade, Brasília, uma das personagens da história, plena de quimeras, labutas e desejos, que precisa ser despida da imagem intimidadora que muitos têm dela e abraçada como o paraíso ignorado que é, lugar onde pessoas vivem vidas comuns em meio àquelas que fazem a história e muitas vezes esses papéis se misturam e se desarrumam na desordem da cidade tão perfeitamente planejada. Mas, a questão que ocorre ao leitor diligente é: como não temos no Brasil mais livros assim?”
Intercalando cenas de tortura e afeto, a jornalista cria um romance em que testa o amor em tempos de ditadura. E esse amor vencerá? A resposta aguarda os leitores ao fim deste apaixonante livro.
TRECHO:
“Era tiro para todo lado. Quando tudo se acalmou, as pessoas foram se aglomerando em volta do cadáver do Paulo. A cabeça estava estourada, tinha pedaços de cérebro no chão. Eu virei as costas e fingi que ia vomitar. O policial abriu espaço e eu saí devagar para não levantar suspeitas. Fora do campo de visão dos homens, corri o mais rápido que consegui. Bati no aparelho e os três já estavam lá. Pálidos. Pegamos o carro e fizemos o combinado: ganhamos a estrada. Depois de meia hora viajando, Márcia avisou que seu braço estava ferido. Paramos em uma estrada de terra batida, nervosos e desnorteados. Logo o Carlos perguntou: ‘E agora? Pra onde vamos? O que vamos fazer?’”
SOBRE A AUTORA
Jornalista, pesquisadora da Ditadura Militar brasileira. Premiada com o Jabuti na categoria melhor livro-reportagem de 2006. Finalista do mesmo prêmio em 2009. Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília. Doutoranda em Ciência da Comunicação pela Universidade de Coimbra. Mãe do Matheus e da Camila. Ciclista e Peregrina.
SERVIÇO
A noite em que o amor morreu, romance (Editora Penalux). R$ 45, 346 páginas.
Disponível em: www.editorapenalux.com.br/loja/a-noite-em-que-o-amor-morreu
Lançamento: dia 26 de fevereiro, a partir das 19h30, no Beirute Bar – CLN 107/Asa Norte – Brasília, DF.
Jornalista, pesquisadora da Ditadura Militar brasileira. Premiada com o Jabuti na categoria melhor livro-reportagem de 2006. Finalista do mesmo prêmio em 2009. Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília. Doutoranda em Ciência da Comunicação pela Universidade de Coimbra. Mãe do Matheus e da Camila. Ciclista e Peregrina.
SERVIÇO
A noite em que o amor morreu, romance (Editora Penalux). R$ 45, 346 páginas.
Disponível em: www.editorapenalux.com.br/loja/a-noite-em-que-o-amor-morreu
Lançamento: dia 26 de fevereiro, a partir das 19h30, no Beirute Bar – CLN 107/Asa Norte – Brasília, DF.
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