*Por Roberto Fiori
Uma floresta se estendendo na costa, há milhares de anos. Alvorada do Homem. Ele sendo nada mais, nada menos que um selvagem, mas um selvagem com um potencial dirigido à razão, porém, no momento, pouco além dos animais e bestas que o ameaçavam.
Da folhagem da floresta, um menino surgiu. Era o primeiro dos homens a deixar a mata. Avançou lentamente, atento aos perigos que conhecia no interior da vegetação, e às ameaças que poderiam existir nas areias nunca antes pisadas por um humano.
Chegou à linha de arrebentação da praia. À medida que o mar ia e vinha, o menino, nu e de faces toscas, avançava e recuava. Por fim, permaneceu às margens do Oceano, observando a água à sua frente. Permaneceu por tempo suficiente para que algo invadisse seu corpo e lhe provocasse uma reação: respeito, talvez, mas com certeza veneração. O sentimento de que havia algo mais naquela praia, algo além de tudo o que sentira antes.
--//--
Uma criança brincava nas poças d’água entre as rochas, no lugar onde a floresta um dia existira. Surgira um tapete de campos, tornados produtivos através de mil anos de trabalho duro. O menino passou a manhã construindo castelos de areia, que o avanço da maré destruiria logo mais. O último dos transatlânticos rumava para o horizonte. Pessoas, naquela praia à beira de uma cidadezinha, se espreguiçavam, lânguidos ao calor reconfortante do Sol.
O menino levantou-se da areia e saiu da praia, quando seus pais o chamaram. Sem se preocupar, sabia que viria novamente no dia seguinte, os castelos de areia seriam mais uma vez reconstruídos.
O que o menino ainda não sabia era que o amanhã um dia não chegaria mais.
--//--
A cidadezinha sumira uma noite, quando um rastro deixado no céu entre as estrelas atingiu-a e a fez desaparecer num clarão. Isso perdera-se quase na memória do Homem, em um Passado tão longínquo quanto inexpressivo, face aos milênios que constituíam a História.
Um robô observava Bran na praia. O menino construía diques e canais entre poças d’água com a areia fina. As colinas foram modificadas, perto. Após Eras não eram mais as mesmas. Os pais de Bran chegaram. O pai olhava para cima, de vez em quando, ansioso, abaixando então a cabeça. Deu a mão ao filho e disse que já era hora de irem. A última grande nave de transporte levou-os do planeta abandonado. Algumas explosões colossais foram sentidas no interior da Terra, e causaram um leve tremor na praia, somente.
A praia esperava pelo fim, existira por muito e muito tempo. E o Homem, este viera e se fora.
--//--
Esta é a sinopse do conto Transiência (Transience), publicada na coletânea O Outro Lado do Céu (The Other Side of the Sky) pelo extraordinário cientista, divulgador científico e escritor de Ficção Científica Arthur C. Clarke, considerado um dos maiores escritores de Literatura Fantástica que já surgiram, talvez atrás somente de Isaac Asimov. Um cientista tão capaz quanto humano, que contribuiu para o desenvolvimento do radar, na Segunda Guerra Mundial. Clarke é o escritor do romance 2001 – Uma Odisseia no Espaço (2001 — A Space Odissey), adaptado para o cinema por Stanley Kubrick, que dirigiu o filme homônimo.
Uma das qualidades mais memoráveis de Clarke é o sentido humano que ele impõe a suas histórias do futuro. O que há de melhor no caráter das pessoas, como seres dotados de sentimentos e boas intenções, é revelado nos contos, novelas e romances de Arthur C. Clarke. E ele trata o aspecto científico de seus enredos com o máximo de lógica.
O homem veio à Terra e permanece. A partir de um caldo primordial de nutrientes, sobreveio em bilhões de anos o aparecimento do mais inteligente dos animais de nosso planeta. Uma criatura que tanto pode construir um computador e curar doenças, como pode, a um gesto, reduzir uma metrópole a cinzas. O homem tem pleno sentido de sua capacidade. Ela só é limitada pela sua teimosia em tentar destruir outros seres humanos, seus iguais, e a fauna e a flora de seu planeta-lar.
Ele descobriu modos de sobreviver a crises extremas de fome e sede; atravessou as vastidões dos oceanos pelo ar e pelo mar, circunavegando o globo em caravelas e voando em aviões primitivos sobre os continentes e mares. Realizou feitos quase impossíveis para ele: escalou todas as montanhas de mais de 7.000 metros, superou recordes de resistência física e mental, nas provas mundiais de atletismo e nos jogos entre mestres de xadrez; alçou-se para além da atmosfera, em naves que mais poderiam ser chamadas de latas de sardinha do que qualquer outra coisa; criou teorias e descobriu leis tão engenhosas que podem explicar, por exemplo, porque nosso Universo se expande continuamente, por que não podemos alcançar a velocidade da luz e por que os corpos de grande massa se atraem entre si.
É a única criatura que calcula com perfeição a trajetória que uma sonda espacial deve tomar para alcançar as fronteiras do Sistema Solar e ir além, sem gastar combustível extra. Isso é conseguido pela estilingada gravitacional, ou seja, uma nave pode entrar em órbita de um planeta dotado de gravidade descomunal, circundá-lo por várias e várias vezes e partir. A espaçonave aproveita a energia gravitacional do planeta abaixo, ganhando velocidade na entrada da órbita, acelerando e, por fim, sendo catapultada para longe do planeta. A nave passa de raspão em uma região de transição, entre o espaço no qual não há atração gravitacional e no início da região do espaço em que a gravidade começa a agir. Isso é aplicação prática da Física, somente isso. Fruto de um cérebro imensamente dotado.
O homem observa. Aprende. Aplica o que sabe para sobreviver e se desenvolver como pessoa. Faz milagres, prodígios de engenharia, como construir edifícios de 1.000 metros de altura, pontes quilométricas, cidades-megalópoles, leva satélites, estações espaciais e até hoje um telescópio de grande porte ao espaço. Trens que se movem a 400 quilômetros por hora são comuns. Constrói reatores de fissão nuclear, para gerar energia a partir da cisão do núcleo do átomo. Criou organizações muitíssimo importantes, como a ONU, que auxilia tanto vítimas da fome, como presta socorro a vítimas de guerras.
Estamos indo a algum lugar. Qual, depende de nós mesmos atingi-lo, seja na Lua, Marte, Plutão, ou além de nossa Via Láctea.
Conto com o que há de melhor no ser humano. Sua capacidade, sua maestria, sua habilidade. Seu Quociente de Inteligência. Sei que a batalha é dura, longa, mas será, por fim, vencida por todos nós.
Da folhagem da floresta, um menino surgiu. Era o primeiro dos homens a deixar a mata. Avançou lentamente, atento aos perigos que conhecia no interior da vegetação, e às ameaças que poderiam existir nas areias nunca antes pisadas por um humano.
Chegou à linha de arrebentação da praia. À medida que o mar ia e vinha, o menino, nu e de faces toscas, avançava e recuava. Por fim, permaneceu às margens do Oceano, observando a água à sua frente. Permaneceu por tempo suficiente para que algo invadisse seu corpo e lhe provocasse uma reação: respeito, talvez, mas com certeza veneração. O sentimento de que havia algo mais naquela praia, algo além de tudo o que sentira antes.
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Uma criança brincava nas poças d’água entre as rochas, no lugar onde a floresta um dia existira. Surgira um tapete de campos, tornados produtivos através de mil anos de trabalho duro. O menino passou a manhã construindo castelos de areia, que o avanço da maré destruiria logo mais. O último dos transatlânticos rumava para o horizonte. Pessoas, naquela praia à beira de uma cidadezinha, se espreguiçavam, lânguidos ao calor reconfortante do Sol.
O menino levantou-se da areia e saiu da praia, quando seus pais o chamaram. Sem se preocupar, sabia que viria novamente no dia seguinte, os castelos de areia seriam mais uma vez reconstruídos.
O que o menino ainda não sabia era que o amanhã um dia não chegaria mais.
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A cidadezinha sumira uma noite, quando um rastro deixado no céu entre as estrelas atingiu-a e a fez desaparecer num clarão. Isso perdera-se quase na memória do Homem, em um Passado tão longínquo quanto inexpressivo, face aos milênios que constituíam a História.
Um robô observava Bran na praia. O menino construía diques e canais entre poças d’água com a areia fina. As colinas foram modificadas, perto. Após Eras não eram mais as mesmas. Os pais de Bran chegaram. O pai olhava para cima, de vez em quando, ansioso, abaixando então a cabeça. Deu a mão ao filho e disse que já era hora de irem. A última grande nave de transporte levou-os do planeta abandonado. Algumas explosões colossais foram sentidas no interior da Terra, e causaram um leve tremor na praia, somente.
A praia esperava pelo fim, existira por muito e muito tempo. E o Homem, este viera e se fora.
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Esta é a sinopse do conto Transiência (Transience), publicada na coletânea O Outro Lado do Céu (The Other Side of the Sky) pelo extraordinário cientista, divulgador científico e escritor de Ficção Científica Arthur C. Clarke, considerado um dos maiores escritores de Literatura Fantástica que já surgiram, talvez atrás somente de Isaac Asimov. Um cientista tão capaz quanto humano, que contribuiu para o desenvolvimento do radar, na Segunda Guerra Mundial. Clarke é o escritor do romance 2001 – Uma Odisseia no Espaço (2001 — A Space Odissey), adaptado para o cinema por Stanley Kubrick, que dirigiu o filme homônimo.
Uma das qualidades mais memoráveis de Clarke é o sentido humano que ele impõe a suas histórias do futuro. O que há de melhor no caráter das pessoas, como seres dotados de sentimentos e boas intenções, é revelado nos contos, novelas e romances de Arthur C. Clarke. E ele trata o aspecto científico de seus enredos com o máximo de lógica.
O homem veio à Terra e permanece. A partir de um caldo primordial de nutrientes, sobreveio em bilhões de anos o aparecimento do mais inteligente dos animais de nosso planeta. Uma criatura que tanto pode construir um computador e curar doenças, como pode, a um gesto, reduzir uma metrópole a cinzas. O homem tem pleno sentido de sua capacidade. Ela só é limitada pela sua teimosia em tentar destruir outros seres humanos, seus iguais, e a fauna e a flora de seu planeta-lar.
Ele descobriu modos de sobreviver a crises extremas de fome e sede; atravessou as vastidões dos oceanos pelo ar e pelo mar, circunavegando o globo em caravelas e voando em aviões primitivos sobre os continentes e mares. Realizou feitos quase impossíveis para ele: escalou todas as montanhas de mais de 7.000 metros, superou recordes de resistência física e mental, nas provas mundiais de atletismo e nos jogos entre mestres de xadrez; alçou-se para além da atmosfera, em naves que mais poderiam ser chamadas de latas de sardinha do que qualquer outra coisa; criou teorias e descobriu leis tão engenhosas que podem explicar, por exemplo, porque nosso Universo se expande continuamente, por que não podemos alcançar a velocidade da luz e por que os corpos de grande massa se atraem entre si.
É a única criatura que calcula com perfeição a trajetória que uma sonda espacial deve tomar para alcançar as fronteiras do Sistema Solar e ir além, sem gastar combustível extra. Isso é conseguido pela estilingada gravitacional, ou seja, uma nave pode entrar em órbita de um planeta dotado de gravidade descomunal, circundá-lo por várias e várias vezes e partir. A espaçonave aproveita a energia gravitacional do planeta abaixo, ganhando velocidade na entrada da órbita, acelerando e, por fim, sendo catapultada para longe do planeta. A nave passa de raspão em uma região de transição, entre o espaço no qual não há atração gravitacional e no início da região do espaço em que a gravidade começa a agir. Isso é aplicação prática da Física, somente isso. Fruto de um cérebro imensamente dotado.
O homem observa. Aprende. Aplica o que sabe para sobreviver e se desenvolver como pessoa. Faz milagres, prodígios de engenharia, como construir edifícios de 1.000 metros de altura, pontes quilométricas, cidades-megalópoles, leva satélites, estações espaciais e até hoje um telescópio de grande porte ao espaço. Trens que se movem a 400 quilômetros por hora são comuns. Constrói reatores de fissão nuclear, para gerar energia a partir da cisão do núcleo do átomo. Criou organizações muitíssimo importantes, como a ONU, que auxilia tanto vítimas da fome, como presta socorro a vítimas de guerras.
Estamos indo a algum lugar. Qual, depende de nós mesmos atingi-lo, seja na Lua, Marte, Plutão, ou além de nossa Via Láctea.
Conto com o que há de melhor no ser humano. Sua capacidade, sua maestria, sua habilidade. Seu Quociente de Inteligência. Sei que a batalha é dura, longa, mas será, por fim, vencida por todos nós.
*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside
atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se
na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática.
Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como
hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta,
cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo.
Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e
Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando
realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do
espírito elevada e extremamente valiosa.
Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:
Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.
Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.
Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.
Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.
Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.
Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
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