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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Felipe Dall´Olio Pacobello e o sebo e livraria Pacobello, por Sérgio Simka e Cida Simka

Felipe Dall´Olio Pacobello - Foto divulgação
Nesta entrevista exclusiva com o Felipe Dall´Olio Pacobello, o leitor da revista Conexão Literatura ficará sabendo como é a vida de quem administra e trabalha em um sebo. Um megassebo. “Muita gente pensa que aqui lemos o tempo todo, mas infelizmente não sobra tempo para leitura durante o nosso expediente”, esclarece Felipe.

Fale-nos sobre você.

Felipe Dall'Olio Pacobello, formado em marketing pelo Senac, leitor desde criança, fã de livros e de fotografia, e apaixonado por trabalhar na Livraria Pacobello.

ENTREVISTA:

Você é proprietário, com seus pais, do sebo Pacobello, em Santo André/SP (https://www.pacobello.com.br), que possui duas lojas físicas na cidade, e conta com um acervo de mais de 300 mil livros usados, novos, além de gibis e DVDs. Como foi o início de tudo? Como é seu trabalho lá? Como foi constituído esse acervo?


Começamos o sebo em fevereiro de 2004, ou seja, este ano completamos 14 anos de atividade. Nós começamos com nosso acervo particular de livros. Foi um pouco doloroso no começo, pois a percepção era de perder os nossos livros. E todos que amam livros sabem como é difícil se desfazer de um exemplar. Mas esta impressão inicial se demonstrou equivocada, pois hoje o contato que temos com milhares de livros e leitores por mês nos permite conhecer muito mais sobre este fantástico universo da literatura.
Depois do acervo particular percebemos a importância de aumentar o acervo da loja. Começamos então um intenso processo de propaganda informando a todos que além de vender livros nós compramos livros. Hoje nossa maior fonte de livros são os próprios clientes que nos vendem diariamente os livros já lidos. Além dos livros, com o passar dos anos, passamos a trabalhar com quadrinhos, DVDs, discos de vinil e CDs.
Sobre nossa rotina, é bastante corrida. O dia é completamente ocupado entre comprar livros, separá-los, limpar, precificar, cadastrar no nosso sistema, organizá-los nas estantes, atender os clientes das lojas, do site, responder e-mails, cuidar das redes sociais, publicidade e uma infinidade de outras tarefas. Muita gente pensa que aqui lemos o tempo todo, mas infelizmente não sobra tempo para leitura durante o nosso expediente.


Poderia contar, caso tenha existido, alguma situação hilariante que possa ter acontecido ou uma história inusitada que ocorreu nas dependências do sebo?

Todos os dias passamos por diversas situações e recentemente comecei a anotar algumas delas. Quem sabe seja o embrião de um futuro livro. Mas me orgulho demais dos pequenos leitores, das crianças que adoram ler e frequentar nossas lojas. Temos um cliente, Arthur, que deve ter uns dez anos e sempre vem nos visitar com a mãe. Ele gosta muito de ler e sempre leva livros de História Geral, Astronomia e outros temas que temos por costume achar que são "livros de adulto". O Arthur, além de leitor, é um ator mirim e participou de um comercial da farinha láctea Nestlé. Neste comercial, que mostrava as coisas de que ele mais gostava, uma dessas coisas era vir nos visitar aqui na Livraria. Veio então uma equipe toda de filmagem na loja, passaram uma manhã aqui, foi uma confusão danada.

Quantos funcionários tem o sebo?


Hoje somos 16 pessoas trabalhando nas lojas.

Qual o livro que é sucesso de vendas?


Os livros mais vendidos variam bastante. Depende de uma lista de vestibular, por exemplo, de um filme que foi baseado em livro, de um autor que é mencionado na grande mídia, ou ainda de um livro pedido nas escolas da região. Este ano, por exemplo, nosso campeão de vendas é "A Relíquia", da lista da Fuvest, seguido por "Vidas Secas". "Diário de um banana" é o mais procurado pela garotada para leitura que não é obrigação escolar. "A droga do amor", por anos seguidos é pedido pelas escolas e vende muito. Existem também o que chamamos de long-sellers, que são os livros que vendem poucas unidades, mas vendem sempre; nesta categoria estão grandes filósofos e pensadores e autores como Kafka, Dostoiévski, John Steinbeck, entre outros.

Qual é sua opinião sobre a leitura do brasileiro? Ele está lendo mais?


Acompanho bastante as pesquisas e matérias sobre leitura e leitores no Brasil. Infelizmente os dados não são animadores. Ainda temos uma parcela muito grande da população que não lê ou lê muito pouco. Além da falta de acesso ao livro, pois temos poucas bibliotecas e poucas livrarias em nosso país, na minha opinião o modo como a leitura é apresentada às pessoas é errado. Desde cedo, os primeiro contatos que temos com os livros na escola são por obrigação - para fazer uma prova ou um trabalho - e os livros escolhidos muitas vezes não têm nada a ver com o contexto daquele jovem naquele momento. Creio que o livro deveria ser apresentado como uma fonte de conhecimento, de prazer, de diversão e não apenas como uma tarefa escolar que vale nota.
Acredito também que a leitura é um hábito, como comer bem e fazer exercícios. E para isso precisamos nos esforçar um pouco no começo. Mas não é tarefa fácil. Posso citar como exemplo os pais que reclamam diariamente aqui nas lojas quando os professores pedem os livros. Muitos deles acham ruim, que é perda de tempo e dinheiro comprar um livro "só para ler e fazer a prova e depois deixar lá jogado". Com esse exemplo dos pais, fica difícil para o jovem criar o hábito da leitura e entendê-lo como algo prazeroso.

O que tem lido ultimamente?

Eu lei menos do que gostaria, mas ainda assim sempre estou com uma leitura em andamento. Semana passada li "O senhor da moscas" de William Golding e "Na minha pele" de Lázaro Ramos. Minhas leituras variam bastante entre diversos gêneros de literatura, como policial, suspense, aventura, biografias, históricos e livros de marketing e comunicação.

*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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