Clarice Sabino - Foto divulgação |
Dia 21 deste mês, em São José dos Campos (SP), acontecerá o lançamento do livro “Para que serve a poesia?”, da jovem Clarice Sabino, que é sobrinha-bisneta do escritor mineiro Fernando Sabino (1923-2004), de quem ela herdou o sobrenome e a vontade de escrever. Aliás, o nome da poeta também é uma referência à outra figura de grande expressão literária: Clarice Lispector (1920-1977). Os pais dela resolveram batizá-la com esse nome em homenagem à amizade desses dois grandes escritores, que foi marcada por longa troca de correspondências.
“Gosto muito da Clarice Lispector. Meu nome é por causa dela”, reforça Clarice Sabino. “O Cartas perto do coração [livro que reúne as cartas trocadas entre os dois escritores] era o livro favorito de minha avó, Cacilda Ferreira. Minha avó dizia que Sabino já era sobrenome, então sugeriu Clarice para meu nome.”
A autora, que mora em São José dos Campos, despontou há pouco tempo nas redes sociais ao criar a página Nada disso é para você no Facebook, onde vem postando sua produção literária em forma de poemas, muitas vezes curtos, ou em forma de vídeos nos quais declama sua poesia. A fanpage conta com mais de 100 mil seguidores:
https://www.facebook.com/nadadissoeparavoce
Dona de uma escrita romântica e sem firulas, a autora gosta de brincar com as palavras através de versos despretensiosos. Neste seu primeiro livro, apresenta poesias que de forma dinâmica inspiram e instigam o seu leitor.
Assinando o texto de orelha, o escritor Jorge Ialanji Filholini descreve assim a obra: “Para que serve a poesia? parte da compreensão do mundo e provoca o imaginário da atual condição humana. Recortes do cotidiano que só a observação de Clarice pode transitar.
Há sutileza em seus versos. Porém, são os questionamentos inseridos durante a leitura que se manifestam: “você já imaginou/ ter um filho/ de madrugada?”; “que horas nascem/ os filhos que moram na rua?” ou “em quanto tempo/ eu lavo o tempo?”. Clarice tem o domínio admirável da palavra. A forma de desenvolver os versos é intensa, com notável identificação nos poemas confessionais de Ana Cristina César: “meu corpo/ esse saco de pele/ cheio de sangue/ pulsante/ esse saco de pelo/ cheio de veia/ gritante/ o que me segura/ é um esqueleto/ que eu nunca vi”; e linguagens experimentais de Ana Martins Marques: “impossível/ contar quantos quandos cabem em cada/ enquanto. quantos entantos cabem em um/ encanto. quantos cantos falam de qualquer canto”.
Para que serve a poesia? evidencia uma poética aperfeiçoada da interioridade.”
Abaixo, um dos poemas que integram o livro:
se você tem
a audácia
de colocar os olhos em mim
e pensar que me enxerga
e pensar que por um segundo
você entende o que é ser o que eu sou
ou que entendeu qualquer coisa
do que eu sinto
olha de novo
porque
você não entendeu
nada
“Gosto muito da Clarice Lispector. Meu nome é por causa dela”, reforça Clarice Sabino. “O Cartas perto do coração [livro que reúne as cartas trocadas entre os dois escritores] era o livro favorito de minha avó, Cacilda Ferreira. Minha avó dizia que Sabino já era sobrenome, então sugeriu Clarice para meu nome.”
A autora, que mora em São José dos Campos, despontou há pouco tempo nas redes sociais ao criar a página Nada disso é para você no Facebook, onde vem postando sua produção literária em forma de poemas, muitas vezes curtos, ou em forma de vídeos nos quais declama sua poesia. A fanpage conta com mais de 100 mil seguidores:
https://www.facebook.com/nadadissoeparavoce
Dona de uma escrita romântica e sem firulas, a autora gosta de brincar com as palavras através de versos despretensiosos. Neste seu primeiro livro, apresenta poesias que de forma dinâmica inspiram e instigam o seu leitor.
Assinando o texto de orelha, o escritor Jorge Ialanji Filholini descreve assim a obra: “Para que serve a poesia? parte da compreensão do mundo e provoca o imaginário da atual condição humana. Recortes do cotidiano que só a observação de Clarice pode transitar.
Há sutileza em seus versos. Porém, são os questionamentos inseridos durante a leitura que se manifestam: “você já imaginou/ ter um filho/ de madrugada?”; “que horas nascem/ os filhos que moram na rua?” ou “em quanto tempo/ eu lavo o tempo?”. Clarice tem o domínio admirável da palavra. A forma de desenvolver os versos é intensa, com notável identificação nos poemas confessionais de Ana Cristina César: “meu corpo/ esse saco de pele/ cheio de sangue/ pulsante/ esse saco de pelo/ cheio de veia/ gritante/ o que me segura/ é um esqueleto/ que eu nunca vi”; e linguagens experimentais de Ana Martins Marques: “impossível/ contar quantos quandos cabem em cada/ enquanto. quantos entantos cabem em um/ encanto. quantos cantos falam de qualquer canto”.
Para que serve a poesia? evidencia uma poética aperfeiçoada da interioridade.”
Abaixo, um dos poemas que integram o livro:
se você tem
a audácia
de colocar os olhos em mim
e pensar que me enxerga
e pensar que por um segundo
você entende o que é ser o que eu sou
ou que entendeu qualquer coisa
do que eu sinto
olha de novo
porque
você não entendeu
nada
O livro está disponível na livraria Literacia, em São José dos Campos (próximo ao CenterVale Shooping) e diretamente no site da editora Penalux (www.editorapenalux.com.br).
Serviço:
Livro: Para que serve a poesia?
Autora: Clarice Sabino
80 páginas. 34 reais
Editora Penalux
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