A autora Priscila M Mariano nasceu em São Paulo, em 03 de outubro de 1960. Tendo aos dez anos se mudado, definitivamente, para o Rio de Janeiro e onde iniciou o seu amor pelos livros, assim como pela escrita. Sempre com a temática ficção fantástica para o publico infanto-juvenil e adulto jovem. Cresceu em meio aos livros, lendo um pouco de tudo, sem gênero específico e acrescentando em sua vida de escritora, experiências de vários autores nacionais e estrangeiros. Em 2011 iniciou em outro gênero de escrita, um romance dramático e com isso, consolidou a história de Felipe Letierre, um artista plástico e toda a sua vida.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Priscila M. Mariano: Tem tempo... Iniciou-se quando era criança, precisamente, aos dez anos, quando fiz a minha primeira poesia então na escola. No entanto, antes disso, já contava histórias para meus colegas de brincadeiras e fazia cinema com figuras recortadas, inventando na hora. A partir da primeira poesia, a criação enveredou para livros de fantasia, de início, originadas de livros e filmes que via, onde colocava as minhas ideias. Aos poucos, comecei a crescer e desenvolvi o meu jeito de escrever, assim como minhas próprias ideias.
Contudo, minhas primeiras publicações foram a partir de 2009, pelas editoras Schoba e Biblioteca 24x7, dois livros de fantasia... Um Mistério na Serra do Mar e Rino, o Guerreiro Alado. Em 2016 publiquei pela Drago Editorial o livro Inocência Perdida, primeiro volume da Saga de Um Pintor.
Conexão Literatura: Você é autora do livro "Inocência Perdida" (Drago Editorial). Poderia comentar?
Priscila M. Mariano: Claro! A temática de Inocência Perdida é um drama e também uma ficção. E apesar de não ser uma realidade, o livro, os fatos narrados nele são acontecimentos em muitas casas no Brasil e no Mundo. Inocência Perdida conta a vida de Felipe, um menino de onze anos que órfão, encontrou sua família. Nesta, Felipe é alvo dos desejos doentios e cruéis de seu pai biológico. Ele se sujeita a isso, com a promessa que seu pai nunca colocaria as mãos em seu irmão gêmeo.
Em meio a angustia, dor e desespero, Felipe vai vivendo, crescendo dentro dele o ódio pelo pai e pelo que ele lhe faz. Este é o primeiro volume da Saga de um Pintor que conta a vida de um artista plástico famoso, desde a sua infância a fase adulta e que mostra as consequências dos atos de seu pai, na vida deste artista.
Conexão Literatura: Como foram suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Priscila M. Mariano: Este foi o meu primeiro romance dramático. A história se originou através das séries policiais e psicopatias que eu assisto, além de jornais e documentários. Também houve pesquisa de campo, com amigos psicólogos e assistentes sociais (Apenas o geral, nada em referência a qualquer indivíduo). A dramatização, no caso, foi tudo inspiração e os personagens nada têm com a realidade. Também fiz pesquisas pelo Google em relação à região onde a história se passa (São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso) em relação às ruas, praças e outros.
O tempo para concluir o primeiro volume foi em torno de quase seis meses, mas o total da Saga de um Pintor, pois os quatro livros estão concluídos, foram de dois anos. Não tenho certeza, mas acredito que iniciei Inocência Perdida em 2011.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial no seu livro?
Priscila M. Mariano: “O tempo cura qualquer ferida”. Pelo menos era o que dizia o ditado.
Natanael acabara de sair da padaria com um saco de papel cheio de pães. Ergueu a cabeça e deteve o passo no meio fio, olhando para os lados. Deu dois passos, atravessou a pista movimentada, cercado por transeuntes que pareciam acompanhá-lo ou até mesmo, protegê-lo, mas era uma simples ilusão. Chegando do outro lado, viu-se, novamente, sozinho e estremeceu. Mesmo tendo fugido de casa para escapar da solidão, ainda na rua sentia-se como em casa, solitário.
O pensamento o deixou triste, sentia falta de Dulcinéia, a única que realmente se importara com ele. Lembrara-se de que nos primeiros dias chegara a rondar o prédio atrás dela, mas viu a polícia, depois, homens de seu pai, detetives e outros. Não queria voltar. Não iria para a Suíça, preferia ficar nas ruas. Nada fizera para merecer este castigo. Era inocente.
Seis meses se passaram bem rápido. Ele conseguira sobreviver aos primeiros dias e principalmente, às noites. As ruas em São Paulo eram muito perigosas e ele aos poucos, tomou conhecimento disto. Chegara a ter que acordar nas noites e fugir, ou da polícia, ou de grupos de outras crianças, como gangues. Havia usuários de drogas, muitos. E os mais perigosos, os traficantes. Ele sabia que muitas crianças desapareciam na noite, sem deixar vestígios. Muitas iam dormir, e acordavam mortas pelo frio ou pela fome.
Olhou o saco de pão e deu mais rapidez às pernas. Tinha deixado os outros embaixo da ponte, à espera do que ele poderia arranjar desta vez. Natanael havia organizado um grupo de crianças, algumas bem novas e outras, até mesmo mais velhas do que ele, entre meninos e meninas; tinha sido com um justo propósito. Em um grupo maior era bem mais seguro viver em São Paulo. Podiam se proteger mutuamente, um olhando as costas do outro. Distribuíra deveres e impunha regras de conduta para manter o grupo unido. Precisavam agora, apenas de um lugar para se esconder.
Durante o dia algumas das crianças perambulavam pelas ruas, os menores faziam pequenos serviços e malabarismo diante dos carros. Todo dinheiro arrecadado por elas acabava nas mãos de Natanael ou Maria, que os guardava para comida e caso necessitassem, remédios. À noite os mais velhos saíam, inclusive Natanael, em busca de ganho fácil. Era nestas horas que o perigo os rondava.
Natanael sempre saía com Rodolfo, mas naquela manhã, resolvera sair sozinho e como às vezes fazia, foi até sua antiga morada. O porteiro chegou mesmo a olhá-lo com desdém e desconfiança, mas nem se dignou a chutá-lo dali. Não queria, provavelmente, sujar suas roupas. Estava saindo, afastando-se da entrada do prédio, quando percebeu o táxi se deter à entrada onde antes estivera e dele, com calma, sair sua mãe, acompanhada de dois meninos e logo atrás, com o semblante impenetrável, seu pai. Ficou estático por alguns momentos, não entendera o que estava acontecendo. Fixou seus olhos nos dois meninos e viu a semelhança deles com Carlos Fabio de Albuquerque. Um estremecimento percorreu lhe o corpo e seu coração bateu apressado, compreendeu o que via. Aqueles dois meninos, gêmeos, eram filhos de seu pai, portanto, seus irmãos. Mas eles pareciam um tanto deslocados, mesmo assustados. Deu dois passos na direção a eles, mas depois, tomando ciência do que estava prestes a fazer, escondeu-se entre algumas árvores e apenas se afastou, quando eles já não estavam mais lá. Voltou então e dirigiu-se a seu bando. Sabia que mudanças haviam acontecido. Mas estava curioso e ao mesmo tempo, preocupado. Tinha certo ciúme, mas sabia também que a vida com seus pais era por demais, difícil.
Conexão Literatura: Se você fosse escolher uma trilha sonora para o seu livro, qual seria?
Priscila M. Mariano: Eu gosto muito de Philadelphia - Neil Young.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Priscila M. Mariano: Tenho a página de meu livro no facebook que pode ser um ótimo meio de saber do livro. Tem resenhas, banner e outras postagens.
Link: https://www.facebook.com/asagadeumpintor/
Tenho um blog que fala um pouco de mim e de meus livros em geral.
Link: http://aluzeaescuridao.blogspot.com.br/
E quanto a adquirir o livro, pode ser feito através do site da Drago Editorial.
Link: http://www.livrariadragoeditorial.com/products/a-saga-de-um-pintor-inocencia-perdida-p-m-mariano/
No Amazon através do link: https://www.amazon.com/Saga-Pintor-Inocencia-Perdida-Portuguese/dp/8569030231/
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Priscila M. Mariano: Sim, no total são três que estou escrevendo. Ficção/Fantasia e talvez, ficção científica. Ainda em andamento, bem no princípio. E tenho outro que é o segundo volume de Guerra Entre Mundos. Sem contar que já está em publicação pela Drago Editorial o segundo volume da Saga de Um Pintor — Doce Ilusão.
Perguntas rápidas:
Um livro: Médico de Homens e de Almas
Um (a) autor (a): Jorge Amado.
Um ator ou atriz: Robin Williams
Um filme: Filadélfia.
Um dia especial: Todos os dias são especiais para mim.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Priscila M. Mariano: Sim. Quero agradecer ao pessoal da Revista Conexão Literatura pela oportunidade a mim dada, assim como a Drago Editorial por todo apoio na publicação de meu livro e mais ainda, aos leitores que se emocionam com Inocência Perdida.
Contudo, minhas primeiras publicações foram a partir de 2009, pelas editoras Schoba e Biblioteca 24x7, dois livros de fantasia... Um Mistério na Serra do Mar e Rino, o Guerreiro Alado. Em 2016 publiquei pela Drago Editorial o livro Inocência Perdida, primeiro volume da Saga de Um Pintor.
Conexão Literatura: Você é autora do livro "Inocência Perdida" (Drago Editorial). Poderia comentar?
Priscila M. Mariano: Claro! A temática de Inocência Perdida é um drama e também uma ficção. E apesar de não ser uma realidade, o livro, os fatos narrados nele são acontecimentos em muitas casas no Brasil e no Mundo. Inocência Perdida conta a vida de Felipe, um menino de onze anos que órfão, encontrou sua família. Nesta, Felipe é alvo dos desejos doentios e cruéis de seu pai biológico. Ele se sujeita a isso, com a promessa que seu pai nunca colocaria as mãos em seu irmão gêmeo.
Em meio a angustia, dor e desespero, Felipe vai vivendo, crescendo dentro dele o ódio pelo pai e pelo que ele lhe faz. Este é o primeiro volume da Saga de um Pintor que conta a vida de um artista plástico famoso, desde a sua infância a fase adulta e que mostra as consequências dos atos de seu pai, na vida deste artista.
Conexão Literatura: Como foram suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Priscila M. Mariano: Este foi o meu primeiro romance dramático. A história se originou através das séries policiais e psicopatias que eu assisto, além de jornais e documentários. Também houve pesquisa de campo, com amigos psicólogos e assistentes sociais (Apenas o geral, nada em referência a qualquer indivíduo). A dramatização, no caso, foi tudo inspiração e os personagens nada têm com a realidade. Também fiz pesquisas pelo Google em relação à região onde a história se passa (São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso) em relação às ruas, praças e outros.
O tempo para concluir o primeiro volume foi em torno de quase seis meses, mas o total da Saga de um Pintor, pois os quatro livros estão concluídos, foram de dois anos. Não tenho certeza, mas acredito que iniciei Inocência Perdida em 2011.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial no seu livro?
Priscila M. Mariano: “O tempo cura qualquer ferida”. Pelo menos era o que dizia o ditado.
Natanael acabara de sair da padaria com um saco de papel cheio de pães. Ergueu a cabeça e deteve o passo no meio fio, olhando para os lados. Deu dois passos, atravessou a pista movimentada, cercado por transeuntes que pareciam acompanhá-lo ou até mesmo, protegê-lo, mas era uma simples ilusão. Chegando do outro lado, viu-se, novamente, sozinho e estremeceu. Mesmo tendo fugido de casa para escapar da solidão, ainda na rua sentia-se como em casa, solitário.
O pensamento o deixou triste, sentia falta de Dulcinéia, a única que realmente se importara com ele. Lembrara-se de que nos primeiros dias chegara a rondar o prédio atrás dela, mas viu a polícia, depois, homens de seu pai, detetives e outros. Não queria voltar. Não iria para a Suíça, preferia ficar nas ruas. Nada fizera para merecer este castigo. Era inocente.
Seis meses se passaram bem rápido. Ele conseguira sobreviver aos primeiros dias e principalmente, às noites. As ruas em São Paulo eram muito perigosas e ele aos poucos, tomou conhecimento disto. Chegara a ter que acordar nas noites e fugir, ou da polícia, ou de grupos de outras crianças, como gangues. Havia usuários de drogas, muitos. E os mais perigosos, os traficantes. Ele sabia que muitas crianças desapareciam na noite, sem deixar vestígios. Muitas iam dormir, e acordavam mortas pelo frio ou pela fome.
Olhou o saco de pão e deu mais rapidez às pernas. Tinha deixado os outros embaixo da ponte, à espera do que ele poderia arranjar desta vez. Natanael havia organizado um grupo de crianças, algumas bem novas e outras, até mesmo mais velhas do que ele, entre meninos e meninas; tinha sido com um justo propósito. Em um grupo maior era bem mais seguro viver em São Paulo. Podiam se proteger mutuamente, um olhando as costas do outro. Distribuíra deveres e impunha regras de conduta para manter o grupo unido. Precisavam agora, apenas de um lugar para se esconder.
Durante o dia algumas das crianças perambulavam pelas ruas, os menores faziam pequenos serviços e malabarismo diante dos carros. Todo dinheiro arrecadado por elas acabava nas mãos de Natanael ou Maria, que os guardava para comida e caso necessitassem, remédios. À noite os mais velhos saíam, inclusive Natanael, em busca de ganho fácil. Era nestas horas que o perigo os rondava.
Natanael sempre saía com Rodolfo, mas naquela manhã, resolvera sair sozinho e como às vezes fazia, foi até sua antiga morada. O porteiro chegou mesmo a olhá-lo com desdém e desconfiança, mas nem se dignou a chutá-lo dali. Não queria, provavelmente, sujar suas roupas. Estava saindo, afastando-se da entrada do prédio, quando percebeu o táxi se deter à entrada onde antes estivera e dele, com calma, sair sua mãe, acompanhada de dois meninos e logo atrás, com o semblante impenetrável, seu pai. Ficou estático por alguns momentos, não entendera o que estava acontecendo. Fixou seus olhos nos dois meninos e viu a semelhança deles com Carlos Fabio de Albuquerque. Um estremecimento percorreu lhe o corpo e seu coração bateu apressado, compreendeu o que via. Aqueles dois meninos, gêmeos, eram filhos de seu pai, portanto, seus irmãos. Mas eles pareciam um tanto deslocados, mesmo assustados. Deu dois passos na direção a eles, mas depois, tomando ciência do que estava prestes a fazer, escondeu-se entre algumas árvores e apenas se afastou, quando eles já não estavam mais lá. Voltou então e dirigiu-se a seu bando. Sabia que mudanças haviam acontecido. Mas estava curioso e ao mesmo tempo, preocupado. Tinha certo ciúme, mas sabia também que a vida com seus pais era por demais, difícil.
Conexão Literatura: Se você fosse escolher uma trilha sonora para o seu livro, qual seria?
Priscila M. Mariano: Eu gosto muito de Philadelphia - Neil Young.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Priscila M. Mariano: Tenho a página de meu livro no facebook que pode ser um ótimo meio de saber do livro. Tem resenhas, banner e outras postagens.
Link: https://www.facebook.com/asagadeumpintor/
Tenho um blog que fala um pouco de mim e de meus livros em geral.
Link: http://aluzeaescuridao.blogspot.com.br/
E quanto a adquirir o livro, pode ser feito através do site da Drago Editorial.
Link: http://www.livrariadragoeditorial.com/products/a-saga-de-um-pintor-inocencia-perdida-p-m-mariano/
No Amazon através do link: https://www.amazon.com/Saga-Pintor-Inocencia-Perdida-Portuguese/dp/8569030231/
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Priscila M. Mariano: Sim, no total são três que estou escrevendo. Ficção/Fantasia e talvez, ficção científica. Ainda em andamento, bem no princípio. E tenho outro que é o segundo volume de Guerra Entre Mundos. Sem contar que já está em publicação pela Drago Editorial o segundo volume da Saga de Um Pintor — Doce Ilusão.
Perguntas rápidas:
Um livro: Médico de Homens e de Almas
Um (a) autor (a): Jorge Amado.
Um ator ou atriz: Robin Williams
Um filme: Filadélfia.
Um dia especial: Todos os dias são especiais para mim.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Priscila M. Mariano: Sim. Quero agradecer ao pessoal da Revista Conexão Literatura pela oportunidade a mim dada, assim como a Drago Editorial por todo apoio na publicação de meu livro e mais ainda, aos leitores que se emocionam com Inocência Perdida.
Adorei a postagem e a entrevista bem elaborada.
ResponderExcluirObrigada pela oportunidade.