Lissa Sakajiri - Foto divulgação
Fale-nos
sobre você.
Sou natural de São Paulo e fiz graduação e mestrado em Artes Visuais. De 2013 a 2016, trabalhei na Biblioteca Mário de Andrade, a BMA, e tive várias experiências com cultura e arte, desde montar exposições e pensar eventos, até criar folders e um novo projeto gráfico para a Revista da Biblioteca Mário de Andrade. Depois dessa experiência, acabei enveredando para o caminho do design editorial, que sempre adorei. Desde 2011, faço parte do Grupo de Pesquisa em Impressão Fotográfica da ECA-USP, sob orientação do João Musa. Nesse grupo, trabalhamos muito com as questões da linguagem fotográfica, edição e impressão de imagens. Todo esse trabalho gráfico, entre design e fotografia, foi me conduzindo ao design editorial. Hoje, trabalho como designer em uma editora, além da Devora, e estou me embrenhando no mundo do desenho, lançando meu primeiro projeto autoral de livro ilustrado.
ENTREVISTA:
Fale-nos
sobre o livro Casa da vó. O que a motivou a escrevê-lo?
O Casa
da vó foi um livro que nasceu como parte do processo do meu mestrado
em Poéticas Visuais. Memórias e afetos fazem parte da minha pesquisa artística
desde meus trabalhos na graduação, assim como a reflexão sobre minha
ancestralidade e identidade nipo-brasileira. Fui bastante inspirada pelo
ensaio O sagrado na vida cotidiana, do antropólogo e escritor
Michel Leiris. Nesse texto, Leiris procura seu sagrado ao revisitar suas
memórias infantis na casa dos pais. Achei que para mim esse lugar cheio de
lembranças era a casa dos meus avós maternos. Eu já tinha alguns ensaios
fotográficos nessa casa, então foi mais o processo de edição fotográfica que
foi feito para o trabalho. O livro surgiu espontaneamente, de forma que
articulasse texto e imagem de uma maneira interessante e interativa ao mesmo
tempo. Algumas pessoas me disseram que ele tem uma certa arquitetura própria,
remetendo a uma casa mesmo.
Meu mestrado, O canto das rochas, que veio logo depois do Casa da vó, tem muito a ver com essas reflexões sobre memórias afetivas. Ele ainda não foi publicado, mas é possível consultar os livros (são três ensaios no total) pelo site da biblioteca da ECA-USP: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-04032021-160801/pt-br.php.
Você está com uma campanha no Catarse. Fale-nos sobre ela.
Estou com uma campanha no Catarse (criada no nome da Devora Editorial catarse.me/canjica#about), que fica no ar até o dia 12 de outubro, para conseguir publicar meu primeiro livro ilustrado. Essa história nasceu inspirada na minha cadelinha vira-lata Canjica, que dá título à campanha. Fiquei com vontade de contar um pouco sobre o processo de adoção de um bichinho de estimação. Eu já tive muitos cachorros, mas a Canjica foi minha primeira cadelinha resgatada, um animal que tem um histórico desconhecido e, muitas vezes, traumático. Acredito que isso lhe deu certas peculiaridades, que afetaram como nos aproximamos e como os laços de confiança e afeto entre nós foram criados. Com esse livro, quero inspirar outras pessoas a adotar um bichinho de estimação, porque, além da família ganhar um companheiro fiel, desse jeito ajudamos a reduzir a população de animais abandonados pelas ruas do Brasil.
Você
é uma das fundadoras da Devora Editorial. Fale-nos sobre ela e sobre seu
trabalho lá.
Conheci a Tarcila Lucena e o Marcelo Carpinetti na BMA, e, juntos, fundamos a Devora Editorial. Nós três gostamos muito de livros e de uma grande variedade de coisas nas áreas das artes, cultura e ciências humanas. Como em toda editora independente bem pequeninha, todo mundo faz um pouco de tudo. No meu caso, faço desde a direção de arte, diagramação e acompanhamento gráfico de todos nossos livros, até nossas artes de redes sociais. A Devora edita livros de outros autores, e é muito legal termos a liberdade de criar projetos mais experimentais e artísticos. A cena das editoras independentes é bem bacana nesse sentido. Temos também a oportunidade de conhecer um pessoal muito legal, entre artistas, escritores, ilustradores, editores e livreiros.
Uma
pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.
Queria falar um pouco sobre projetos futuros! Estou pensando em desenvolver a Canjica como uma personagem, ainda não sei se no formato de quadrinhos e tirinhas, ou de pequenas animações para publicar, a princípio, nas plataformas digitais.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
(FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora
Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak
Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas,
2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de
bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera
Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora
Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra
Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de
livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual,
literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério,
publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu
mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento:
por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os
mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora
Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera
Editorial, 2023), Somos a
diferença neste mundo indiferente (Editora
Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra
Editorial, 2023).
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