ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Carlos Fernando Verne: Ler e escrever para mim sempre foi a melhor forma de relaxar, de se divertir mesmo. Porém, nos últimos anos eu passei a sentir uma vontade insaciável de me inserir e participar do meio literário de forma ativa, porque na verdade eu sempre estive acompanhando tudo de perto, feiras, eventos, blogs, revistas. Mas sempre como expectador, e então, em 2021 eu resolvi passar a escrever com mais seriedade e decidi me profissionalizar para estar onde eu sempre estive e adoro estar, ou seja, no meio literário.
Carlos Fernando Verne: Pindorama surgiu a partir das observações políticas de tudo que aconteceu no Brasil, a partir de 2016 culminando com a ascensão ao poder de um governo de extrema direita no final de 2018. Na verdade, quando comecei a escrever, ainda não havia nada pré-definido, e sendo assim, nas primeiras 10 páginas eu não sabia ao certo a direção que iria tomar. Nesse momento, eu parei por uns dias e me dediquei somente a refletir sobre o que exatamente eu queria transmitir com aquela história, e foi nessa parada que eu consegui perceber o que era importante mostrar no livro, ou seja, escrachar literalmente a situação política que o Brasil estava vivendo e ao mesmo tempo, não abandonar aquilo que eu queria mostrar sobre a questão ambiental. Então, Pindorama é isso, uma história sobre como se iniciou o flagelo ambiental da mata atlântica e o tráfico de animais silvestre, mixado, por assim dizer, aos 4 anos de governo no Brasil compreendendo o período entre 2019 a 2022.
Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?
Carlos Fernando Verne: Eu não necessariamente tenho um processo rígido e pré-definido de criação, eu simplesmente me sento, me concentro, respiro fundo e escrevo. A única coisa que me preocupa quando eu estou construindo um texto é a ideia de não escrever atoa, ou seja, escrever algo sem um valor para ser absorvido, então, eu tenha enraizado a convicção de que é inviável escrever, sem ter em mente que é preciso transmitir valores, princípios e ideias e passa-los aos leitores, em outras palavras, escrever ficção, mas sem perder de vista a realidade e por isso, eu me sinto na obrigação de não desperdiçar o tempo de leitor com algo que ele lerá e que ao final, não vai lhe acrescentar nada. então, eu preciso sempre passar alguma ideia, algum valor embutido no texto página por página, se não, me sinto em dívida com quem vai ler.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do livro especialmente para os nossos leitores?
Carlos Fernando Verne: No capítulo "O GOLPE" Quando o macacão Azedo institui um regime autoritário, ou seja, uma ditadura, o discurso dele, é na verdade o mesmo discurso usado pelo general Castelo Branco após o golpe de 1964. Eu fiz questão de usar as mesmas palavras como um simbolismo, até para mostrar o que atualmente estava quase se repetindo em 2022. E, eu entendo que os leitores irão perceber claramente através das palavras e do comportamento do personagem principal, de quem estamos tratando naquele momento. Então, para resumir, Pindorama é um livro essencialmente político do início ao fim.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Carlos Fernando Verne: O
livro está disponível para venda na Amazon.br em formato e-book, a versão
impressa com capa comum, somente pode ser encontrada na Amazon.com. o KDP leva algumas semanas para habilitar a versão
impressa aqui no Brasil, segundo o suporte deles, em mais ou menos 8 semanas,
ele estará disponível aqui no Brasil também.
Em breve lançarei um blog e um site com o mesmo nome do livro.
Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira?
Carlos Fernando Verne: A minha dica é sempre a mesma. Escrevam usando os dois pês e um i. o primeiro P é de paixão, porque para escrever, principalmente aqui no Brasil, onde praticamente não existe nenhum retorno financeiro significativo para os escritores, é preciso acima de tudo ter paixão pelo que faz, senão você não faz, e depois tem o segundo P de pesquisa, é preciso pesquisar, ler bastante, ler até a exaustão antes de escrever, caso contrário, você não consegue escrever direito nem um bilhete para deixar na porta da geladeira e por último o i de investimento, é preciso investir no seu texto, sendo você independente, ou não, irá precisar no mínimo de um bom revisor, então, busque sempre ajuda dos profissionais do livro e por último, nunca esqueça de tomar a primeira e mais importante de todas as providências, registre seu texto.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Carlos Fernando Verne: Sim, com certeza. Vou relançar meu primeiro livro chamado "PELE NEGRA". Que eu retirei de venda a alguns meses, para justamente, poder dar uma vestidura mais profissional ao texto. No final de outubro, ele estará disponível novamente. Esse é um livro não tão político quanto Pindorama, é uma narrativa mais social. Ou seja, voltado para as questões importantes como o racismo, a intolerância religiosa, o homossexualismo, o analfabetismo e a falta de qualificação profissional.
Perguntas rápidas:
LIVRO: O ensaio da cegueira,
José Saramago.
ATOR: Selton Mello
FILME: Um sonho de liberdade
HOBBY: Literatura e cinema
DIA ESPECIAL: O dia do nascimento dos meus filhos, tenho dois.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Carlos Fernando Verne: Apenas
agradecer a oportunidade de apresentar e divulgar o meu livro aqui nesse canal
tão especializado que é a Revista Conexão Literatura. Esse é um privilégio que
me enche de motivação para continuar seguindo em frente. Um abraço a todos da
equipe da revista e a todos os leitores. Muito obrigado e Força sempre.
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