João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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quarta-feira, 24 de maio de 2023

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Carina Roma e os livros “Atitude positiva” e “O menino sem chapéu”, por Cida Simka e Sérgio Simka

Carina Roma - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.

Carina Roma Saraiva de Jesus é natural de Araraquara, interior do estado de São Paulo.

É casada há mais de vinte anos e tem três filhos, dois deles biológicos que hoje são adolescentes - Artur e Henrique - e uma do coração, na verdade sua irmã Natália que tem Síndrome de Down, mas que é considerada como filha querida desde que passou aos seus cuidados.

É psicóloga, neuropsicóloga e especialista em Dependências Tecnológicas (CRP 06/87437).

Atua há quase 20 anos na área da Psicologia Clínica como psicoterapeuta de adolescentes, adultos e idosos e como orientadora de pais e educadores. Sua experiência soma mais de 10 mil horas de atendimento clínico para clientes de 12 países. Baseada na Teoria Humanista, sua abordagem de trabalho é a Centrada na Pessoa (ACP) e ajuda seus clientes a compreenderem seus processos comunicativos e de escolha, de construção de suas crenças e de responsabilização pelo seu bem-estar e equilíbrio.

Seu principal foco de trabalho é ajudar a melhorar a saúde mental e emocional das pessoas nessa Era Digital. Acredita que somente através do autoconhecimento e do fortalecimento dos principais vínculos, por meio de uma comunicação clara, assertiva e segura, é possível se manter consciente e saudável para o desempenho de vários papéis em diferentes contextos, analógicos e digitais, sem se perder de quem se é de fato.

Também conta com mais de uma década de experiência em RH, tendo trabalhado em grandes empresas nas atividades de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, além da área de Acompanhamento Comportamental dos funcionários. Treinou, até hoje, mais de 5 mil pessoas oriundas de empresas, escolas e obras sociais, em cursos diversos nas áreas de “Modulação do Comportamento e das Emoções”, “Comunicação em Público”, “Fala Assertiva” e “Treino Assertivo para Pais e Educadores”.

Como escritora, tem um livro técnico recentemente lançado - "Atitude Positiva - Por que e como ela pode determinar seus resultados", escrito em parceria com o amigo e empresário Paulo Corsi, e dois romances escritos, dos quais um deles venceu um concurso literário nacional e foi publicado em 2019 - "O menino sem chapéu". Seu mais sincero desejo é que suas histórias possam penetrar suavemente nas mentes e nos corações de seus leitores e guiá-los a profundas reflexões, a importantes tomadas de decisões, a questionamentos saudáveis e oportunos e a mudanças de rota, quando necessário. 

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre os livros "Atitude positiva" e "O menino sem chapéu". O que motivou a escrevê-los?

"O menino sem chapéu" surgiu de um intenso desejo de falar sobre problemas ligados a preconceitos e comportamentos extremistas, e ao mesmo tempo de reforçar a importância da jornada em busca de autoconhecimento, harmonia, autossuperação e autorrealização. Trata-se de um romance para adultos envolvente e com final surpreendente.
Já o livro "Atitude Positiva" nasceu da vontade de os autores chamarem a atenção dos leitores para a importância de identificarem sua própria atitude e as dos outros com quem convivem, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Os capítulos se basearam nas próprias conversas entre os autores sobre o tema e na observação de que, em grande parte das vezes, quem tem uma atitude negativa perante a vida não consegue identificar tão facilmente que age assim e as consequências podem ser desastrosas. O livro é um convite à autorreflexão e presenteia o leitor com várias técnicas diferentes e embasadas para mudar seu comportamento e sua atitude, se necessário.

O que é ter atitude positiva? Como desenvolvê-la?

Agimos, na maior parte das vezes, de forma automática e, por isso mesmo, nem sabemos identificar nossa tendência: se temos inclinação a mais atitudes positivas ou negativas. Precisamos avaliar como estão nossos recursos de enfrentamento, ou seja, nossos esforços ou estratégias para confrontar o que nos acontece na vida.

Temos, dessa forma, uma ATITUDE:
- POSITIVA - quando fazemos um enfrentamento da realidade que nos seja favorável e buscamos pontos de que gostamos ou de concordância ou simpatia;

- NEGATIVA - quando nos inclinamos a agir de forma desfavorável, dando ênfase ao que não gostamos, não simpatizamos, não apoiamos.
É possível e desejável desenvolvermos uma atitude positiva em nossas vidas. Para isso, existem várias ferramentas e recursos comportamentais abordados no livro, como: o fortalecimento de nossa inteligência emocional, o aumento de nossa maturidade, a criação e reforçamento de hábitos possibilitadores, além de estratégias para o desenvolvimento de uma comunicação mais assertiva e menos violenta, o que propicia a melhoria da qualidade de nossos relacionamentos pessoais e profissionais.

Como analisa a questão da leitura no país?

Infelizmente, percebo que o hábito da leitura está caindo dia a dia em nosso país. Como neuropsicóloga, sempre indico o exercício da leitura como uma das formas mais eficazes de se manter o bom funcionamento cognitivo, mas não qualquer forma de leitura (como as que mais fazemos hoje em dia em frente às telas, superficiais e não lineares), mas sim as leituras profundas, que geram a ancoragem da memória e o aprendizado profundo. Também como especialista na área de Dependências Tecnológicas, cada vez mais percebo que uma das principais habilidades que o cérebro de quem abusa da tecnologia está perdendo é a capacidade de ler, de focar, de se concentrar, de viver o momento presente. As áreas do cérebro acessadas pela leitura profunda e pelo escaneamento de leitura superficial são diferentes. Enquanto as primeiras promovem bem-estar e aumentam nossas reservas cognitivas, promovendo a autorregulação mental, as últimas aumentam a sobrecarga mental com a quantidade absurda de informação (e desinformação). Esses são importantes pontos de atenção, que devem ser levados em conta por todos: pessoas que liam muito e hoje já não conseguem mais, pessoas que tiveram muito pouco o prazer de experimentar uma leitura profunda antes de se voltar para o uso abusivo de telas, e principalmente pais e educadores de crianças e adolescentes que, se não souberem ser exemplo e incentivar, seus filhos nunca saberão o que é se entregar a uma deliciosa leitura que faz bem à mente e às emoções. Se soubermos dosar a tecnologia em nossas vidas, teremos tempo para ler e continuar a aprimorar nossos cérebros e, aí sim, conseguiremos usufruir o melhor da era digital, sem perder funções cognitivas elementares.

O que tem lido ultimamente?

Leituras técnicas de minha área de atuação: vários artigos científicos sobre escalas e instrumentos de trabalho na área neuropsicológica, e também acabei no último mês "A fábrica de cretinos digitais" de Michel Desmurget e "O Cérebro Adolescente" de Daniel J. Siegel.
Sempre reservo algumas horas nos finais de semana para leitura por prazer, é meu hobby. E também na última meia hora da noite, antes de dormir, pratico a Higiene do Sono, quando aproveito para ler algum romance ou literatura não técnica. Terminei no mês passado "O Estrangeiro" de  Albert Camus e "21 lições para o Século 21" do Dr. Yuval Noah Harari. Comecei, há uma semana, "A sombra do vento" de Carlos Ruiz Zafón.

Mais informações:
www.carinaroma.com.br
@carinaroma.psi (redes sociais)
 

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021) e Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura. 

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro se denomina Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023). 

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