Uma noite, quando me preparava para dormir, o Omni-Computador de meu quarto de dormir me contou uma história curiosa. Eu precisava de inspiração para escrever uma história adulta, sem ser apelativa, e não tinha quaisquer ideias interessantes.
A história não era muito comprida, mas possuía muitos quês, que a tornavam fascinante e bombástica. O Omni-Computador começou:
Era a época do início das viagens pelo Sistema Solar. Dez anos depois, encontrara-se microorganismos deprimentes e fúteis em Marte e Titâ. Únicos a provar que um tipo de vida diferente da nossa existia no Sistema. Na verdade, foi no alvorescer do Século XXI, que detectara-se bactérias em um lago nos Estados Unidos da América, cuja composição baseava-se no Arsênico, elemento químico diferente do nosso Carbono.
Porém... quando chegamos à décima lua de Plutão, o Hades e o Tártaro nos levaram a desejar desmantelar de modo inexorável Pluto-10. Com nosso arsenal de neutrinos e antimatéria em quantidade descomunal, para o que tínhamos em 2.900 d.C. deixamos no lugar do planetoide alguns fótons e nêutrons.
O que poderíamos imaginar, que era tão perigoso, que nem barreiras sucessivas de campos de força poderiam detê-lo, nem armas detratoras atuando nas frequências da emissão de energia de buracos negros?
Não havia nada, em Pluto-10, que nos parecesse terrível e letal. Mas uma carta fora deixada em 10.000.000 de línguas, incluindo as terrestres. Em inglês, foram deixados indícios de como destruir a Terra, de um modo que o vórtex de gravidade quântica deixado após a aniquilação de tudo o que existia no globo atrairia tudo o que existia no Universo. E como Universo, queria-se dizer o Universo visto sob as frequências visíveis, abaixo e acima da luz, sem deixar-se de lado qualquer número ou qualquer fator.
De 2.900 d.C. a 3.000 d.C., todos os esforços de cada homem, mulher e adolescente foi direcionado no sentido de se construir naves, armas, novos propulsores e uma nova tecnologia para que se defendesse nosso mundo. Um sextilhão de toneladas de tudo o que existia em termos de recursos naturais foi declarado de interesse público para a defesa global. Construiu-se prisões, para os agitadores e déspotas que se diziam contrários a tal gasto.
Não se sabia de que forma o ataque ao Sistema Solar viria, mas havia uma única defesa que nos era proibida: lançar o inimigo para um dos inúmeros Universos Paralelos, em que poderíamos enclausurar o atacante pela Eternidade. Isso era uma Lei tão Geral quanto as Leis da Relatividade Especial, Geral e as Leis Físicas que uniam as Leis da Mecânica Quântica e as primeiras duas Teorias de Einstein, tornadas Leis após 5 séculos de desenvolvimento, desde que foram escritas.
Mas, um dia em que nossas forças que vigiavam os limites do Sistema Solar estavam atentas, algo muito sutil aconteceu com os equipamentos de sonho gerados e manipulados pela mente humana. A quantidade de energia gerada no primeiro ataque foi tão descomunal, que desarmou nossas naves galácticas mais frágeis. Um décimo-nanossegundo de tempo mais tarde, dez mil decilhões de ergs de um campo avassalador de energia atingiu o inimigo, que nos pareceu tão formidável quanto um buraco negro podia se tornar, como arma.
Porém, na realidade, nosso adversário podia ser tudo, menos um buraco negro. Este pode dobrar matéria e energia, tragar aglomerados globulares de estrelas e em um caso, a seiscentos bilhões de anos-luz da Terra, um caso de destruição total de uma galáxia contendo um trilhão de estrelas foi registrado e observado.
Esperou-se pelo imprevisível.
Aguardou-se de modo tenso e ansioso pelo próximo ataque.
Evitou-se concluir que o alienígena pudesse retaliar.
E, após dois dias sem sinal de ataque mental, físico ou metafísico, pudemos descansar com nossa parte consciente do corpo. O inconsciente permanecia em segundo plano, sempre vigilante.
Quando o Omni-Computador terminou a narrativa, encontrei-me encharcado de suor. Emiti uma onda de pensamento e o computador respondeu, na mesma frequência mental:
Um homem, talvez o ser humano com inconsciente mais amplo e poderoso que uma vez existira, partiu para solucionar o enigma. Voltou em uma semana, branco como gelo, impassível como os androides que você viu nos cursos de História da Cibernética e sem sentimento algum. Sei o que aconteceu. Mas vou contar a você o que este ultra-homem fez: caminhou em direção a um dos nossos reatores de antimatéria, sem antes criar uma esfera de campos de força ao redor do edifício e seus subterrâneos, onde o reator se encontrava.
Somente uma mente tão poderosa como a de Lant podia destruir tal quantidade de antimatéira armazenada no núcleo do reator e impedir que tal explosão desencadeasse uma explosão de supernova, bem no centro de nossas forças e nosso governo galáctico.
— Quem ele era, Omni?
Omni imprimiu em papel fotográfico de alta resolução a resposta.
Boa noite, rapaz. Bons sonhos do inconsciente.
O computador se desligou e eu agarrei o papel.
O nome era de meu querido e amado pai, o primeiro presidente a se tornar governante de um único planeta, Terra.
Grandiosidade. Quisera essa narrativa vire realidade
ResponderExcluirÉ um exemplo, Daniel, de como forças aparentemente invencíveis podem ser derrotadas por outras, igualmente inexpugnáveis
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