João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Cieli Silva e o livro A senha, por Cida Simka e Sérgio Simka

Cieli Silva - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.

Nascida no Paraná, mas moro em São Paulo com um filho e uma gata. Apaixonada por leitura, em 2019 resolvi me aventurar na escrita. Comecei escrevendo contos de diversos gêneros (romance erótico, drama, suspense), depois escrevi uma noveleta dark fantasy, onde recebi o prêmio Ecos de Literatura nas categorias de melhor autor digital e melhor e-book, e agora em julho 2022 lancei meu primeiro romance, o suspense “A Senha”.

Encontrei na leitura e na escrita um meio de fugir da realidade e viver vidas paralelas.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo?

Eu amo livros de terror, suspense, psicopatas, thrillers, dramas familiares. Escrevi um conto sobre um psicopata, “Baú de lembranças”, e foi muito fácil narrar as cenas de morte e o modo operante dele.
Então já estava com vontade de escrever um suspense, algo que fosse deixar o leitor intrigado.

Sonhei que estava eu e minha mãe andando na rua e um assaltante roubava a bolsa dela. Ela entregava a bolsa e corria, mas mesmo assim o assaltante atirava nela. Ele se assustava e se atrapalhava e acabava deixando a arma cair no chão. Eu pegava a arma e atirava mais na minha mãe.

Acredite, foi horrível, acordei chorando. Como eu podia atirar na minha própria mãe, mesmo ela já caída no chão sangrando, aparentemente já morta.

A partir desse sonho, bolei todo o enredo de “A Senha”. Uma história sobre problemas familiares, ganância, egoísmo, filhas tentando matar mãe, traições, com muitas mortes, tiro, sangue e plot twist que vem surpreendendo os leitores. 

Conte-nos como foi a sua ida à Bienal do Livro. 

Foi incrível!

Bienal do livro é o paraíso de todo leitor. Antes de eu ser autora, sou leitora e fã de vários autores. Fiquei 5 horas na fila para autógrafos do Raphael Montes, encontrei com André Vianco, meu mestre, meu mentor, minha fonte de inspiração e desta vez eu que autografei um livro meu para ele. Sensação maravilhosa entregar uma obra minha para o autor que me ensinou e me incentivou a escrever.

Meu livro ficou pronto bem na semana da Bienal, portanto consegui entregar para leitores, autografar, tirar fotos. É incrível o carinho das pessoas, o apoio, abraços quentinhos. O dia em que eu tiver uma fila de leitores esperando por mim, certeza que terei um treco, vou chorar feito criança. 

Como analisa a questão da leitura no país?

Vejo muito o povo falando “brasileiro não gosta de ler”, e, sinceramente, acho que parte da culpa é das escolas que obrigam adolescentes do ensino médio a ler Machado de Assis, Aluísio Azevedo, entre outros clássicos nacionais.

Eu fui uma adolescente que odiava ler, fui obrigada a ler algo que não me agradava na época e isso me fez ter vontade de não ler nunca nada. Fui virar leitora com uns 20 anos quando um amigo do trabalho me ofereceu um livro emprestado. Era um livro de fantasia voltado para o terror e eu me apaixonei. Comecei a ler tudo e mais um pouco. Acredito que existe leitor para tudo, leitor de todos os gêneros. Tem aqueles que amam um romance, outros que amam um terror, outros que amam autoajuda... Falta apenas as pessoas descobrirem o que gostam de ler.

Concordo que é importante conhecermos os clássicos nacionais, mas acredito que se na escola fosse incentivado ler livros com uma linguagem mais fácil e mais apropriados para adolescentes, teríamos muito mais leitores e muito mais adultos apaixonados por leitura.

Pede pra um adolescente ler Harry Potter ou Crepúsculo pra ver se não vai ler sorrindo e com gosto.

Acho que falta incentivo. Ainda mais nos dias de hoje onde você vê crianças com celulares, com jogos. Cadê o incentivo para ler um livro? E o lugar que incentiva (escola) obriga a ler livros que não geram interesse. Aí fica difícil brasileiro gostar de ler.

Temos muita gente que ama a leitura e entende os benefícios que um livro traz, mas poderíamos ter muito mais. 

Outra pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.

Somente finalizar dizendo que agradeço muito a todos os leitores que estão conhecendo minhas obras, por todo apoio, elogios, incentivo e críticas também. Críticas construtivas me fazem evoluir cada dia mais e apresentar um trabalho cada dia melhor.  Sem os leitores não sou nada, meu livro fica abandonado numa prateleira qualquer.

Agradeço de coração a todos.

 Obrigada pelo espaço e deixo aqui o convite para conhecer meu lançamento A Senha. 

Link para o livro: https://the-four-editora.lojaintegrada.com.br/pre-venda--a-senha-cieli-silva 

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020), O medo que nos envolve (Editora Verlidelas, 2021) e Queimem as bruxas: contos sobre intolerância (Editora Verlidelas, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). 

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