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A professora Rosi Cassiano incentivou os moradores de uma cidade italiana a criar capas artesanais de caderno; a história resultou na história que será lançada nesta sexta-feira
Por Maria Cláudia Miguel e Laureane Schimidt - assessoria de imprensa FSF
Durante a pandemia, mesmo com os desafios, muita gente se deparou com as necessidades coletivas urgentes que vinham não somente com o vírus, mas com a fome, a sede, e todo tipo de vulnerabilidade social. Foi nesse cenário que a professora de Educação Infantil Rosi Cassiano, brasileira radicada na Itália, serviu de farol na pequena cidade de San Fermo della Battaglia, na província de Lombardia.
Como voluntária da iniciativa chamada “Cadernos Fraternos”, apoiada pela Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), Rosi foi movida pela inspiradora ideia de convidar os moradores do local a confeccionarem capas de cadernos, que serviriam de material escolar para as crianças acolhidas em Moçambique, na África (lá, as crianças recebem um bloquinho por ano do governo; e para treinar a caligrafia, escrevem na areia, até estarem aptas a utilizar as folhas), e de cidades brasileiras.
A experiência da professora Rosi, que resultou em cerca de 350 capas, está agora contada nas páginas do livro “Rosi e os Cadernos Fraternos”, de autoria de Rita Foelker, moradora em Jundiaí (SP). O lançamento, com a participação da educadora e da escritora, será na Pinacoteca de Santos (SP), no dia 15 de julho, sexta-feira.
Livro que leva água
Além de relatar a potente história, o livro “Rosi e os Cadernos Fraternos” terá a arrecadação destinada à iniciativa de voluntários “Água para Madagascar”, da FSF, com a missão de levar água limpa e potável para as crianças acolhidas no Sul da ilha africana, um dos braços do projeto Ação Madagascar.
O projeto Ação Madagascar atua em 12 Centros de acolhimento com a entrega de quase 12 mil refeições (11.993) e 5095 tratamentos nutricionais por mês.
O acesso à água nesta região do país é escasso, o clima é de semideserto e atravessa a pior seca dos últimos 30 anos. A população chega a ficar até um ano sem que uma gota de água caia do céu e metade dela não tem acesso à água potável, o que provoca inúmeros casos de desnutrição severa.
Para matar a sede da comunidade, uma vez por mês, os voluntários compram carros-pipa com capacidade de 5 mil litros a um custo médio de $50 (o equivalente a quase R$238). O custo alto e a dificuldade na logística (há apenas um carro-pipa disponível na região para aluguel), o oferecimento de água ainda é limitado e apenas três comunidades são abastecidas com água potável para que consigam beber e cozinhar.
A distribuição de água por carro-pipa ainda é a mais viável, já que a perfuração de poços é cara, em torno de R$240mil, profunda, mais de 40 metros de profundidade, e nem sempre com a certeza do recurso natural disponível e permanente.
Sem o fornecimento de água contínua por parte das doações, a população precisa dividir com os animais a lama do que sobra das poças feitas pelas chuvas – quando acontecem. É da água suja, contaminada e malcheirosa que eles cozinham, tomam banho e bebem.
Cadernos Fraternos
A ação “Cadernos Fraternos”, coordenada pela pedagoga Ana Lúcia Caetano, moradora de Santos – SP, movimenta, desde 2015, mais de mil voluntários espalhados em seis polos no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais) e em outros cinco internacionais (Itália, Portugal, Espanha, França e Estados Unidos). Nos últimos foram entregues mais de 10 mil cadernos com as capas artesanais.
Serviço
Lançamento
Livro “Rosi e os Cadernos Fraternos”, de Rita Foelker
Quando: 15 de julho, sexta-feira
Horário: das 16h30 às 20h.
Onde: Pinacoteca de Santos – SP
(Av. Bartolomeu de Gusmão, 15. Santos. SP).
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