Renata Stuani é jornalista e trabalhou por mais de 20 anos na Imprensa em São Paulo. Depois mudou para Brasília e trabalhou no governo federal. Quando criança, manteve diários. Mas só começou a escrever poemas depois dos 40 anos. Já morou em Portugal e Peru e está de mudança para os EUA.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Renata de Alcântara Stuani: “Eu sempre escrevi profissionalmente como jornalista. Quando parei de trabalhar, por questões familiares, passei a ter uma necessidade íntima de escrever ideias e imagens que foram se transformando em poemas. Participei de antologias que foram publicadas no Brasil e em Portugal. Mas ainda tenho dificuldade de me ver como escritora.”
Conexão Literatura: Você é autora do livro "Melancolicamente”. Poderia comentar?
Renata de Alcântara Stuani:
“O título do livro casa com a essência melancólica de alguns poemas, mas também com a atual circunstância do Brasil e do mundo. São cerca de 100 poemas que foram feitos ao longo de sete anos. Acho que o poeta é o escritor que atribui significado às coisas mais simples da realidade. Os textos do livro mostram que eu tenho várias vozes poéticas, algumas delicadas, outras violentas, como se fossem vários personagens. Tem alguns poemas concisos e outros mais longos. Acho que um bom poema deve ter uma dimensão estética e capacidade de emocionar”
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Renata de Alcântara Stuani: Comecei a compor poemas em 2015, quando morava em Lima, no Peru. Passei a ler bastante poesia só depois que comecei a escrever artisticamente. Mas não tinha certeza de publicar um dia. Em 2018, voltei para minha cidade, São Paulo. Quando estourou a crise do coronavírus eu achei que precisava salvar os poemas e que publicá-los seria a melhor maneira de fazer isso. Em 2021, conheci o Vitor Uchôa, editor da Luva Editora, e fomos nos comunicando on line. No segundo semestre de 2021 nós organizamos o livro, dividimos as seções e chamamos a artista brasileira Carolina Nery para fazer a arte da capa. No total, foram 6 meses trabalhando no livro em si, que ficou pronto em dezembro de 2021. E mais de 7 anos desde os primeiros poemas até ter o livro nas mãos.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Renata de Alcântara Stuani: Meus poemas são como filhos, difícil pra mim destacar um. O texto que abre o livro, Menina não realizada, foi o primeiro poema que escrevi. Os leitores comentam muito a crônica poética sobre o dia em que eu contei a meu pai que o músico dos Beatles, John Lennon, havia morrido. O texto mais difícil foi o ´Autismo, Vozes da Solidão´: levou uns 5 anos para eu achar que estava em condições de publicar. Eu quis fechar o livro com um poema de Natal que fiz em homenagem ao povo quéchua, com quem convivi no Peru.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Renata de Alcântara Stuani: Para adquirir o livro a pessoa precisa entrar em contato com a Luva Editora (https://luvaeditora.com.br) ou comigo mesma (Instagram: renata.stuani)
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Renata de Alcântara Stuani: Não sei se um dia vou publicar outro livro de poemas. Mas também tenho contos que estou pensando em publicar. Meus contos são estranhos e meio dark, como alguns dos poemas.
Perguntas rápidas:
Um livro: Ciranda de Pedra, de Lygia Fagundes Telles (o primeiro livro adulto que eu li, aos 11 anos)
Um (a) autor (a): Cesar Vallejo, poeta peruano
Um ator ou atriz: Louis Garrel, ator francês
Um filme: Amadeus, do Milos Forman
Um dia especial: Quando nasceu minha filha, Lara
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Renata de Alcântara Stuani: Eu acho que toda mulher que escreve está fazendo política. Eu tenho consciência da dimensão política do ´Melancolicamente´. As mulheres não votavam até o século 20 e não foram alfabetizadas durante séculos. Então acho muito legal que as mulheres estejam fortalecendo sua voz na literatura, especialmente na América Latina.
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