Biografia da Autora
Fatemeh Kalantari nasceu em 19 de setembro de 1978, em Teerã, Irã. Ela é graduada em Contabilidade, tendo também formação acadêmica em escrita de roteiro. Fez cinco curtas-metragens e publicou quatro livros de poesia no Irã.
Sinopse e link do livro
É com a intenção de dar vazão às mais diferentes e intrínsecas reflexões sobre a alma feminina que a iraniana Fatemeh Kalantari traz, nessa reunião de poesias, pontos de vista, experiências e reminiscências acerca do vínculo das mulheres com o mundo contemporâneo no que diz respeito aos laços familiares e à experiência de diversas formas de amor, entre elas a maternidade.
Suas palavras também carregam o peso da guerra e de seus efeitos, da crueldade de um mundo confuso e em conflito, da influência da religião e da esperança, além do toque não só abstrato, como também impiedoso do fim da vida.
Suas poesias são entremeadas com o trabalho do artista plástico brasileiro Sandro Braga, cujas ilustrações, através de suas cores, formas e singeleza, nos mostram momentos de essência vital em um mundo atordoado pela correria moderna.
ENTREVISTA
Revista Conexão Literatura: Você poderia contar aos nossos leitores sobre seu início no mundo literário?
Fatemeh Kalantari: Tenho interesse em escrever desde o ensino fundamental. A primeira vez que escrevi algo como um poema remonta à minha quinta série. Cada vez que me lembro dessa época, vejo uma garotinha com uma velha mala marrom deixada pelo pai, uma garotinha que mirava a foto desse pai depois que ele faleceu. A mala continha papel e caneta para escrever. Devo dizer que as primeiras sementes de minha ligação com o mundo da imaginação e da abstração foi a chama de uma vela na qual eu tentava encontrar a imagem do meu pai e me sentava em diálogo com ele, os quartos vazios da minha infância tornaram-se para mim uma página em branco, na qual escrevia com meus próprios olhos sobre a família, os amigos e o mundo. Acabei o ensino médio, e a caneta passou a ser minha única companheira constante, até que iniciei minhas atividades literárias no campo da poesia em 2001, participando de associações de poesia e participando de congressos literários. Sem dúvida, as palavras e a linguagem atingem a maturidade ao longo da trajetória de vida e os primeiros anos são uma espécie de prática da escrita e, em sentido mais amplo, toda a vida da escrita de um artista é uma prática da linguagem e das palavras de acordo com sua visão de mundo. Publiquei livros no campo da poesia, cada um dos quais foi uma experiência do processo de viver e estar profundamente deslumbrada em mim mesma, nos outros e no mundo. A publicação de quatro coleções de poesia no Irã, uma coleção de poemas na Plataforma Amazon e a publicação de um romance em persa e inglês são, até hoje, exercícios de uma mulher que quer continuar vivendo no mundo da poesia e da escrita. Porque eu nunca fui capaz de imaginar um mundo sem poesia e sem palavras desde minha infância.
Revista Conexão Literatura: Você é autora do livro “Alma das Mulheres”, uma obra poética publicada pela Paradise Ocean Books, poderia comentar?
Fatemeh Kalantari: O livro "Alma das Mulheres", publicado em português pela Paradise Ocean Books, contém poemas que refletem a vida interior e social de uma poetisa que tenta entregar a si mesma e seu corpo ao nascimento eterno com a arma da poesia através dos órgãos e tecidos de seu corpo.
Revista Conexão Literatura: Como foi o processo de escrita do livro e quanto tempo levou para concluí-lo?
Fatemeh Kalantari: Um café chamado "Nafas" na esquina da rua Vesal Shirazi em Teerã, capital do Irã, foi meu altar altar para a escrita que abrigou minhas palavras todos os dias por oito anos. Os poemas deste livro também nasceram naquele altar, um nascimento na multidão de orientações e despedidas, lágrimas e risos que emanavam das mesas espalhadas pelo café, das pessoas que ora deixavam os lábios nas mesas e ora as mãos permaneciam na xícara fria de chá. Depois de me despedir, minhas palavras removiam o restante das mesas e as ligavam à poesia no papel. Meus poemas não eram "meus" poemas, pertenciam a milhares de "eus" que se reproduziam nas camadas do meu ser. Foi assim que palavra por palavra foi se somando e o livro “Alma das Mulheres” nasceu misturado ao fluxo de cafés expressos, latte e bolos com sabores diversos, ora com cafés amargos, ora doces.
Revista Conexão Literatura: Você poderia destacar um trecho que você considera especial em seu livro?
Fatemeh Kalantari: O destaque mais importante dentre os poemas do livro “Alma das Mulheres” é o constante desafio entre os três pontos de nascimento, vida e morte, estação em que a poetisa entra pela primeira vez na carroça do parto e se pergunta constantemente: O que é aniversário? Que pergunta: esta faca que esfaqueia bolos de aniversário quer responder, e o poeta grita para um oceano no meio do pântano da vida, movendo-se para ele palavra por palavra, e sabe que a morte é o nascimento evaporativo de um sol ardente? Raios em uma lagoa fluem em suas palavras.
Revista Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir seu livro e conhecer um pouco mais sobre você e sua obra literária?
Fatemeh Kalantari: O livro "Alma das Mulheres" foi publicado pela Paradise Ocean Books e os interessados podem baixá-lo acessando o site da Amazon e pesquisando o nome do livro.
Revista Conexão Literatura: Há novos projetos na agenda?
Fatemeh Kalantari: Estou compilando uma coleção de poemas e escrevendo um romance que espero que seja publicado internacionalmente em um futuro próximo.
Perguntas rápidas:
Um livro: Em busca do tempo perdido
Um autor: Adeline Virginia Woolf
Um ator ou atriz: Kevin Spacey
Filme: A Redenção de Shawshank
Um dia especial: Dia Mundial da Poesia
Revista Conexão Literatura: Você gostaria de encerrar com mais algum comentário ou mensagem para os leitores?
Fatemeh Kalantari: Obrigada por me dar seu tempo, espero que a poesia e as palavras sejam como uma ponte eterna de comunicação com o público, artistas e amantes da palavra em todo o mundo, para que o amor, paz e amizade sejam palavras comuns e que não exista limites que separem os seres humanos.
Belíssimo relato de sua infância! Consigo vislumbrar a cena de seus olhos escrevendo suas emoções. Parabéns pela sua trajetória !
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