Fale-nos sobre você.
Sou uma mulher com deficiência física, nascida na cidade de Jequié-BA, apaixonada por literatura e por pesquisas na área da deficiência. Fiz graduação em Ciências Biológicas, mestrado em Enfermagem e Saúde e doutorado em Política Científica e Tecnológica, sempre estudando a deficiência ou temas relacionados a ela. Utilizo minhas vivências e o conhecimento que obtive com minhas pesquisas para criar histórias que visam não apenas entreter, mas também estimular a reflexão sobre as questões que permeiam o universo das pessoas com deficiência.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre seus livros. O que motivou a escrevê-los?
Até o momento, publiquei dois
contos, “(In)visível” e “Assim como você”, um conto estendido de
suspense/terror (“O que a noite esconde”) e três romances: “Entrelace: Caminhos
que se Cruzam ao acaso”, “Uma chance para recomeçar” e “As lágrimas em seus
olhos”. No início deste ano, pretendo publicar o romance “As lembranças em
nós”, que é a continuação de “As lágrimas em seus olhos”. Embora sejam
diferentes, todos os meus livros e contos abordam as várias facetas de uma
mesma temática: a deficiência. Isso tem uma relação direta com minha motivação
para escrevê-los. Comecei a escrever aos 13 anos, pois não me sentia
representada nos livros que lia. Tenho uma deficiência física e, naquela época,
era raro encontrar livros com personagens com deficiência e, quando os
encontrava, a deficiência era abordada como algo tão terrível que o personagem
precisava se livrar magicamente da deficiência para ser feliz no final. Em meus
livros, busco dar visibilidade e voz às pessoas com deficiência.
Como analisa a questão da leitura no país?
Essa é uma questão complexa.
Historicamente, o Brasil não é um país com tradição de investimento maciço em
educação e leitura. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (resultados
publicados em 2020) corrobora esse fato ao apontar que 52% da população
brasileira é leitora. A pesquisa considerou leitor a pessoa que lê pelo menos 1
livro a cada 3 meses e apontou que houve a redução de 4% em relação à pesquisa
anterior, publicada em 2015, que apontava que 56% da população brasileira era
leitora. Os dados da pesquisa não são muito alentadores; mas desejo e tenho
esperanças de que, um dia, o número de leitores brasileiros aumente e que o
Brasil se torne um país onde todas as pessoas tenham acesso ao livro e que este
passe a fazer parte da cesta básica.
O que tem lido ultimamente?
Estou terminando o romance nacional Pele Vermelha da escritora Michelle Castelli.
Que dicas poderia fornecer a quem deseja ser um escritor?
Leia bastante (um bom escritor é um bom leitor), pesquise sobre o que deseja escrever (uma boa pesquisa faz parte de um bom livro) e escreva sobre aquilo que conhece (mesmo que você não tenha vivenciado aquilo sobre o que vai escrever, a pesquisa lhe dará conhecimento para criar uma boa história).
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos
livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita:
atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca
(Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no
castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora
Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o
campus (Editora Verlidelas, 2020), O medo que nos envolve (Editora Verlidelas,
2021) e Queimem as bruxas: contos sobre intolerância (Editora Verlidelas,
2021). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde
1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de
gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil.
Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru.
Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se
intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora
Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto
número 2 (Editora Uirapuru, 2021).
Adorei participar da entrevista! Muito obrigada pela oportunidade, Cida e Sérgio!
ResponderExcluirAbraços,
Diana Scarpine.
Adorei a entrevis Diana. Maravilhoso!
ResponderExcluirParabéns Cida Simka e Sergio Simka pela entrevista com Diana Scarpine.
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