Um homem que poderia prever o futuro. Uma pessoa que seria capaz de lembrar-se de tudo, desde o nascimento. Alguém com Q.I. impossível de ser mensurado.
Este era Armand, um metro e setenta e cinco centímetros de altura, mais de um metro de ombro a ombro, prestes a negociar seus préstimos com o que era a principal empresa de armamentos do mundo, a Lockheed Martin. O salão de conferência conferia uma atmosfera de ensino, um quadro negro de lado a lado do imenso aposento, trezentas carteiras espaçada entre si pelo menos dois metros. Uma lembrança dos tempos do coronavírus, a ser lembrada a qualquer custo.
— Armand, você decidiu pela nossa empresa, é o que me disse ao telefone. Por quê?
— Minhas capacidades inatas são capazes de muito. Falei a você que poderei lhes apresentar uma visão de extrema utilidade sobre a Lockheed Martin, a Boeing, a fabricante do fuzil automático Kalashnikov...
— E que o inventor dele falava ser uma arma de defesa, e não uma arma de ataque ofensivo — riu McGavin, com quem Armand havia pedido ser realizado o encontro a sete chaves naquele salão de conferências.
Armand permaneceu sério e levantou-se da mesa principal do salão, no centro do tablado, cercado pelas carteiras, na parte mais baixa do recinto. Pensou por um minuto e disse:
— Esta empresa está condenada. A não ser que tomemos algumas atitudes. Temos de aumentar o número de acionistas, oferecendo nossas ações mais barato que de outras empresas rivais. A Boeing é a nossa maior concorrente. Abaixou o valor de suas ações em dez créditos terrestres e a Patton VSI tem subido seu ativo em um ritmo que em um ano se equiparará a este. Os lucros com a venda de armamentos da Lockheed Martin estão altos, mas serão ultrapassados.
— Quais são as suas capacidades, Armand?
— Suficientes para construir setenta mil geradores de lasers acoplados a satélites orbitais e dez mil estações espaciais contendo cada uma dez aceleradores de partículas, em um ano. Se vocês seguirem à risca o que vou lhes falar.
Armand falou, e como! Os diretores e o presidente sênior da Lockheed Martin ficaram em silêncio, durante a explanação que o francês fazia. Até para homens como os figurões da Lockheed, aquilo impressionava. Mas temiam que a empresa, com dívidas com o governo central terrestre, pudesse vir a naufragar. Porém, admitiam que Armand podia ser bem convincente. Apresentava números, estatísticas, informações que eles não tinham em mãos, mas em mente. Dados ultrassecretos que viriam a ser utilíssimos.
Qual o problema com os altos executivos da firma? Não tinham coragem nem iniciativa para tomarem ações a esse nível de risco. A reunião foi tensa, ao final. Os donos da Lockheed Martin não estavam de acordo em reformular as políticas de redução de funcionários. Todos eram preciosos, todos tinham um papel importante a ser feito. Uma aeronave hipersônica “Stealth F-40” possuía um sistema de decolagem na vertical que estava gerações à frente de todos os outros caças furtivos que nem a Rússia e a China possuíam e sequer haviam colocado no papel.
Armand foi hábil. Disse que os computadores da Lockheed deveriam estar desatualizados, com bugs e malwares, pois, a julgar pelas informações e pela morosidade dos chefes da empresa em já dever ter tomado alguma atitude, era desmoralizante.
Depois de ganhar um crachá e um cartão eletromagnético de senha dupla para transitar pelas dependências da sede da empresa e analisar por si mesmo a qualidade dos serviços, da produção e da parte informatizada de Classe “000”, ou nível máximo de sigilo, saíram do salão. Todos carregavam maletas com hiperbooks, computadores com vinte a cinquenta terabytes de memória e velocidade vinte vezes maior que os computadores pessoais do início do Século XXI, mas Armand saíra de mãos vazias.
Armand foi para o pátio de demonstração das aeronaves em uso e em fase de protótipo. Demorou-se o resto do dia, examinando cada unidade. Focou a atenção no caça F-40. Decidiu-se.
McGavin era o responsável por aprovar as armas em fase de protótipo e em dar o veredito final para o seu uso em espionagem e ataques furtivos. Era a parte mais importante da empresa, o setor de aviões, navios e tanques “Stealth”.
— Estamos à beira de uma catástrofe, McGavin. Já aprovou o F-40 para uso militar efetivo?
— Falta assinar alguns documentos. Por quê?
— A cada segundo, perdemos terreno, em tecnologia e em rendimentos. O F-40 não pode ser posto em prática — antes do outro tomar a palavra, Armand foi direto ao ponto. — Examinei o cockpit da aeronave, os aviônicos estraram em pane quando eu efetuei esta mudança. Veja.
O francês filmara o cockpit. No exato momento em que inseria um cartão de memória em uma ranhura no painel de controle, a tela Super-Hud de três dimensões escureceu e os dados apresentados pelo computador de bordo passaram pela tela no centro do console números que indicavam que o caça estava pronto para descarregar dez mil toneladas de armas nucleares sobre o alvo, uma grande cidade americana. E seguir para o espaço aéreo da China e da Rússia, jogando mais cinco mil toneladas de bombas de hidrogênio nas capitais desses países. Armand tomou a palavra, antes que o executivo da firma começasse a gritar ou ordenasse a prisão de Armand.
— Não alterei ou sabotei os instrumentos do F-40, McGavin. Isso — ele mostrou ao outro o cartão que havia inserido no painel de controle do caça — é o que coloquei no painel do caça. Mande analisar. É um verificador global de malwares, spywares, trojans, ramsonwares, etc. Para todo tipo de vírus que os hackers possam inventar, eu criei um antivírus respectivo e gravei-os nesse cartão de memória de um terabyte.
McGavin franziu a testa, apanhou o cartão e saiu de seu gabinete. Armand ouviu-o falar para um guarda para reunirem seis outros armados para vigiarem a saleta. O francês decidiu sentar-se na poltrona do outro lado do lugar de McGavin.
Passaram-se três horas. Armand estava confiante. Seu pacote de antivírus revelava o que ele realmente era, um verificador de arquivos de vírus que, ao mesmo tempo em que os acusava, também os punha a se ativar. O F-40 estava infectado e sem uma revisão nos computadores e nos aviônicos, não poderia sair do chão.
McGavin entrou no gabinete, acompanhado do oficial de alta segurança, do presidente da Lockheed e de um cientista que trabalhava para eles. O cientista, Derekh Vlado, que viera da Federação Russa, começou a falar:
— Foi você quem criou isto, senhor Armand? — e mostrou a ele o cartão que McGavin havia apanhado no gabinete.
— Sim — respondeu Armand, calmo, pois ele sabia que estava repleto de razão.
— Achamos um programa antivírus que nunca vimo ou imaginamos que pudesse ser feito. Está gravado no cartão como ANTI-VHB-71B. Pode nos explicar como o desenvolveu?
— Claro. Alterei dez antivírus que existem nas dez mais importantes Universidades do governo mundial, nos cinco continentes, aproveitei o que existe de mais eficaz contra os malwares para os quais há controle efetivo e alterei-os, criando o ANTI-VHB. Não destrói, na realidade, os vírus, apenas escaneia o computador e os instrumentos computadorizados que existem no F-40.
— Onde os criou?
— Tenho acesso às dez Universidades mundiais. Meu pai era o reitor de todas elas.
— O senhor só pode estar brincando! Eric van Cête, o maior dos engenheiros de computação quântica que já existiu! — Armand não sorriu. Observou os homens falarem entre si, alterados, como se aquela informação fosse importante o suficiente para deixar qualquer homem perturbado. Eles saíram da saleta, deixando a porta entreaberta. McGavin ficou.
— Armand de Cête. Armand de Cête! Venha comigo até o F-40 infectado. Quero me certificar de que este pesadelo é real.
No cockpit da aeronave, McGavin ligou o computador de bordo e a tela mostrava o preto. Ele trabalhou na parte da linguagem mais básica do dispositivo, ativando uma versão muito mais complexa que o antigo e há muito ultrapassado Assembler, um programa de computador com linguagem de máquina.
A tela ativou-se.
A imagem mostrou, pouco a pouco, um demônio sobre uma montanha, o Everest, e abaixo o fogo das detonações nucleares ainda queimava. No céu, uma esquadrilha de F-40 e MIG- 85 se perseguiam e deixavam cair bombas. Bombas. O demônio olhava para a perseguição, em que ninguém atingia ninguém. Quando o último artefato nuclear foi despejado, estando os caças longe do local das detonações, o demônio ficou satisfeito. Levantou e abaixou o braço com que carregava um tridente de ferro e as aeronaves se destruíram, os raios-gama de suas armas fazendo sulcos violetas no céu.
O demônio não tinha nada mais a fazer naquele planeta. Desvaneceu-se, rindo.
Pouco antes da guerra final haver terminado, McGavin olhou para Armand e perguntou o que significava aquilo.
— É o que acontecerá, depois que tivermos ido, amigo.
— Como sabe disso?
— Um de meus dons. O da previsão do futuro — Armand virou as costas para o caça e McGavin e entrou no edifício da Lockheed.
O escocês voltou-se para a tela do computador. “Fogo, apenas fogo”!, ele pensou. Mas então, notou um pontinho azul no canto direto da tela. A imagem ampliou-se mais de cinquenta vezes, até mostrar, na órbita da Terra, um comboio de astronaves que partia para longe da órbita do planeta.
McGavin pôs-se a refletir. Por minutos, ficou sentado no cockpit do piloto. Quando saiu e foi até a sede da Lockheed, estava sem pensar em nada. Mas a ficha iria cair, cedo ou tarde.
*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.
Sobre o livro Cedrik - Espada & Sangue:
“Em uma época perdida no Tempo,
onde a Escuridão ameaçava todos,
surgiu um líder.
Destruição, morte, tudo conspirava contra.
Mas era um Homem de extremos, audacioso.
Era um Homem sem medo”.
Dos Relatos e das Crônicas da Velha Terra.
Em sua obra “Cedrik – Espada & Sangue”, o escritor Roberto Fiori coloca sua imaginação e força de vontade à prova, para escrever seu primeiro romance. Um livro de Fantasia Heroica, no gênero Espada & Feitiçaria, em que, em uma realidade paralela, a Terra da Idade do Ferro torna-se campo de lutas, bravura, magia e paixão.
Cedrik é um Guerreiro capaz de levantar 75 kg em cada braço e, ao mesmo tempo, de escalar uma parede vertical de mais de 20 metros de altura facilmente. Em meio a ameaças poderosas, parte para o Leste, em missão de vingança. Acompanham-no a bela princesa Vivian, vinda do Extremo Leste, e o fiel amigo Sandial, o Ancião, grande arqueiro e amigo a toda prova.
Os amigos enfrentam demônios, monstros, piratas e bandidos sanguinários. Usam de magia para se tornarem fisicamente invencíveis. Combatem demônios vindos do Inferno, no Grande Mar. Vivian é guardiã e protetora do Necrofilium, livro que contém maldições, feitiços e encantamentos em suas páginas.
A intenção do autor é continuar por anos as aventuras de Cedrik, escrevendo sobre todo um Universo Fantástico, em que bárbaros e guerreiros travam lutas ferozes e feitiçaria não é uma questão somente de “se acreditar” em seu poder, mas de realmente utilizá-lo para a batalha, como uma arma.
A obra pode ser adquirida com o autor, pelo e-mail spbras2000@gmail.com, no site da Editora Livros Ilimitados, em livrarias virtuais e no formato de e-book, na Amazon. Os links para acessar o livro são:
1. Americanas.com:
2. Submarino.com:
3. Amazon.com:
4. Site da Editora Livros Ilimitados:
https://www.livrosilimitados.com/product-page/cedrik-espada-e-sangue
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