ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
André Casagrande: Minha primeira publicação foi Jesus na ótica da literatura (2011), um ensaio sobre o Cristo presente na literatura brasileira contemporânea. Após um interregno de cinco anos, publiquei A utópica Teresevile (2016), romance histórico que retrata a implantação de uma cidade solidária no interior do Paraná em meados de 1847, por Jean-Maurice Faivre, médico francês da corte do imperador Dom Pedro II. Em 2017, por ocasião das comemorações dos quinhentos anos da Reforma Protestante, escrevi Uma outra herança reformada (em co-autoria), o livro traz reflexões a partir de Sébastien Castellion, a quem o escritor Stefan Zweig denomina “o apóstolo da tolerância”. Meu trabalho mais recente é Sansão na ótica da literatura (2021), uma tentativa de ler a Bíblia com as ferramentas das Teorias Literárias.
Conexão Literatura: Você é autor do livro "Sansão na ótica da literatura". Poderia comentar?
André Casagrande: Este livro surgiu da constatação de que praticamente inexiste bibliografia disponível sobre Sansão no Brasil. Embora seja um personagem que continue vivo no imaginário ocidental, a narrativa sansoniana permanece envolta em mistérios, sendo uma das histórias mais polêmicas, complexas e controversas do cânon bíblico. O livro lança luzes sobre aquela, que, possivelmente, seja uma das narrativas mais estranhas da Bíblia.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
André Casagrande: Enfatizo aquilo que torna Sansão tão complexo e, ao mesmo tempo, tão especial, quando comparado às demais personagens bíblicas: “Não há nas Escrituras Sagradas, pensando-se aí tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, história paralela e similar a essa. Sansão é único. Não há nos registros bíblicos outro personagem com façanhas lendárias como a dele. O escritor russo Wladimir Jabotinsky, no romance Sansão, propõe constatação semelhante à que fazemos, quando, em determinado momento da narrativa ficcional, um dos príncipes filisteus diz a Sansão: ‘Conta-nos lendas de Creta e de Troia, sobre heróis que talvez tenham sido seus irmãos. Mas nunca se ouviu falar de tais homens na tribo de sua mãe ou nas tribos de Israel’” (pg. 22).
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
André Casagrande: O livro pode ser adquirido pelo site da Editora Reflexão. Segue o link para aquisição: https://www.editorareflexao.com.br/teologia/pre-venda-sansao-na-otica-da-literatura.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
André Casagrande: A leitura e a escrita caminham de mãos dadas. À medida que leio, escrevo. Quero escrever mais ficção. Esse foi, inclusive, o conselho que Frei Betto me deu quando lhe entreguei em mãos meu primeiro romance: “André, não pare de escrever ficção”. Tenho formação protestante. Nasci em uma família protestante. Tornei-me pastor protestante. Existe, no Brasil, a meu ver, falta de romancistas de raiz e tradição protestantes. Talvez, o único seja Josué Montello (1917-2006), escritor maranhense, cujo romance Os degraus do Paraíso estou lendo.
Perguntas rápidas:
Um livro: A arte
de semear estrelas (Frei Betto)
Um (a) autor (a): Miguel Sanches Neto e Raduan Nassar
Um cantor ou cantora: Oswaldo Montenegro
Um dia especial: Todos os dias são especiais
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
André Casagrande: Agradeço a oportunidade concedida
pela revista Conexão Literatura para divulgação de meu trabalho literário.
Desejo sucesso e vida longa a esse importante veículo de disseminação da
literatura brasileira.
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