ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Policarpo: Sindicalista, lutava pelos direitos da categoria, onde fui acumulando documentos, pesquisas e formulando projetos, que após um tempo, organizei e transformei no livro TRAJETÓRIAS E CAMINHOS DA SEGURANÇA METROVIÁRIA DE SÃO PAULO, lançado em 2018. Como já escrevia coisas, memórias, contos e poemas, e gostei do resultado do primeiro livro, organizei meus poemas e lancei o CONEXÕES ALÉM DA FAIXA AMARELA, participei de antologias com contos e poemas e o gosto pelas letras foi aumentando. Com o advento da aposentadoria, resolvi me dedicar um pouco mais à escrita.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “DIALOGANDO COM AS GAVETAS”. Poderia comentar?
Policarpo: Nossa mente é um enorme armário, cheio de compartimentos onde guardamos, jogamos e perdemos, momentos de nossas vidas que nos fizeram felizes, nos marcaram e passagens infelizes que preferimos escondê-las no fundo das gavetas desse armário. Por mais que tentemos ignorá-las, haverá um momento em nossas vidas que inevitavelmente essas gavetas serão remexidas, senão por nós, por alguém e aí os segredos voltam a tona com força e propriedade, cabe a cada um de nós aproveitar a oportunidade para jogar fora ou apenas reposiciona-los no fundo da gaveta. Dialogar com a gaveta me parece ser um bom exercício para resolver algumas ou todas as questões que nos incomodam.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Policarpo: Este livro surge quando parei de trabalhar, começando a ter mais tempo para reflexões sobre a vida de modo geral. Em um desses momentos me veio a ideia de como seria rever meu passado e como isso mudaria meu futuro e concluí que para isso haveria de ter um local onde pudesse sentar e me abrir, faltando apenas com quem. Busquei alguns ensaios de Freud, Lacan e outros pensadores da mente humana para me orientar, sem me aprofundar e assim surgiu alguém para ter essa conversa onde misturo minhas vivências com algumas fantasias, não sendo possível precisar quando é o personagem e quando é o escritor o alvo da conversa. Foi um magnifico exercício.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Policarpo: Na orelha da capa está um produto deste exercício:
Uma incursão psicofilosófica etílica endógena do seu eu se confrontando com seu livre arbítrio em relação ao seu modo de viver, pensar e agir que se materializou, formando um consenso que se debate através de uma dialética emocional, personificada em forma de mulher, contradizendo tudo o que é real, transformando seu mundo, físico e mental em fumaça de charuto, conhaque e Parma numa mesa de bar de frente para o mar.
Conexão Literatura: Quais dicas daria aos autores em início de carreira?
Policarpo: A dica preciosa que tenho como premissa é se ouvir antes de escrever. Acatar o que vem de dentro, se é do coração ou da imaginação, tanto faz, pois o que importa é escrever com um objetivo, uma proposta, passar um recado ou mensagem que faça alguém, em algum momento, pensar sobre o que está lendo. Eu diria, semear ideias.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Policarpo: Para ter o livro, físico ou digital acessem o site da Editora eviseu.com.br
No Facebook : Dalvilson Policarpo
Instagram : donpolicarpo
Site: FALA POLI
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Policarpo: O novo projeto está em fase final de organização e chama-se AINDA NOS FALAMOS onde reafirmo que nossas lembranças, através de falas, musicas, frases, filmes, ditados, do passado, trazem momentos e pessoas para nossa presença, numa forma evidente de que a comunicação com quem não está presente se dá e se dará sempre que lembrarmos da frase certa.
Perguntas rápidas:
Um livro: A revolução dos bichos
Um (a) autor (a): Florbela Espanca
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro
Um filme: Amistat
Um dia especial: Hoje
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Policarpo: A escrita existe para que o homem, ao registrá-la, plante, em quem ler, uma semente que poderá vingar e dar bons frutos ou não, dependendo somente do terreno e do cultivador.
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