Nasceu em 7 de junho de 1960 em São Pedro do Jequitinhonha (MG), cursou o ensino básico em Itaobim (MG) e o ensino superior (Letras) na cidade vizinha, Teófilo Otoni. Já aos quatorze anos, dividia o seu tempo entre estudos e trabalho. Trabalhou em escritório de contabilidade (1975/1984); foi também professor da rede pública (1979/2020). Foi ainda diretor da E. E. Chaves Ribeiro, em Itaobim, e vereador e presidente da Câmara Municipal da mesma cidade. Procurando aprofundar seus conhecimentos, especializou-se em língua portuguesa (1989) e em literatura brasileira (2002). Concluiu o mestrado (2009) e doutorado (2018) em literaturas de língua portuguesa na PUC MINAS (BH).
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Wilson Barreto Fróis: Iniciei o meu relacionamento mais consistente com a literatura a partir do instante em que optei por fazer o curso de letras, em 1977. A partir daí, a leitura de autores, como Cláudio Manuel da Costa, Castro Alves, Álvares de Azevedo, José de Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, Manuel Bandeira e Graciliano Ramos, me convenceu a permanecer no universo literário.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “Kafka em processo: da Lava à Vaza Jato”. Poderia comentar?
Wilson Barreto Fróis: Sim, porém mais um coautor do que propriamente um autor, em função da dinâmica da polifonia do texto. Nesse livro, desenvolvo a ideia de que o “estranho” universo de Kafka também inclui o nosso, sobretudo quando se observam as últimas ações da justiça brasileira nos últimos seis anos. E assim o faço por meio da inserção de ideias de vários juristas, sociólogos, filósofos, e do registro de diversas fontes jornalísticas, nacionais e estrangeiras. Coube a mim apenas a tarefa de associar tais textos à ficção de Kafka, tendo como base principalmente os romances O processo e O castelo.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Wilson Barreto Fróis: Em 2017, quando estava concluindo o doutorado em Belo Horizonte, escrevi um texto de vinte linhas aproximadamente, salientando a capacidade de reatualização da obra de Kafka. No entanto essa pequena produção ficou só nos meus arquivos. Já em março de 2020, quando a pandemia nos impôs a reclusão, resolvi aproveitar o isolamento social, transformando o texto iniciado em 2017 em livro. A absurdez cotidianamente registrada no contexto nacional do ano anterior inspirou e alimentou a construção do texto. Várias cenas da realidade momentânea, a meu ver, passaram a reescrever a ficção kafkiana. De março até julho de 2020, então, a partir de um olhar bifocal (ficção/realidade), concluí o livro em discussão.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Wilson Barreto Fróis: Quando, no terceiro capítulo, refiro-me à matéria do jornalista Glenn Greenwald em que se confirma nos bastidores da justiça brasileira uma característica do judiciário criticado em Kafka: a tramitação processual à margem do tribunal.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Wilson Barreto Fróis: Versão impressa: busca no site da Editora Viseu e de lojas parceiras (Amazon, Americanas, Shoptime, Submarino); formato digital: Amazon, Kobo, Apple, Google Play, Livraria Cultura.
Em relação aos meus trabalhos, dissertação e tese, na biblioteca digital da PUC MINAS. Além disso, publiquei quatro artigos em revistas acadêmicas da referida instituição.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Wilson Barreto Fróis: Sim, um deles: a correlação estético-formal entre a ficção de Murilo Rubião e as Escrituras, sonho transformá-la em livro.
Perguntas rápidas:
Um livro: Terra Sonâmbula, de Mia Couto
Um (a) autor (a): Franz Kafka
Um ator ou atriz: Paulo Gracindo
Um filme: Gladiador
Um dia especial: Dia das mães
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Wilson Barreto Fróis: Neste momento de crise, a literatura pode ser, além de um bom refúgio, um instrumento expressivo de resiliência.
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