Fale-nos sobre você.
Nasci em São Caetano do Sul (SP), em 1975. Me formei em Comunicação Social, especialização em Jornalismo, pela Universidade São Judas Tadeu, e fiz pós-graduação em Língua e Literatura, na Universidade Metodista de São Paulo. Passei a maior parte da carreira em redações de jornal e em agências de publicidade. Fui editor do caderno Cultura&Lazer, do Diário do Grande ABC, entre os anos de 2009 e 2010. Comecei a me dedicar à escrita literária no início dos anos 2000, tendo publicado contos e crônicas em coletâneas impressas e meios digitais. Faço parte do Conselho Editorial da Revista Raízes, da Fundação Pró-Memória de São Caetano, desde 2011. E sou integrante da Academia Popular de Letras desde 2013.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro. O que o motivou a escrevê-lo?
“O resto de Raen” surgiu da necessidade de falar sobre as relações humanas na nossa sociedade. Era um incômodo que acabou sendo transformado em um romance de ficção. A história começa numa cidade que é um paradoxo entre sucesso e fracasso; os prédios são luxuosos, os carros são tecnológicos, mas as ruas são todas lamacentas. Tudo é um pântano. O cenário inicial indica como a sociedade evoluiu em tecnologia, porém regrediu nas relações sociais. As ruas, que são onde as pessoas se encontram e convivem, são todas lamacentas, malcheirosas e incômodas. É a partir desse lugar que conto a história de Ruy Marino, um rapaz que sofreu muitas perdas na vida e acabou por viver recluso, onde mora somente com um jacaré banguela que se refugiou em sua casa. A vida começa a chamar Ruy por meio de várias situações, e ele terá de encarar seus fantasmas e viver sua jornada.
Fale-nos sobre seus outros trabalhos.
Este é meu primeiro romance. É meu primeiro livro publicado. Antes eu estive em algumas coletâneas, mas principalmente publico meus contos, minicontos e microcontos em meu blog e redes sociais. Faço também um projeto chamado Palavralém, que são minilivros digitais, com pequenas histórias ou crônicas, que compartilho gratuitamente via Whatsapp. É uma forma de fazer circular literatura, de surpreender as pessoas, que, em vez de receberem piadas ou fake news, abrem o arquivo e têm um texto literário para saborear e se distrair.
Como analisa a questão da leitura no país?
Acredito que a leitura sempre teve dificuldades no país, em todos os tempos. Antes tínhamos poucos canais, apenas o livro, os fanzines, algumas revistas literárias, enfim, publicações que podiam chegar ou não às pessoas. Hoje temos muitos outros canais, o acesso está muito mais democratizado. Mas acho que sofremos com a disputa pelo tempo das pessoas, numa competição contra o excesso de informação, o conteúdo superficial e fugaz das redes sociais e, principalmente, a falta do hábito de leitura. Isso é perigoso, porque acaba gerando uma sociedade pouco crítica, que pensa e reflete muito pouco, ou nada. Porém eu acredito na expansão da leitura, sempre e sempre, mesmo que seja uma fé quixotesca.
O que tem lido ultimamente?
Meu livro atual é “Adeus, China – o último bailarino de Mao”, de Li Cunxin. Ainda estou bem no início, mas promete ser muito bom. Outro lido mais recentemente foi “Solução de Dois Estados”, de Michel Laub, que é um livro importante para o momento que vivemos. Fala dessa relação de ódio na sociedade, desse embate cego que parece não ter fim nem esperança de conciliação. E estou ansioso para comprar e ler o “Torto Arado”, de Itamar Vieira Jr., um livro premiado e com vendagem astronômica para os tempos atuais – superou mais de 100 mil exemplares vendidos. Li boas referências sobre a obra.
Uma pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.
Bom, estou muito feliz com o lançamento do meu primeiro livro. Lancei neste mês de março e tenho recebido retornos maravilhosos das pessoas que já leram. Fico bem feliz com os comentários. “O resto de Raen” tem um pouco de mim em cada personagem, tem muito de mim em toda a obra, afinal foi escrito com muita alma. Minha intenção com o livro é apenas oferecer uns momentos de imaginação, inspiração, diversão e reflexão para quem lê. Acredito muito que a literatura tenha a capacidade de encantar as pessoas. Se a história fizer sentido para uma única pessoa, o livro terá cumprido sua missão.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020) e Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020) e O medo que nos envolve (Editora Verlidelas, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro infantojuvenil se denomina Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021).
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