Nayara Lemes é autora internacional. Tem um diploma em literatura medieval francesa em diplomacia e relações internacionais. Interessa-se pelo meio-ambiente e pelo humanitário. Fala português, francês, inglês, espanhol e holandês. Trabalha dia a dia para o despertar das consciências. Vive com a sua família na Bélgica, onde combina a paixão pela escrita e os treinos de yoga.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Nayara Lemes: Há 5 anos eu comecei a escrever uma história para ajudar mulheres. Mas eu nunca tinha tempo de terminar. Com a pandemia, eu fiquei desempregada e pude me dedicar aos livros. Foi assim que eu lancei o meu livro “Cidade das mandalas”, o primeiro da Coleção Kundalini, composta de 3 livros.
Atualmente, eu tenho mais dois projetos: um para o mês de janeiro 2021, Flor de mandala, e o outro para o mês de maio 2021, A Grande mandala. Para mais informações visite
https://www.facebook.com/nayara88
Conexão Literatura: Você é autora do livro “Cidade das mandalas”. Poderia comentar?
Nayara Lemes: Paris é uma cidade viva, em todos os sentidos do termo, com aquelas ruas, os monumentos que te transportam para o passado e a onipresença da Torre Eiffel. O que existe lá que dá vida a cidade? E será que todos vêm e sentem a mesma coisa? O que faz que uma pessoa tome uma decisão quando a cidade parece te ajudar ou te atrasar a vida? Quando eu comecei a me interessar por esses motivos profundos que influenciam as pessoas, eu comecei a ver mandalas em todos os lugares. Eu entendi que nada acontece por acaso. O resultado é um livro que visa ajudar mulheres a se tornarem mestras de sua própria vida, de sua própria jornada.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Nayara Lemes: A minha pesquisa foi a minha própria experiência e a minha vontade de buscar algo novo, de escrever livros e de ajudar as pessoas. Isso se intensificou quando eu comecei a me interessar por yoga e a reconhecer as mandalas em todos os lugares, objetos e mesmo em coisas que não via. Começou há 5 ou 6 anos e só terminará quando eu passar para o outro lado do Véu. Mas o livro eu concluí esse ano (risos).
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Nayara Lemes:
“— Esse já é o quinto reagrupamento dessa semana. Toda essa gente, respirando o mesmo ar viciado… tsc tsc tsc, nada saudável. — Explicou Michel. — A multidão estava ontem atirando pedras no Palácio da Justiça e mesmo contra as outras pessoas. Veja.
De onde estávamos, os seus dedos apontaram algumas janelas em reforma no primeiro andar do antigo prédio parisiense.
— Engraçado que ontem de madrugada, quando ninguém mais estava na rua, também ouvi barulho de pedras sendo atiradas e estilhaçando os vidros.
— De madrugada? Esse povo perdeu a noção de quando é hora de fazer barulho. Você chamou a polícia?
— O engraçado, Kundalini — ele se aproximou sob um tom de confidência — é que não tinha ninguém na rua!
— Como assim? Então quem estava jogando pedras?
Dando uma piscadela, Michel fez um movimento de pescoço, chamando-me.
Andamos um pouquinho até uma gárgula bizarra parada no meio de um triângulo que unia três ruas pedestres. Estava ligeiramente inclinada para baixo e as suas garras demoníacas pareciam prontas para apanhar uma das pedras soltas da calçada, bem embaixo do monumento.
Eu encarei o feio monumento. Depois Michel.
— E? — Perguntei-lhe.
— Veja o que ela está fazendo.
O meu olhar depositou-se novamente sobre a gárgula.
— Está abaixada e parece que vai pegar uma pedra para atirar.
— Exato. — Disse ele, parecendo de repente não tão perdido. — Essa gárgula é uma estátua de pé. Veja.
Michel tirou o telefone celular do bolso e mostrou-me a foto de uma gárgula idêntica em pé.
Eu observei a foto sem acreditar muito no que ele dizia.
— Você com certeza se enganou. Essa não é a mesma gárgula!
Michel não se deixou abater. Zapeou para a foto seguinte com o dedo polegar.
— Veja essa. Eu passei aqui ontem, a gárgula estava um pouco inclinada. Hoje está literalmente abaixada. E veja!
O seu dedo indicou a direção de uma casa, com vidros quebrados.
Os meus olhos reviraram de impaciência para o Véu poluído.
— E agora as gárgulas se movem?
O seu olhar azul lutou contra o meu. Tinha um quê de ingenuidade, como uma criança e eu não pude conter a risada.
— Você é realmente uma figura, alguém já te falou isso, Michel?
O rapaz não se deu o trabalho de tentar me convencer. Simplesmente pegou o celular, tirou uma terceira foto da gárgula como ela estava, deu-me adeus e começou a andar na direção oposta.
— Calma, calma. Não tome pessoalmente.
Quieto, os lábios costurados, Michel interrompeu os passos e fitou-me. Os seus olhos azuis vítreos estudaram-me por dentro. Senti um arrepio na espinha.
— Estou calmo, Kundalini. Mas não perderei o meu tempo tentando convencer quem me toma por um débil.
A sua cabeça pendeu sobre o pescoço e balançou, mesmo a sua fala acabada, lembrando-me aqueles cachorrinhos de outrora que se colocava atrás do carro. Por dentro, eu estava morrendo de rir, mas não podia deixá-lo partir daquela maneira.
— Eu não o tomo por um débil. — Tentei desculpar-me segurando-o pelo antebraço e a sua cabeça girou em minha direção, balançando mais ainda. — É que eu entendi que, para você, as gárgulas, estátuas de pedra, estavam atirando coisas em casas e quebrando vidros.
— Não foi isso que eu disse. — Ele sublinhava as palavras. — Foi o que eu mostrei.
Os seus olhos piscaram e um sorrisinho tornou a nascer de leve no canto da boca, como se ele estivesse aguardando para ver como eu me sairia dessa.
Inspirei para responder e mudei de ideia no caminho.
Sacudi os ombros.
— O mundo exterior parece nos imitar, não? — Sugeriu Michel numa atitude desprendida. — O que pensamos aqui dentro parece se reproduzir aqui fora não é?
Os meus olhos correram da multidão até a gárgula. Da gárgula até a multidão. Uma era a imitação da outra.
Não era possível.”
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Nayara Lemes: Você pode acessar a minha página no facebook https://www.facebook.com/nayara88. Para adquirir os meus livros, tudo acontece via Amazon. Tanto e-book quanto impressão sob demanda.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Nayara Lemes:Sim. No site da Amazon, já está disponível para pré-venda o “Flor de mandala”, um livro para mulheres líderes e empreendedoras. O lançamento é dia 27 de janeiro no kindle. https://www.amazon.com.br/Flor-mandala-Nayara-Lemes-ebook/dp/B08R2TQNLP/ref=pd_rhf_dp_p_img_1?_encoding=UTF8&psc=1&refRID=D6GGY0G4Y592M6801386
Nessa história, a protagonista Lia, lésbica, se vê obrigada a cumprir um pacto e ir para o altar com Jacob, o amor da vida da sua irmã Raquel. Inspirado de um poema de Camões, Lia deve assumir o seu passado para poder realizar a sua ideia de expandir o negócio de família, renovando-o e transformando-o numa empresa eco-sustentável. Enfrentar o seu passado, as consequências de suas ações e aprender a perdoar são lições que ela deve aprender. P
Outro projeto para 2021 é “A grande mandala”, sequência de “Cidade das Mandalas” que também já está disponível para pré-venda no site da Amazon. https://www.amazon.com.br/Cidade-mandalas-Cole%C3%A7%C3%A3o-Kundalini-Livro-ebook/dp/B08QVN6K2K/ref=sr_1_2?dchild=1&qid=1608641141&refinements=p_27%3ANayara+Lemes&s=digital-text&sr=1-2&text=Nayara+Lemes
Kundalini, protagonista em “Cidade das mandalas”, entende o que a morte do seu pai representou na sua vida. Em “A grande mandala” ela deve rever a relação com a sua própria mãe e os mistérios que acercam o seu nascimento.Perguntas rápidas:
Um livro: O Amante, por Marguerite Duras
Um (a) autor (a): J. K. Rowling
Um ator ou atriz: Camille Cottin e Will Smith
Um filme: O jantar dos malas ou Le dîner de cons
Um dia especial: Todos!
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Nayara Lemes: Seja a mudança que você deseja ver no mundo.
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