Fale-nos sobre você.
Nasci e cresci em Belo Horizonte, morei alguns anos fora do país e quando voltei entrei para a faculdade de Jornalismo. Formei-me na metade deste ano e comecei a escrever “O Vaso”, meu primeiro romance, no penúltimo semestre do curso. Apaixonei-me pela literatura aos 12 anos e nessa mesma idade comecei a escrever. Pouco depois decidi que seria escritora, mas só consegui me considerar uma quando atingi meu objetivo principal: escrever um romance. Durante esses mais de dez anos, escrevi quase todos os dias.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro. O que a motivou a escrevê-lo?
A ânsia de contar histórias e me expressar, primeiro por imagens e depois pela escrita, surgiu muito cedo. Já tinha decidido ser escritora e a meu ver era uma questão de tempo. O que me faltava para começar “O Vaso”, ou qualquer outro livro, era a vivência. Com 24 anos me senti segura o suficiente para dar início ao projeto, mas foi tudo muito espontâneo. Um dia na faculdade, esperando o estágio começar, fui para o laboratório de informática e pensei: “quer saber? Vou começar a escrever um livro, definir uma meta de palavras totais, uma diária e um prazo!”. Assim eu fiz. Comecei a história e ela foi se desenrolando sozinha, os personagens iam se mostrando para mim e escolhendo os caminhos que definiram a narrativa. Quatro meses depois, “O Vaso” estava pronto!
E além dessa vontade de “começar logo” a escrever, o filme “Amor à Flor da Pele”, de Wong Kar-Wai, foi uma forte influência na história do livro, assim como algumas músicas cubanas e espanholas. Gosto de escrever ouvindo músicas e o cinema é uma grande fonte de inspiração para mim.
Como analisa a questão da leitura no país?
Acho que é muito complexa. Envolve acesso à cultura e educação, taxas de analfabetismo, o preço dos livros, o mercado editorial. É difícil fazer uma análise sem passar muito tempo investigando a pluralidade do nosso país. O Brasil é muito vasto e diverso. Mas acredito que o aumento do acesso à internet tem ajudado muito a melhorar algumas dessas questões. Gosto de acreditar que o futuro será promissor e os brasileiros vão ler cada dia mais! E espero que deem mais chances aos autores nacionais também!
O que tem lido ultimamente?
O último livro que li foi de um dos meus autores favoritos, o japonês Osamu Dazai, e chama-se “Joiseito”, infelizmente ainda sem tradução para o português. Agora estou lendo Carta de Pequim, da Pearl S. Buck. Ambos são autores de que gosto muito. Além desses, ando lendo muito os trabalhos da Marguerite Duras.
Quais foram os livros que mais te marcaram?
Bom, tem alguns! Acredito que posso começar por Verão no Aquário, de Lygia Fagundes Telles. Foi o primeiro romance dela que li e me apaixonei pela história e pela escrita. Tanto que fiz meu TCC sobre uma coletânea de crônicas da Lygia. Depois, eu diria que foram as novelas escritas pelo Dazai, “O Declínio de Homem” e “Pôr do Sol”, e agora “Joseito". Por fim, “Memórias de Adriano”, da Marguerite Yourcenar. Todos foram livros que tiveram grande impacto na minha forma de pensar, escrever e ver o mundo, e pelos quais tenho grande carinho. Encaro esses autores como meus professores; aprendi muito com eles sobre as histórias que desejava contar.
Link para o livro: https://www.editoraletramento.com.br/produto/o-vaso-484
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).
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