Daniel Adjafre não sabe de onde veio a vontade de escrever. Não havia essa tradição em sua família, não escrevia quando era adolescente. Somente próximo dos 30 anos começou a se interessar pela escrita, mais especificamente por teatro e roteiro. Depois essa virou sua profissão – roteirista da TV Globo – e não parou mais. Acaba de publicar seu primeiro romance. O primeiro de muitos. Ou de poucos. Ou o único. Pouco importa. Escreveu.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Daniel Adjafre: Eu escrevo há mais de 20 anos, mas como roteirista e dramaturgo. Tenho 2 livros infantis publicados, e agora decidi que era o momento de escrever um romance. “A Mulher de Silicone” surgiu do desejo de fazer algo mais autoral, independente. No livro eu posso ter total controle sobre o que escrevo, que é algo bem diferente do mundo da TV, por exemplo.
Conexão Literatura: E sobre o seu trabalho como roteirista?
Daniel Adjafre: entrei na TV Globo através de um concurso nacional para autores de humor, em 2000. De lá para cá, colaborei, criei programas, até que em 2018 fiz minha primeira novela – Deus Salve o Rei – como autor titular.
Conexão Literatura: Você é autor da obra “A mulher de silicone”. Poderia comentar?
Daniel Adjafre: o livro é resultado de uma reflexão: as pessoas estão cada vez mais solitárias. E os animais, especialmente os cães, ocupam um lugar importante na vida dessas pessoas. Elas conversam com eles – é estranho e, ao mesmo tempo, natural. Daí eu imaginei que, num futuro próximo, companheiros e companheiras sintéticas tomariam o lugar desses animais, seriam uma evolução daquelas bonecas hiper-realistas japonesas. Mas o foco não é no sexo. Enfim, a história mostra o perigo de desaprendermos a conviver uns com os outros.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir sua obra?
Daniel Adjafre: não foi preciso pesquisar muito, já que se trata de um romance distópico, ou seja, o que prevalece é a imaginação. E quanto ao tempo, acho que foi em torno de um ano. É um romance relativamente curto.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de “A mulher de silicone” especialmente para os nossos leitores?
Daniel Adjafre: “Caminham até o ponto em que a água chega à cintura. Nina encaixa seu corpo no dele, envolve–o com as pernas. Agacham–se. Uma pequena onda faz com que descolem do chão. Flutuam. Não sentem os próprios pesos. Agarram–se com mais força, como se salvassem um ao outro. A correnteza os arrasta sem pressa, em uma direção qualquer. Seria uma bela maneira de morrer.”
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Daniel Adjafre: por enquanto o livro está disponível apenas como ebook, no site da Amazon. No Instagram eu comecei esse ano um projeto de minicontos. Já publiquei mais de 50, de todos os gêneros: humor, distopia, drama etc. É só procurar: @daniel_adjafre
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Daniel Adjafre: Sim, adorei a experiência de escrever um romance. Talvez ano que vem eu comece a escrever outro. E devo publicar os minicontos também.
Perguntas rápidas:
Um livro: O complexo de Portnoy
Um (a) autor (a): Jonathan Tropper
Um ator ou atriz: Steve Carell
Um filme: Annie Hall
Um dia especial: 5 de agosto de 2002, dia em que meu filho nasceu.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Daniel Adjafre: gostaria de incentivar as pessoas a conhecerem os livros digitais. É uma experiência ótima, são tão bons ou melhores do que os livros físicos. E muitos pensam que é preciso ter um Kindle para ler um ebook comprado na Amazon. Mas é possível ler em qualquer tablet, basta baixar o aplicativo Kindle.
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