Andava tranquilo pela rua, quando vi a criatura. Era um homem de estatura média, um pouco forte, bem vestido, alinhado, mas com andar um pouco despojado, e, no lugar de cabeça de gente, tinha cabeça de urubu. Esfreguei um pouco os olhos, mas ele não sumia. Estava ali. Parei na calçada e observei com certa cautela o que ele iria fazer. Olhei ao redor, as outras pessoas seguiam seus afazeres com naturalidade. Olhei mais atentamente para o sujeito, que parou em frente a um bar e ficou a procurar alguma coisa no bolso, antes de entrar. Dei dois passos em direção ao boteco, quando alguém me gritou. Depois de um tempo de sobressalto, pelo grito e pelo espanto do que tinha visto, atendi ao chamado.
É assim que Glauber Costa inicia sua fantástica fábula onde o Homem é o urubu do próprio Homem.
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O livro é muito bom, substitui a realidade por uma aventura imaginária.
ResponderExcluirNos leva a reflexões, principalmente sobre a podridão humana, dissimulada, aparente. Enxergarmos no outro o que verdadeiramente somos. Cada um de nós é o homem urubu. Em conflitos com nossos pensamentos, valores em relação ao outro, nos causa assombros.
A percepção dos "urubus" é que esta sociedade é que é uma grande rapina.
Com o seu capitalismo que nos torna mais livres, livres para enriquecer as custas da morte dos mais pobres.
Vejo as carniças representando a podridão da sociedade que, ainda que se apresente forte e dominadora por fora, tem seu interior deteriorado e carcomido.
Os vôos eu diria que são as transformações inerentes à vida humana, vistas sob um plano físico e também psicológico, bem como a busca pela própria identidade, que em meio a um mundo tão conturbado em que vivemos, às vezes nos sentimos assim.
Voar é se libertar de tudo que nos faz um ser repulsivo, intolerante. Infelizmente nem todos querem ou conseguem içar vôo.