Suplemento Pernambuco, editado pela Cepe, e o Instituto Serrapilheira, lançam o projeto Botão Vermelho, que publicará, no jornal literário, contos de seis autores inspirados em pesquisas científicas
Em um mundo que está dando largos passos para trás ao negar o conhecimento científico e depredar a cultura, surge um projeto que alia justamente esses dois campos tão atacados atualmente. Botão Vermelho nasce de uma parceria entre o Suplemento Pernambuco, editado pela Cepe, e o Instituto Serrapilheira. Lançada em 2017 com sede no Rio de Janeiro, trata-se de uma instituição privada, sem fins lucrativos, criada para valorizar a pesquisa e divulgar o conhecimento científico nas áreas de ciências naturais, ciências da computação e matemática. Diante também da proposta de construir uma cultura de ciência no país que atravesse o âmbito acadêmico, o instituto firmou parceria com o jornal literário da Cepe com a proposta de que seis escritores criem seis contos de ficção baseados em pesquisas científicas apoiadas pelo instituto. Os contos serão publicados mensalmente no suplemento literário da Cepe assim que ele voltar a circular em versão impressa - suspensa devido à pandemia -, o que está previsto para setembro.
"Trazemos a união das duas áreas mais atacadas pelos governantes neste momento. E a militância pela cultura é uma marca do Suplemento Pernambuco. Além disso, ter uma parceria com o Serrapilheira é muito importante", declara o editor do jornal literário da Cepe, Schneider Carpeggiani.
"Parte da nossa missão é fomentar uma cultura científica no Brasil, ou seja, que a ciência esteja presente no debate público não só como notícia e comunicação de resultados, mas também como um elemento da imaginação e do repertório cultural da sociedade", afirma Natasha Felizi, diretora de Divulgação Científica do Serrapilheira. "A ideia é, junto ao Suplemento Pernambuco, aproximar escritores - que, por definição, trabalham com imaginação e cultura - da produção científica de qualidade que temos no país", complementa Natasha.
Botão Vermelho dá ideia de urgência, de algo que está para acontecer, como explica a curadoria do projeto e pesquisadora Carol Almeida, que selecionou os nomes dos autores - Socorro Acioli, Fábio Kabral, Ana Rüsche, Itamar Vieira Júnior, Antônio Xerxenesky e Eliana Alves Cruz -, e as pesquisas científicas que eles podem utilizar como pano de fundo para suas narrativas ficcionais. "Esse projeto é um exercício de fabulação que ressalta a importância da ciência. Procuro nas pesquisas científicas faíscas poéticas que sirvam de pano de fundo para a construção de uma ficção e as sugiro aos autores.Há aqueles mais ligados em ficção científica, outros flertam com o realismo mágico, uns ainda adicionam dados históricos", exemplifica Carol.
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