Marcos DeBrito é cineasta, escritor e professor de direção e roteiro. Nascido em Florianópolis, é graduado em cinema pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e especializado em escrita criativa. Teve aulas com Robert McKee em seu célebre seminário Story, a partir do qual criou sua própria oficina de direção e roteiro audiovisual, realizada em diversos locais pelo Brasil, e também o curso Fundamentos de roteiro e narrativa, que ministra na LabPub. Escreveu, dirigiu e produziu curtas e longas-metragens de suspense e terror, pelos quais foi premiado diversas vezes dentro e fora do país; ganhou dois Kikitos no prestigiado Festival de Gramado, em 2001 e 2007. Consolidado na literatura nacional com 10 livros publicados, teve um de seus romances indicado ao Prêmio Jabuti de literatura em 2013, e constantemente participa de painéis, eventos e mesas sobre temáticas envolvendo os gêneros terror e suspense.
Indicações para leitura:
1) Macário, de Álvares de Azevedo.
O ultrarromantismo em sua maior expressão. Tornou-se meu livro de cabeceira pelo tema e poética. É a maior inspiração para tudo que escrevo. Tenho Álvares de Azevedo como meu principal autor e Macário como minha obra preferida.
2) Poemas e Ensaios, de Edgar Allan Poe.
Apesar de não ser um livro que contenha muitas das obras principais do Poe, como A queda da casa de Usher, O gato preto, Coração delator, entre outros grandes contos que até prefiro aos poemas que aqui estão, esse livro que me apresentou a belíssima tradução do Milton Amado para o célebre O corvo, que, na minha opinião, é melhor que a do Machado de Assis e do Fernando Pessoa.
3) O livro dos demônios, de Antonio Augusto Fagundes Filho.
Divide com Macário um lugar especial na minha estante. Conheci a primeira edição no final dos anos 90 e ela norteou muito do que vim a pensar e escrever sobre demônios. O autor lançou uma edição nova em 2019 que explora ainda mais os reinos do Inferno. Considero esse livro tão importante quanto O testamento de Salomão e a Goetia. Leitura obrigatória a todos que se interessam pelo ocultismo. Dos autores que reverencio, é o único vivo.
4) Noite na taverna, de Álvares de Azevedo.
Devo a esse livro meu apreço pela literatura. Foi o primeiro clássico que gostei de ler na adolescência e me fez ir atrás dos escritores góticos e da segunda geração. Uma história escrita com a maestria poética do Azevedo e com boa reviravolta no final. Como leitura, é mais agradável que Macário por sua narrativa estar na forma de novela ou contos, enquanto a outra foi escrita como peça de teatro.
5) As Intermitências da morte, de José Saramago.
Primeiro romance que li do Saramago. Sua forma de escrever me encantou a ponto de eu ter feito meu primeiro livro no mesmo estilo (e ser negado por editoras justamente por isso). Além de extremamente criativa essa fábula sobre um país onde as pessoas não conseguem morrer, a genialidade da sua crítica à condição humana ainda ecoa na minha cabeça. A melhor de todas, colocada na boca de um cardeal: “Sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja”.
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