João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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terça-feira, 21 de julho de 2020

Gisele Garcia e o livro O menino que tinha medo de criança, por Cida Simka e Sérgio Simka

Gisele Garcia - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.

Meu amor pelos livros começou antes de eu aprender a ler, ainda quando minha mãe os lia para mim. Eu não me cansava de ouvir as histórias, mesmo já sabendo a maioria de cor. Essa paixão continuou comigo, dos livros infantis, para os infantojuvenis e para a literatura “adulta”.
Sempre quis abraçar o mundo, experimentando e aprendendo as atividades mais diversas. Passei pelos cursos de Comunicação Social e de História antes de me graduar em Artes Plásticas, pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 
Lecionei por muitos anos, para alunos do ensino Pré-Fundamental ao Ensino Médio. Trabalhei com projetos de contação de histórias, de leitura, de teatro e de poesia. 
Adoro assistir filmes, ouvir música, tocar violão, estar com os amigos, dançar e praticar esportes, principalmente capoeira e tênis. Também amo viajar e conhecer pessoas e lugares novos.
Vivo em Brasília, com meu marido e meus dois filhos, atualmente com 16 e 13 anos. 

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro. O que a motivou a escrevê-lo?

O livro surgiu como o resgate de uma brincadeira de anos atrás, da época em que meu filho mais velho, Caio, tinha cerca de três anos. Ele era um menino extremamente tímido com outras crianças; tinha receio de se relacionar com elas. Ao mesmo tempo que se sentia encantado, ele também se sentia assustado pelas crianças; ficava doido pra interagir e brincar, mas se retraía como um “bichinho do mato”.
No processo de acalmá-lo e de ajudá-lo a superar esse temor, eu me utilizava do seu gosto por livros infantis. Brincava dizendo que um dia escreveria um livro pra ele, que se chamaria “O Menino que Tinha Medo de Criança”. Ele ria, achando a ideia divertida.
A minha intenção era a de realmente escrever o livro um dia, mas a ideia acabou ficando perdida no tempo. Bem... o medo passou, o Caio cresceu e o projeto só foi resgatado quando ele estava para completar 15 anos. 
Escrevi o livro retratando situações e fatos realmente vivenciados, descritos com a delicadeza e a sensibilidade que o tema requer. Desde o início, planejei as palavras sendo complementadas por imagens coloridas e vivas, capazes de tornar divertidas e suaves as aflições retratadas na história. Essas imagens se concretizaram pelas mãos do ilustrador Jarbas Domingos, que, com talento, colocou no papel as cenas que estavam na minha mente.
O livro trata o medo como algo normal e humano, algo passível de ser superado. Creio que a história pode servir como um auxílio não só para crianças tocadas pelo mesmo temor do meu filho, como também para crianças que vivenciam outras fobias. É uma história de paciência, coragem e superação; uma história que mostra que o medo existe, que ele está aí, que ele pode ser paralisante e irracional, mas que ele pode ser vencido pela criança. O medo passa!


Como analisa a questão da leitura no país?

No Brasil, infelizmente, a leitura não é devidamente valorizada. Apesar de pesquisas recentes apontarem o crescimento do percentual de pessoas que afirmam ler, esse índice ainda é muito baixo se comparado ao que seria o ideal. 
Várias causas contribuem para esse cenário desfavorável. Entre as principais causas, destaco o alto número de pessoas incapazes de apreender o que é lido; o custo elevado dos livros, quando comparado à renda média do brasileiro; a ausência de bibliotecas nas escolas e a falta de tempo livre no dia a dia corrido das pessoas. 
Como mãe, professora e cidadã, acredito que a superação desse panorama negativo passa pela família, pela escola e pelo Estado assumindo seus respectivos papéis no fomento à leitura. Passa por pais estimulando a leitura em casa, pelo desenvolvimento de pedagogias de leitura, pela criação de espaços de acesso gratuito a livros e pelo incentivo às novas publicações.
Seríamos um país melhor, se lêssemos mais. A leitura não só amplia nosso conhecimento e nossa visão de mundo; ela também nos torna seres humanos mais conscientes, críticos e empáticos. Ela nos possibilita sonhar e buscar uma sociedade mais fraterna e justa; um mundo mais humano, mais agradável de se viver.

O que tem lido ultimamente?

Meus últimos livros foram: "A Jaca do Cemitério é Mais Doce", livro de Manoel Herzog, interessante autor que eu ainda não conhecia; "Com o Mar Pelo Meio - Uma Amizade em Cartas", tocante compilação de cartas trocadas entre Jorge Amado e José Saramago; "O Irmão Alemão", livro “meio real, meio fantasia” de Chico Buarque e "Terra Sonâmbula", poético romance de Mia Couto. Atualmente estou lendo "Nova Antologia do Conto Russo", da Editora 34 e "O Amor nos Tempos do Cólera", de Gabriel García Márquez, autor que eu amo!

Quais os seus próximos projetos?

A morte de Aldir Blanc me deixou profundamente triste. Essa tristeza só começou a se dissipar quando, entre a leitura de depoimentos que o homenageavam e a audição de suas músicas, a inspiração para uma história me veio à mente. Uma história inspirada na imagem da esperança equilibrista, da canção O Bêbado e a Equilibrista, parceria do Aldir com o João Bosco; um conto voltado para o público infantojuvenil, mas capaz de comover adultos. Estou trabalhando nessa ideia agora, desenvolvendo-a com carinho e delicadeza. Se tudo der certo, será meu próximo livro.


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).

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