Gilmar Duarte Rocha - Foto divulgação |
Gilmar Duarte Rocha, engenheiro de sistemas e economista, é membro eleito da Academia Brasiliense de Letras e autor de nove livros, sendo oito romances e uma obra de impressões de viagem. Publica regularmente contos, artigos e crônicas nas melhores revistas literárias do país. É membro da Associação Brasileira de Escritores-ANE, com sede em Brasília, onde ocupa atualmente o cargo de diretor de bibliotecas. Foi agraciado com Menção Honrosa no concurso literário Prêmio Paulo Setúbal/Itaú Cultural, edição 2017.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Gilmar Duarte Rocha: Tardio. Desde menino sempre tive muito jeito para artes e letras, contudo não tive suporte financeiro para seguir desde cedo na área artística. Só em 2005, aos 40 anos, quando me transferi para Brasília, é que pude realizar o sonho de publicar o primeiro livro. A ausência dos familiares e dos amigos baianos, associada a efervescência cultural da capital, me deu impulsão e fez com que eu me embrenhasse no ramo literário. Desde então, não parei de produzir. Publiquei mais oito livros e o décimo, “A arte do ilusionismo”, está no forno, prontinho para sair.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “A Arte do Ilusionismo”. Poderia comentar?
Gilmar Duarte Rocha: É um livro diferente tanto na forma, quanto no conteúdo, e talvez o estilo ainda seja inédito no Brasil. O mote da história é o aparecimento do corpo morto de uma mulher na Lagoa Rodrigo de Freitas, em 1910, em circunstâncias estranhas e intrigantes. Um jovem advogado, Rodrigo Fragata, de uma curiosidade imensa e senso nato de investigação, e mais dois companheiros, o médico Eugênio Godinho, recém-chegado da Inglaterra, e o velho capitão reformado do exército imperial, Getúlio Flores, terminam se envolvendo na elucidação de um caso que se mostra cada vez mais complicado na medida em que eles vão descobrindo pistas e novas revelações. O terço final do romance é realmente eletrizante.
Como uma espécie de tempero para o produto, cada capítulo do livro possui uma ilustração em padrão vintage.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir sua obra?
Gilmar Duarte Rocha: Eu carreguei a linha mestra deste livro na memória por um bom tempo. Como a publicação de um outro livro que eu havia programado para 2020 ficou inviável face aos transtornos da pandemia, resolvi suspender a produção desse livro e tocar o projeto “A arte do ilusionismo”, originalmente de menor escopo e mais simples. Só que, durante a primeira revisão, senti que a história estava tão boa e fluente, que resolvi seguir em frente e encorpar a história. Resultado: cheguei a 460 páginas de um bom romance (no meu entendimento), interessante, divertido, didático e com conteúdo. Metade do tempo do feitio gastei com pesquisas em livros e na internet. Uma verdadeira viagem no tempo; viagem essa que será replicada pelo leitor. Contando o período de concepção do cerne da obra, mais o processo de expansão e as horas gastas com revisão, acho que levei um ano e dois meses para entregar o produto final.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Gilmar Duarte Rocha: Esse livro não tem muitos trechos digressivos e reflexivos como o meu livro anterior. Poderia destacar o início. Capítulo 1, parágrafo 1:
“Aquela não seria a primeira nem a última pessoa a ser encontrada morta boiando nas águas da bucólica lagoa Rodrigo de Freitas, na cidade do Rio de Janeiro, a capital federal do Brasil em 1910. Um detalhe, contudo, a morte daquela pessoa diferia da dos demais viventes que soçobraram naquelas águas plácidas, azuis e deprimidas: o corpo não flutuava nem em decúbito dorsal, nem de bruços, como é de praxe nesses casos. Sustinha-se surpreendentemente de pé, com corpo inteiro imerso, e o que aparecia à tona e que chamou à atenção de um pescador matinal, era simplesmente o braço direito com a mão esticada para fora com os dedos tesos, coesos, em claro clamor de ajuda. Uma súplica, com efeito. Súplica de justiça; súplica de complacência; súplica de misericórdia; súplica de vida; súplica de vida após a morte? Quem sabia!”
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Gilmar Duarte Rocha: O livro está previsto para ser lançado em outubro ou novembro deste ano e estará disponível nas melhores plataformas (Amazon, Google, Mercado Livre, Saraiva e Americanas, em forma física ou e-book). Quem quiser conhecer um pouco a nossa obra, poderá visitar o nosso site www.gilmarduarterocha.com ou www.academiabrasiliense.com.br
Perguntas rápidas:
Um livro: O conde de Monte Cristo.
Um (a) autor (a): Gabriel Garcia Márquez
Um ator ou atriz: Wagner Moura
Um filme: O incrível exército de Brancaleone (L’armatta Biancaleone)
Um dia especial: literariamente, o dia do lançamento do primeiro livro.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Gilmar Duarte Rocha: Gostaria de dizer uma palavra de carinho e incentivo às pessoas que gostam de ler e têm facilidade para escrever. Não percam tempo. Coloquem a sua ideia no papel e publiquem. Nunca foi tão fácil o acesso a editoras qualificadas e a periódicos de excelente qualidade como a Revista Conexão Literária. O Brasil precisa muito de cultura e não podemos ficar parados, sob pena de desaparecermos no tempo como uma folha ao vento. Uma civilização se constrói com memória, história e muita cultura. Não tenham receio de publicar.
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