Em um dos principais livros sobre literatura dos últimos anos, Ódio à Literatura: uma história da antiliteratura, William Marx continua seu estudo acadêmico de discursos
antiliterários, revelando o lado oculto da história da literatura – que talvez lhe dê seu
verdadeiro significado.
Ódio à Literatura: uma história da antiliteratura tem como pressuposto que a literatura se modifica constantemente ao longo do tempo. Para o autor, William Marx, não é possível estabelecer prescrições definitivas que a sustentem, porque distintas obras são chamadas pelo nome literatura. Diante da diversidade, defende-se que a palavra literatura tem múltiplos sentidos, conforme seu uso em diferentes contextos e civilizações ao longo do tempo.
A finalidade da obra, contudo, não é de buscar uma definição para literatura, mas sim de tratar dos ataques sofridos ao longo do tempo. Uma vez que, para o autor do livro, ao contrário da própria literatura, os confrontos que resultam da contrariedade em relação a ela têm características comuns, desde a Antiguidade.
Vindos da filosofia, da religião ou das ciências, os ataques à literatura incidem sobre os seguintes pontos: a autoridade de que seria dotada uma obra literária, a verdade que expressa, o sentido de moralidade que carrega e sua utilidade prática na vida social.
Assim, constantemente filosofia, religião e ciências se voltam contra a literatura por meio de discursos que possuem em comum argumentos que visam minar sua autoridade, seu propósito de enunciar a verdade, sua carga de valores morais e sua aceitação social. Deste modo, os discursos que investem contra a literatura recebem o nome de antiliteratura.
Por meio da interpolação de textos, de digressões pinceladas e de situações ao logo da história, o livro cruza momentos e mostra como filósofos, religiosos e cientistas instigaram a literatura. A conclusão a que se chega é que grande parte do que recebe o nome de literatura nos mais variados momentos da história e em diferentes sociedades é legitimado pelos discursos antiliterários.
Assim, se a literatura não se define de modo unívoco, a antiliteratura, pelo contrário, sim. Em resumo, o livro mostra que a literatura se alimenta da antiliteratura e que, por isso, ambas são entendidas como as duas faces de uma mesma moeda: uma não existe sem a outra.
O livro oferece ao leitor uma história da antiliteratura, evidenciando que os discursos antiliterários resultam de posturas passionais que acabam paradoxalmente legitimando a literatura ao invés de eliminá-la.
Sobre o autor:
William Marx, crítico e historiador da literatura e professor do Collège de France, segue um trajeto intelectual com preocupações que situam frequentemente o lugar e a afirmação da literatura no mundo contemporâneo e ao longo do tempo. Seu primeiro livro, Naissance de la critique moderne: la littérature selon Eliot e Valery (2002), antecipa as questões que percorrerão suas inquietações. Na sequência, ele escreveu L´adieu à la Littérature (2005) e Vie du lettré (2009), que recebeu o prêmio Montyon da Academia Francesa. Ódio à Literatura (2015), sua obra seguinte, completa, de um ponto de vista interno, o percurso que ele iniciou em seu trabalho anterior. Trata-se, portanto, da síntese de seu trabalho crítico.
Ficha técnica:
Título original: La haine de la Littérature
Título: Ódio à Literatura: uma história da antiliteratura
Autor: William Marx
Tradutor: Humberto Pereira da Silva
Número de páginas: 220
Formato: 14x21 cm
Acabamento: Brochura
Área: Literatura / Teoria e Crítica Literária
ISBN: 9788546219674
Preço: R$ 52,90
Disponibilidade: o livro estará disponível a partir de 25 de maio
Onde comprar: e-book estará disponível nas plataformas da Apple, Amazon e Google. Impresso estará disponível principalmente na Amazon.
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