Livro que deu origem à série homônima disponível na Netflix combina arte e ciência para explorar os processos por trás da capacidade humana para a inovação
O que guarda-chuvas, sinfonias, viagens espaciais, estádios de futebol, os quadros de Picasso e o calendário gregoriano têm em comum? Todos foram concebidos, desenvolvidos e aperfeiçoados pelo poder da criatividade humana. Como o cérebro cria apresenta uma instigante reflexão sobre as ferramentas e estratégias responsáveis pela indomável capacidade de inovar do ser humano. O compositor Anthony Brandt e o neurocientista David Eagleman explicam os caminhos da criatividade na arte, na ciência e na tecnologia por meio de interessantes estudos de casos bastante palpáveis para o leitor — como detalhes do design do Apple Watch ou a correspondência entre a obra musical de Bach e o cinema de ação — ilustrados com esquemas e fotos.
Brandt e Eagleman mostram que o desejo de superar expectativas impulsiona a imaginação. Eles apontam o chamado “software criativo” — algoritmos que rodam no cérebro humano e nos permitem absorver o mundo e criar versões alternativas dele — como o motor dessa habilidade de criação e revelam como todo ato inventivo resulta das mesmas operações cerebrais aplicadas a algo já existente e conhecido. Seja para inventar um iPhone, produzir carros ou lançar arte moderna, os criadores de alguma forma revisitam e remodelam o que herdaram.
Entre os exemplos, o smartphone se destaca. Os autores mostram como os ícones que aparecem nas telas revisitam o passado em um produto inovador: o disquete — ícone do armazenamento de dados dos anos 1990 — ainda é o símbolo usado para salvar um arquivo; ao usar a câmera do celular, o som de um obturador pode ser ouvido. Celulares não contam com esse mecanismo. Eles explicam que estes artifícios são “vínculos que criam uma transição suave do passado para o presente”. Segundo eles, “mesmo a tecnologia mais moderna está presa à história por um cordão umbilical”.
Ao mesmo tempo uma celebração do espírito humano e um vislumbre de como podemos melhorar o futuro ao abraçarmos nossa criatividade, o livro apresenta surpresas e curiosidades a cada página, enquanto reafirma uma capacidade de criar e se reinventar que é única entre os seres vivos.
DAVID EAGLEMAN é neurocientista, professor da Universidade de Stanford e autor de vários best-sellers. Suas pesquisas já foram publicadas em revistas científicas como Science e Nature. É roteirista e apresentador da série The Brain with David Eagleman, da PBS/BBC, e apresentador do documentário Como o Cérebro Cria, disponível na Netflix.
ANTHONY BRANDT é um compositor renomado e professor de composição e teoria musical na Faculdade Shepherd de Música, da Universidade Rice. Suas produções incluem óperas de câmara e obras para orquestras, grupos de câmara, espetáculos teatrais e de dança, além de produções para o cinema e a televisão. É também diretor artístico do premiado grupo Musiqa.
“Muito bem escrito e repleto de ilustrações, o livro conduz o leitor por diversos exemplos – da engenharia, da ciência, do design, da música e das artes visuais – para chegar ao âmago do pensamento criativo.”
Nature
Tradução: Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra
Editora: Intrínseca
304 páginas
Impresso: R$ 54,90
E-book: R$ 37,90
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