Sueli Gutierrez - Foto divulgação |
Fale-nos sobre você.
Minha infância foi cercada de leitura porque minha mãe era sócia e vendia livros do Círculo do Livro. Depois, um acidente de automóvel me deixou convalescendo uns dois meses e eu aproveitava para ler e ouvir músicas. Assim iniciou minha atração pela leitura e foi a razão pela qual decidi estudar jornalismo.
Durante alguns anos trabalhei como assessora de comunicação, depois trabalhei em editora, até que houve a crise econômica no país e a editora fechou as portas. Comecei, então, a escrever textos infantojuvenis e este ano terminei o romance Lavanda. Faço parte do Núcleo de Escritores do Grande ABC e da Academia Popular de Letras de São Caetano do Sul.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro "Lavanda". O que a motivou a escrevê-lo?
Lavanda são as aventuras e desventuras de uma brasileira na França. Em um vilarejo rural no sul da França, minha personagem Nadábia residirá por uns meses na casa de agricultores. No último domingo de sua estada, realiza longo passeio pelo campo. Vila rural completamente desértica, ela estranha ao encontrar no caminho uma família estrangeira, com o automóvel quebrado, pedindo ajuda. A jovem procura orientá-los indicando uma residência à beira da estrada por onde passou. Não sabe Nadábia que se verá envolvida na morte dessa família nobre, sendo ela suspeita e a principal testemunha da família em vida.
A narrativa tem como pano de fundo a lavanda, flor que vai permear durante algumas passagens do livro.
O que me motivou a escrever a história foi a insinuação pejorativa de uma pessoa, que disse ser duvidosa minha sobrevivência no exterior. Minha independência financeira e a decisão de viajar só para o exterior por certo a incomodaram de alguma maneira.
Lavanda, entretanto, não é minha história. É um conjunto de experiências de brasileiras e brasileiros que resolvem morar em outro país. Apresento algumas diferenças socioculturais entre Brasil e França, como também crio momentos dramáticos e sobrenaturais que servirão de atrativos para a leitura.
O livro está acessível apenas pelo e-book da Amazon e participa do Prêmio Kindle de Literatura 2019.
Fale-nos sobre seu outro livro.
O livro infantojuvenil Era uma vez, Conto outra vez são três histórias mundialmente conhecidas em que dei nova linguagem, colocando o gênero feminino como protagonista, além do perfil bem brasileiro. Três histórias que lembram um pouco o Chapeuzinho Vermelho, a Bela e a Fera e a Gata Borralheira, mas os finais são completamente inusitados. Nessas histórias adotei uma protagonista negra, uma ruiva e a terceira indígena. O livro impresso continua à venda e a editora SeuLivro pode enviá-lo pelo correio para todo o país.
Que dica pode fornecer a um aspirante a escritor?
Leia bastante. Quando estiver lendo, sublinhe a lápis as palavras que não entende, procure o seu significado e escreva o sentido delas, resumindo em duas ou três palavras. Isso facilita a memorização do termo. Faça também um glossário num caderno e, quando for escrever, procure inseri-las no seu texto. Tudo o que você ler poderá ser utilizado um dia em suas histórias.
Fale-nos sobre sua editora. Por que resolveu abrir uma?
Chama-se SeuLivro editora. Resolvi montar a empresa porque não encontrei nas editoras o incentivo para publicar minhas histórias. Cada pessoa tem experiências únicas e incríveis e não é preciso viajar ao exterior para ter uma boa história para contar e um conteúdo relevante que interesse um público específico. Muitos que me leem agora podem desejar escrever um livro e eu posso ajudar nesse sentido, preparando o que for necessário para que seu sonho seja realizado.
O que tem lido ultimamente?
Estava lendo Cem anos de Solidão, do García Márquez, mas não me atraiu tanto. Reli O Cortiço, do Aluísio Azevedo e agora iniciei o 15 Contos Escolhidos, de Katherine Mansfield.
Quais são os seus próximos projetos?
Em breve lançarei, também pela Amazon, a quarta história infantojuvenil, desta vez com uma família de asiáticos. A Gata de Rodas - uma alusão apenas ao título O Gato de Botas - é um pouco mais atual, se comparada às histórias anteriores. Zuzu (Tizuka), uma garotinha que, cansada de brincar de boneca, pensa em brincar praticando um esporte mais radical. Ela é impedida pelos pais por a considerarem frágil demais e pelo fato de que esportes radicais "são para meninos", na visão paternalista. Zuzu consegue vencer as barreiras e surpreende a todos com sua destreza.
Estou escrevendo o "Diálogos", conversas praticadas em diversos ambientes, graças a um ouvido apurado e um gravador para captar as frases mais engraçadas, indecorosas, imprevisíveis e prodigiosas. Também quero escrever sobre os pontos turísticos de São Paulo de maneira leve e humorística. Por último, em Ser Mulher faço uma análise crítica sobre o comportamento nas relações entre homem e mulher, vícios de linguagem machistas empregados até por mulheres. Enalteço as que fizeram a diferença à sua época, mas que por algum motivo foram apagadas pelo tempo, e o tratamento diferenciado dos meninos em relação às meninas desde o nascimento.
Link para a editora:
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak Editora, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak Editora, 2016), O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), “Nóis sabe português” (Wak Editora, 2017) e Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de mais de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Autor, dentre outros, do livro Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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