Imagine filmes como Contato Imediatos de Primeiro Grau ou ET, o
extraterrestre, mas escritos por Alan Moore. É exatamente o que vemos em Skizz,
álbum lançado em 2003, pela editora Pandora.
Moore aproveita muitos dos conceitos de Spielberg (em especial de
um extraterrestre perdido em nosso planeta e ajudado por pessoas simples), mas
faz uma obra totalmente subversiva e instigante.
Para começar, pelo humor negro que permeia toda a obra. A
sequência inicial, em que Skizz cai na terra é, ao mesmo tempo, hilária e
aterradora. A nave resolve se auto-destruir porque a lei interestelar proíbe
apresentar alta tecnologia para raças de desenvolvimento restrito – e decide
levar seu tripulante junto. O diálogo é hilário: enquanto Skizz tenta se
salvar, a nave pergunta o nome de seus herdeiros.
Skizz passa a ser caçado por agentes do governo e recebe ajuda de
uma garota punk – e temos aí diversas sequências de humor, que lembram ET, mas
são muito mais ácidas. Uma das primeiras palavras que o personagem aprende é
“Potameda”. E, claro, os agentes do governo não são bonzinhos como no filme de
Spielberg: o principal responsável pelo caso é um militar paranoico que acha
que o ET é só o início de uma invasão extraterrestre.
Vale destacar o desenho de Jim Baikie, que consegue captar bem
tanto as situações de FC quanto de humor – destaque para a ótima caracterização
do personagem Cornélius.
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