Fale-nos sobre você.
Daiana Barasa é jornalista e escritora, autora do livro de contos Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, o Vento e o Talvez, pela Cia do eBook, e do romance Mulher Quebrada, lançado pela Chiado Editora.
A artista tem se dedicado, principalmente, a projetos de incentivo à leitura, porque considera o ato de ler essencial para o desenvolvimento humano. Para ela, o relacionamento mais importante é o que mantém com as palavras. É por meio do exercício da escrita e leitura que se sente existente.
ENTREVISTA:
Você é jornalista. Como vê a profissão hoje?
Daiana Barasa é jornalista e escritora, autora do livro de contos Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, o Vento e o Talvez, pela Cia do eBook, e do romance Mulher Quebrada, lançado pela Chiado Editora.
A artista tem se dedicado, principalmente, a projetos de incentivo à leitura, porque considera o ato de ler essencial para o desenvolvimento humano. Para ela, o relacionamento mais importante é o que mantém com as palavras. É por meio do exercício da escrita e leitura que se sente existente.
ENTREVISTA:
Você é jornalista. Como vê a profissão hoje?
O jornalismo me escolheu. Quando ingressei no curso de Comunicação Social sabia exatamente o que me aguardava. Comecei a fazer o curso em meio ao ‘boom’ de se era necessário diploma de jornalista ou não. A minha visão sobre o jornalista é daquele ser necessário no mundo, mas tratado pela sociedade como “cão de rua”, o que, a meu ver, tem o seu charme (risos). Hoje enfrentamos problemas graves, principalmente por conta do contexto sociopolítico.
A profissão ‘jornalista’ precisa se adequar a essa loucura da transformação digital, é preciso inovar, entender que o fazer jornalístico engloba essa atualização constante, essa busca pelo novo, essa integração com as demais áreas da comunicação.
Sinceramente, para o jornalista que está vendo as mudanças frenéticas e deseja mudar junto, só enxergo oportunidades. O caminho é o digital, é a humanização da escrita. Ser jornalista ainda é deixar o ego de lado e falar à sociedade, de um jeito que as pessoas possam formar as suas próprias opiniões.
Ouve-se muito falar em imparcialidade, não acredito que seja possível ser totalmente imparcial, mas o profissional com esforço consegue trabalhar isso e tornar o seu trabalho o mais isento de suas visões particulares de mundo ao escrever. Sempre terei esperança no jornalismo e existem profissionais incríveis ao redor do mundo.
Fale-nos sobre seus livros. O que a levou a escrevê-los?
O Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, O Vento e o Talvez, pela Cia do eBook, lançado em 2016, foi a minha primeira experiência com o gênero conto, é um livro de doze histórias. O que me norteou a escrevê-lo foi a temática da esperança e também quis trazer um pouco das vivências da infância, pitadas de humor e de drama. Foi escrito de maneira livre, era um momento da minha vida bem introspectivo e eu queria colocar para fora, como tinha de ser. Os meus contos favoritos nesse livro são O velho rabugento dos mortos e O gato dos olhos sonsos.
Já o segundo livro, Mulher Quebrada, lançado em 2017 pela Chiado Editora, é um livro muito intenso, nasceu de um momento da minha vida muito conturbado. Sentia-me exatamente como a personagem, mas compreendia que essa sensação tão atormentadora pode e é experimentada por muitas pessoas (mulheres e homens). Todos nós estamos sujeitos a quebrar!
Essa foi a minha primeira experiência com o gênero romance. Essa personagem é conhecida por Mulher Quebrada e é descrito o momento em que ela se percebe estatelada em pedaços e inexistente, primeiro para ela mesma e, depois, para a sociedade; no decorrer da narrativa, alguns personagens têm a sua história contada, para simbolizar o que a personagem vivencia na história, que não é algo só dela e só ‘ficcional’. Foi uma experiência muito importante e o que me encanta é o que as pessoas me dizem depois de ler o livro.
Escrever ficção no meu entendimento é como um chamado. Valorizo as personagens, acredito no poder que elas têm e as personagens têm comigo liberdade de comunicação, entendo a minha arte de certa forma como processo quase mediúnico.
Como analisa a questão da leitura no país?
Comecei a pesquisar a respeito das questões em torno da leitura no Brasil em 2017. Tive acesso à divulgação da pesquisa Retratos da Leitura, pelo Instituto Pró-Livro, e vi a realidade do país como um dos que menos lê no mundo. Por que isso acontece? Quis compreender. Talvez porque as pessoas estejam em uma correria tão louca no seu dia a dia que não conseguem mais parar para ler um livro; talvez seja porque não conseguem mergulhar na leitura, são muitos os ‘talvez’, foi aí que comecei a pensar em projetos de incentivo à leitura, que pudessem de alguma forma transformar a maneira como as pessoas se relacionam com os livros.
Tive uma experiência muito enriquecedora de mediar uma roda de leitura com Biblioterapia na Casa da Palavra em Santo André (SP), depois esse mesmo projeto foi realizado na biblioteca Paul Harris em São Caetano do Sul (SP), junto à Academia Popular de Letras. A ideia da roda de leitura com biblioterapia é o mergulho na leitura de uma maneira profunda. Não deixa de ser uma forma de possibilitar às pessoas uma nova visão sobre a relação com uma obra literária.
Atualmente estou com um projeto de incentivo à leitura e que também pretende estimular a escrita na Casa da Palavra, em Santo André, nas tardes de sábado. A cada mês, haverá uma nova temática.
Ler é um exercício que ajuda a pessoa a se conhecer e a conhecer o mundo, parece pretensioso, mas não é, esse é um processo possível apenas por meio da leitura crítica, e acredito que pode ser desenvolvida em qualquer pessoa.
Cada escritor em uma obra literária impregna nos seus personagens e contextos no qual estão inseridos a sua visão de mundo, as suas crenças, as suas ideologias, enfim, a gente aprende a lidar, mesmo que não perceba, com a diversidade, no ato da leitura. Acho Florentino Ariza de O Amor nos Tempos do Cólera, por exemplo, um personagem poderosíssimo, acho linda a história de amor, toda a espera de mais de cinquenta anos para viver o amor que ele ansiava, mas ao mesmo tempo, penso no quanto ele desperdiçou de sua vida com essa ‘obstinação’, muitas vezes agimos assim como ele. Entende? A leitura nos faz refletir sobre aspectos de nossa própria vida, sobre o contexto que nos cerca e, em parte, nos faz conhecer um pouco do mundo antes que pisemos os nossos pés em qualquer canto da Terra.
Você é sócia-fundadora da Biquara Contents. Fale-nos sobre ela.
A Biquara Contents é uma agência de produção de conteúdo com foco em SEO, criada em parceria com a jornalista Juliana Rodrigues. Está no mercado há oito anos. Biquara é derivado de uma palavra tupi que significa “comunicação”.
Vale considerar aquilo que foi mencionado antes sobre as muitas possibilidades dentro do jornalismo e, na área digital, como a aposta para o futuro da profissão. Hoje, o foco da Biquara Contents é a área dos negócios e saúde. É um trabalho que tem gerado excelentes resultados.
Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir seus livros e saber um pouco mais sobre seu trabalho?
O livro (e-book) Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, O Vento e O Talvez pode ser adquirido nas principais livrarias como a Amazon. O livro Mulher Quebrada também pode ser adquirido nas principais livrarias. No blog Mulher Quebrada (aqui), também é possível adquirir direto comigo, no campo “comprar o livro”.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak Editora, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak Editora, 2016), O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), “Nóis sabe português” (Wak Editora, 2017) e Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de mais de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Autor, dentre outros, do livro Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
A profissão ‘jornalista’ precisa se adequar a essa loucura da transformação digital, é preciso inovar, entender que o fazer jornalístico engloba essa atualização constante, essa busca pelo novo, essa integração com as demais áreas da comunicação.
Sinceramente, para o jornalista que está vendo as mudanças frenéticas e deseja mudar junto, só enxergo oportunidades. O caminho é o digital, é a humanização da escrita. Ser jornalista ainda é deixar o ego de lado e falar à sociedade, de um jeito que as pessoas possam formar as suas próprias opiniões.
Ouve-se muito falar em imparcialidade, não acredito que seja possível ser totalmente imparcial, mas o profissional com esforço consegue trabalhar isso e tornar o seu trabalho o mais isento de suas visões particulares de mundo ao escrever. Sempre terei esperança no jornalismo e existem profissionais incríveis ao redor do mundo.
Fale-nos sobre seus livros. O que a levou a escrevê-los?
O Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, O Vento e o Talvez, pela Cia do eBook, lançado em 2016, foi a minha primeira experiência com o gênero conto, é um livro de doze histórias. O que me norteou a escrevê-lo foi a temática da esperança e também quis trazer um pouco das vivências da infância, pitadas de humor e de drama. Foi escrito de maneira livre, era um momento da minha vida bem introspectivo e eu queria colocar para fora, como tinha de ser. Os meus contos favoritos nesse livro são O velho rabugento dos mortos e O gato dos olhos sonsos.
Já o segundo livro, Mulher Quebrada, lançado em 2017 pela Chiado Editora, é um livro muito intenso, nasceu de um momento da minha vida muito conturbado. Sentia-me exatamente como a personagem, mas compreendia que essa sensação tão atormentadora pode e é experimentada por muitas pessoas (mulheres e homens). Todos nós estamos sujeitos a quebrar!
Essa foi a minha primeira experiência com o gênero romance. Essa personagem é conhecida por Mulher Quebrada e é descrito o momento em que ela se percebe estatelada em pedaços e inexistente, primeiro para ela mesma e, depois, para a sociedade; no decorrer da narrativa, alguns personagens têm a sua história contada, para simbolizar o que a personagem vivencia na história, que não é algo só dela e só ‘ficcional’. Foi uma experiência muito importante e o que me encanta é o que as pessoas me dizem depois de ler o livro.
Escrever ficção no meu entendimento é como um chamado. Valorizo as personagens, acredito no poder que elas têm e as personagens têm comigo liberdade de comunicação, entendo a minha arte de certa forma como processo quase mediúnico.
Como analisa a questão da leitura no país?
Comecei a pesquisar a respeito das questões em torno da leitura no Brasil em 2017. Tive acesso à divulgação da pesquisa Retratos da Leitura, pelo Instituto Pró-Livro, e vi a realidade do país como um dos que menos lê no mundo. Por que isso acontece? Quis compreender. Talvez porque as pessoas estejam em uma correria tão louca no seu dia a dia que não conseguem mais parar para ler um livro; talvez seja porque não conseguem mergulhar na leitura, são muitos os ‘talvez’, foi aí que comecei a pensar em projetos de incentivo à leitura, que pudessem de alguma forma transformar a maneira como as pessoas se relacionam com os livros.
Tive uma experiência muito enriquecedora de mediar uma roda de leitura com Biblioterapia na Casa da Palavra em Santo André (SP), depois esse mesmo projeto foi realizado na biblioteca Paul Harris em São Caetano do Sul (SP), junto à Academia Popular de Letras. A ideia da roda de leitura com biblioterapia é o mergulho na leitura de uma maneira profunda. Não deixa de ser uma forma de possibilitar às pessoas uma nova visão sobre a relação com uma obra literária.
Atualmente estou com um projeto de incentivo à leitura e que também pretende estimular a escrita na Casa da Palavra, em Santo André, nas tardes de sábado. A cada mês, haverá uma nova temática.
Ler é um exercício que ajuda a pessoa a se conhecer e a conhecer o mundo, parece pretensioso, mas não é, esse é um processo possível apenas por meio da leitura crítica, e acredito que pode ser desenvolvida em qualquer pessoa.
Cada escritor em uma obra literária impregna nos seus personagens e contextos no qual estão inseridos a sua visão de mundo, as suas crenças, as suas ideologias, enfim, a gente aprende a lidar, mesmo que não perceba, com a diversidade, no ato da leitura. Acho Florentino Ariza de O Amor nos Tempos do Cólera, por exemplo, um personagem poderosíssimo, acho linda a história de amor, toda a espera de mais de cinquenta anos para viver o amor que ele ansiava, mas ao mesmo tempo, penso no quanto ele desperdiçou de sua vida com essa ‘obstinação’, muitas vezes agimos assim como ele. Entende? A leitura nos faz refletir sobre aspectos de nossa própria vida, sobre o contexto que nos cerca e, em parte, nos faz conhecer um pouco do mundo antes que pisemos os nossos pés em qualquer canto da Terra.
Você é sócia-fundadora da Biquara Contents. Fale-nos sobre ela.
A Biquara Contents é uma agência de produção de conteúdo com foco em SEO, criada em parceria com a jornalista Juliana Rodrigues. Está no mercado há oito anos. Biquara é derivado de uma palavra tupi que significa “comunicação”.
Vale considerar aquilo que foi mencionado antes sobre as muitas possibilidades dentro do jornalismo e, na área digital, como a aposta para o futuro da profissão. Hoje, o foco da Biquara Contents é a área dos negócios e saúde. É um trabalho que tem gerado excelentes resultados.
Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir seus livros e saber um pouco mais sobre seu trabalho?
O livro (e-book) Na Atemporalidade das Palavras – O Brio, O Vento e O Talvez pode ser adquirido nas principais livrarias como a Amazon. O livro Mulher Quebrada também pode ser adquirido nas principais livrarias. No blog Mulher Quebrada (aqui), também é possível adquirir direto comigo, no campo “comprar o livro”.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak Editora, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak Editora, 2016), O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), “Nóis sabe português” (Wak Editora, 2017) e Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de mais de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019). Autor, dentre outros, do livro Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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