O roteiro em loop é uma das estruturas narrativas mais
interessantes.
Difícil descobrir quando foi inventado, mas há registro de
tramas que vão e voltam desde a década de 1930, com uma história no programa de
rádio Sombra, publicada em pulp fiction, em que um cientista à beira da morte
revive continuamente o dia 31 de dezembro a fim se vingar do homem que o
prejudicou. No filme britânico Dead of Night (1945), um arquiteto acorda com
uma ligação. É um convite para verificar algumas reformas em uma casa, chegando
lá encontra vários convidados e revela que viu a todos em um sonho recorrente ao
mesmo tempo em que começa a antecipar acontecimentos. A trama se desenrola até
o final dramático e novamente começa com o arquiteto acordando e recebendo a
ligação.
Mas o recurso ficou realmente famoso com o filme Feitiço do
tempo, de 1993 (roteiro de Danny Rubin e Harold Ramis, direção
de Harold Ramis), com Bill Murray como protagonista que fica preso no dia
da marmota, revivendo eternamente as mesmas 24 horas.
Mas
muitos outros aproveitaram essa estrutura, que já apareceu em Simpsons, Arquivo
X e no filme alemão Corra Lola, corra!
A mais nova incursão nessa estrutura narrativa é o filme A morte te dá parabéns, dirigido por Christopher Landon (de atividade paranormal) com roteiro do escritor de quadrinhos Scott Lobdell.
Na história Tree (Jessica Rothe) é uma patricinha convencida e arrogante, que trata mal e desdenha de todos que conhece e acaba sendo morta. Ela acorda no mesmo dia e acaba sendo morta novamente e isso várias vezes.
O grande desafio do roteiro em looping é manter o interesse do expectador, que corre o risco de se entediar com a redundância das repetições de trama. O segredo está em repetir a trama básica, mas ir introduzindo modificações que tornam a história interessante. E, ao mesmo tempo, criar marcações que mostrem desde o início que o dia está se repetindo. Ou seja: Tree irá acordar no quarto de um menino desconhecido, pede um remédio para dor de cabeça, sai, vê um casal ser molhado por regador automático, um carro disparar o alarme e um aluno desmaiar. E, ao final do dia, é morta. O que acontece no recheio desses dois extremos é o ambiente em que o roteirista trabalha as mudanças e aprofunda a personagem.
Embora tenha uma pegada de filme teen (o que talvez desagrade alguns), A morte te dá parabéns consegue manejar bem esses elementos entregando, inclusive uma virada final que fecha as pontas soltas e faz o expectador pensar: “nossa, era óbvio!”
Enfim, um filme que se segura pelo roteiro, algo raro nos dias atuais.
A mais nova incursão nessa estrutura narrativa é o filme A morte te dá parabéns, dirigido por Christopher Landon (de atividade paranormal) com roteiro do escritor de quadrinhos Scott Lobdell.
Na história Tree (Jessica Rothe) é uma patricinha convencida e arrogante, que trata mal e desdenha de todos que conhece e acaba sendo morta. Ela acorda no mesmo dia e acaba sendo morta novamente e isso várias vezes.
O grande desafio do roteiro em looping é manter o interesse do expectador, que corre o risco de se entediar com a redundância das repetições de trama. O segredo está em repetir a trama básica, mas ir introduzindo modificações que tornam a história interessante. E, ao mesmo tempo, criar marcações que mostrem desde o início que o dia está se repetindo. Ou seja: Tree irá acordar no quarto de um menino desconhecido, pede um remédio para dor de cabeça, sai, vê um casal ser molhado por regador automático, um carro disparar o alarme e um aluno desmaiar. E, ao final do dia, é morta. O que acontece no recheio desses dois extremos é o ambiente em que o roteirista trabalha as mudanças e aprofunda a personagem.
Embora tenha uma pegada de filme teen (o que talvez desagrade alguns), A morte te dá parabéns consegue manejar bem esses elementos entregando, inclusive uma virada final que fecha as pontas soltas e faz o expectador pensar: “nossa, era óbvio!”
Enfim, um filme que se segura pelo roteiro, algo raro nos dias atuais.
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