Fale-nos sobre você.
Luciano Dami: Sou formado em comunicação social com habilitação em Rádio e TV pela Unesp, campus de Bauru, e cursei técnico em teatro (atuação) pelo Instituto Ribeirão em Cena. Apresento um programa diário de entrevistas na TV Educadora, emissora local da cidade de Batatais, e sou Secretário de Cultura e Turismo do Município de Batatais.
A leitura sempre fez parte de minha vida. Um fato curioso é que só fui ter mais contato com os livros infantis depois de adolescente. Na infância eu lia muitos quadrinhos, almanaques e revistas, pois os livros infantis não eram tão acessíveis. Mas este fato não tirou meu encantamento por esse universo e acredito que o caminho da leitura ligada ao lúdico não está restrito a uma faixa etária.
Fale-nos sobre o seu novo livro editado pela Carochinha Editora, Rapunzefa.
L.D.: Rapunzefa surgiu como uma dramaturgia infantojuvenil. A proposta é colocar um clássico das histórias infantis em um terreno de nossa cultura, dialogando com a literatura de cordel. Nossa heroína não é uma princesa de contos de fada tradicional e não é filha de rei ou rainha. Seus longos dreads, marca registrada da personagem, mostram um pouco esse diferencial.
As ilustrações de Marcos Garuti criam a atmosfera perfeita para o texto, dialogando com o universo das xilogravuras de uma maneira atual e encantadora.
Em um primeiro momento, a iniciativa da Carochinha Editora de lançar o livro no formato de dramaturgia me surpreendeu. Depois de conversar com algumas mães, acabei descobrindo um novo aspecto da obra: ela foi feita para ser compartilhada. Muitos relatos falam dessa partilha lúdica em que a família divide os personagens entre seus membros para poder fazer uma leitura conjunta.
Como você vê o mercado de livros infantis atualmente?
L.D.: Observo um mercado abrangente e a preocupação da produção segmentada, levando em consideração os detalhes. Não só o conteúdo textual é pensado para cada faixa etária, mas também a escolha de ilustrações, cores e materiais condizentes.
Agregado a isso, observo o interesse das famílias em estimular a leitura, mesmo com a concorrência direta das ferramentas eletrônicas. O estímulo eletrônico fez o mercado literário se reinventar, e os livros infantis, devido ao perfil lúdico, têm ganhado muito com isso. É um mercado que ainda deve crescer muito se continuar apostando em seu principal insumo: a criatividade.
Como você analisa a questão da leitura no país?
L.D.: Nosso país foi formado tendo como base a cultura oral. Quando nos tornamos um povo largamente alfabetizado já estávamos adentrando a era da tecnologia da informação. Falta-nos a tradição da leitura. É por isso que estimular a leitura na infância é fundamental, e não apenas as crianças, mas os adultos também. Já ouvi relatos de pais que se tornaram leitores com os filhos, pois adquiriram o hábito da leitura ao terem de ler para os pequenos e acabaram encantados com a literatura.
Qual dica você pode dar para quem deseja ser escritor?
L.D.: Temos o clichê do conselho: leitura. A leitura é o combustível da escrita. Além disso, as anotações são fundamentais. Nem sempre a ideia vem pronta. Cadernos, blocos de nota, arquivos destinados a marcar propostas são fundamentais. Chamo isso de “limbo de criatividade”. Algumas acabam conectando-se; outras, ficam lá por muito tempo. Alguns textos surgem de uma única vez. Outros demoram para amadurecer. Dê ao trabalho o tempo necessário de gestação, mas não o abandone. Reescreva, leia em voz alta, mude de ambiente
etc.
Quais são os seus próximos projetos?
L.D.: Estou trabalhando em outros dois textos clássicos com estética similar à de Rapunzefa. É incrível como nossa cultura consegue abarcar os clássicos e recontar uma história com nossas cores e sabores. Existe também um estudo de um trabalho com ênfase na cultura mineira.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
A leitura sempre fez parte de minha vida. Um fato curioso é que só fui ter mais contato com os livros infantis depois de adolescente. Na infância eu lia muitos quadrinhos, almanaques e revistas, pois os livros infantis não eram tão acessíveis. Mas este fato não tirou meu encantamento por esse universo e acredito que o caminho da leitura ligada ao lúdico não está restrito a uma faixa etária.
Fale-nos sobre o seu novo livro editado pela Carochinha Editora, Rapunzefa.
L.D.: Rapunzefa surgiu como uma dramaturgia infantojuvenil. A proposta é colocar um clássico das histórias infantis em um terreno de nossa cultura, dialogando com a literatura de cordel. Nossa heroína não é uma princesa de contos de fada tradicional e não é filha de rei ou rainha. Seus longos dreads, marca registrada da personagem, mostram um pouco esse diferencial.
As ilustrações de Marcos Garuti criam a atmosfera perfeita para o texto, dialogando com o universo das xilogravuras de uma maneira atual e encantadora.
Em um primeiro momento, a iniciativa da Carochinha Editora de lançar o livro no formato de dramaturgia me surpreendeu. Depois de conversar com algumas mães, acabei descobrindo um novo aspecto da obra: ela foi feita para ser compartilhada. Muitos relatos falam dessa partilha lúdica em que a família divide os personagens entre seus membros para poder fazer uma leitura conjunta.
Como você vê o mercado de livros infantis atualmente?
L.D.: Observo um mercado abrangente e a preocupação da produção segmentada, levando em consideração os detalhes. Não só o conteúdo textual é pensado para cada faixa etária, mas também a escolha de ilustrações, cores e materiais condizentes.
Agregado a isso, observo o interesse das famílias em estimular a leitura, mesmo com a concorrência direta das ferramentas eletrônicas. O estímulo eletrônico fez o mercado literário se reinventar, e os livros infantis, devido ao perfil lúdico, têm ganhado muito com isso. É um mercado que ainda deve crescer muito se continuar apostando em seu principal insumo: a criatividade.
Como você analisa a questão da leitura no país?
L.D.: Nosso país foi formado tendo como base a cultura oral. Quando nos tornamos um povo largamente alfabetizado já estávamos adentrando a era da tecnologia da informação. Falta-nos a tradição da leitura. É por isso que estimular a leitura na infância é fundamental, e não apenas as crianças, mas os adultos também. Já ouvi relatos de pais que se tornaram leitores com os filhos, pois adquiriram o hábito da leitura ao terem de ler para os pequenos e acabaram encantados com a literatura.
Qual dica você pode dar para quem deseja ser escritor?
L.D.: Temos o clichê do conselho: leitura. A leitura é o combustível da escrita. Além disso, as anotações são fundamentais. Nem sempre a ideia vem pronta. Cadernos, blocos de nota, arquivos destinados a marcar propostas são fundamentais. Chamo isso de “limbo de criatividade”. Algumas acabam conectando-se; outras, ficam lá por muito tempo. Alguns textos surgem de uma única vez. Outros demoram para amadurecer. Dê ao trabalho o tempo necessário de gestação, mas não o abandone. Reescreva, leia em voz alta, mude de ambiente
etc.
Quais são os seus próximos projetos?
L.D.: Estou trabalhando em outros dois textos clássicos com estética similar à de Rapunzefa. É incrível como nossa cultura consegue abarcar os clássicos e recontar uma história com nossas cores e sabores. Existe também um estudo de um trabalho com ênfase na cultura mineira.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
0 comments:
Postar um comentário