Caroline Pinheiro - Foto divulgação |
O texto que segue, bem como a ilustração, são de autoria de Caroline Pinheiro, graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade de Mauá (FAMA).
Agradeço a Caroline a oportunidade de divulgar esse excelente texto.
Mauá, 24 de agosto de 2018.
Agradeço a Caroline a oportunidade de divulgar esse excelente texto.
Mauá, 24 de agosto de 2018.
Essa carta é dedicada a uma pessoa muito especial em minha vida...
Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer Lilo e Stitch
Olá, acredito que você já me conheça, me chamo Caroline, atualmente estudo e tenho 20 anos. Você deve estar se perguntando como veio parar aqui, tudo começou com uma proposta do meu professor da faculdade, escrever a cada 15 dias acontecimentos bons ou aqueles que consegui tirar proveito diante das adversidades, essa atividade se chama “Olhos da positividade”. Vi a oportunidade perfeita para fazer algo que queria há muito tempo, só faltava uma pequena motivação. Aos poucos conforme irei escrever essas cartas, você, caro leitor, saberá o motivo que me levou a isso e a pessoa misteriosa para a qual eu escrevo.
Durante esses 15 dias, observei os acontecimentos da minha vida e registrei os mais significantes. Surpreendi-me com o que vi, antes pequenas coisas passavam batidas, mas agora não mais... Se existe uma palavra capaz de definir esses 15 dias seria FAMÍLIA.
Mas antes de saber o que me levou a essa reflexão, precisa saber um pouco sobre minhas características de personalidade, eu sou do tipo de garota intensa, que é sincera demais e ama demais, o que me faz me magoar muito fácil, triste, mas na vida ou você muda ou aprende a conviver com isso, eu optei por aceitar quem eu sou, que é um desastre ambulante! Não sei lidar sobre pressão e muito menos com perdas, acredito que eu não amadureci o suficiente para isso ainda. Agora é aquele momento que eu me abro para você, mas não me acanho com isso, já que nos conhecemos há muito tempo, eu perdi uma pessoa em minha vida a qual eu jurava que ela ficaria para sempre, na verdade ela me deixou, senti que seria o meu fim, pois pensava que aquele relacionamento era a melhor coisa que me aconteceu. Nossa que drama adolescente de Thalita Rebouças, você deve estar pensando, mas, como disse, sou intensa. Enfim, sofri. Mas acabei descontando minhas cicatrizes em quem não merecia. Porém essas semanas me fizeram ver que seguir em frente não é uma opção e sim uma solução definitiva.
Mesmo recuperando e superando o que passou, algo ainda continuava intacto, o fato de eu andar isolada e descontando minha “raiva” principalmente em minha família, percebi que não havia saído daquela crise completamente, mas tudo isso mudou quando conheci um rapaz (E não, não estamos vivendo um caso de amor), que participa da mesma igreja que eu, ele me relatou que havia perdido a mãe recentemente de forma trágica, apesar da dor e da saudade isso não apagou o seu brilho; cheio de luz, ele me fez refletir que aproveitar os momentos com quem você ama nunca pode ser uma obrigação ou algo banal e sim uma dádiva a ser vivida, portanto comecei a tratar melhor meus entes queridos e tornar aqueles momentos vividos únicos, como, por exemplo, no domingo que teve um café da manhã no meu grupo da Crisma da Igreja Católica do qual eu participo todos os domingos de manhã e vi no quanto muitos se empenharam em fazer e dar o seu melhor para pessoas que nem muitas intimidades possuíam, mas estavam ali sorrindo e comendo em comunhão, no momento assimilei até com a santa ceia, não sei por que me fez associar a isso, deve ser pelo cenário no qual eu estava inserida juntando com minha imaginação fértil, deu nisso.
Outro momento que pude vivenciar de forma positiva foi em um jogo de futebol cujo time a que eu iria assistir e para o qual ia torcer, era o da minha Vila, vi como era importante não só para os jogadores, mas também aos torcedores estarem ali, era como se... um fizesse parte do outro. Observei isso quando um garoto estava com o domínio da bola, porém ele estava um pouco longe do goleiro, e um jogador do time adversário estava marcando-o, as chances de gol eram mínimas, não precisava entender de futebol para chegar a essa conclusão, mesmo assim a torcida começou a gritar o apoiando e dizendo para chutar que iria conseguir, foi quando ele deu um chute tão forte e tão preciso que marcou um gol, classificando o time para as quartas de finais! Parte dos moradores estava ali, como uma família que nunca abandona seus membros até nos momentos de aflição.
Teve o dia dos pais, meus pais são separados, mas acredito que você já sabe, moro com minha mãe e irmã enquanto meu pai mora em São Bernardo, minha irmã e eu decidimos ir a um lugar de que ele gosta, um parque, acreditamos que isso deve trazer boas lembranças para ele, deve ser por isso que mesmo eu com 20 anos e minha irmã com 16 ele ainda faz questão de nos levar, é até um pouco constrangedor, mas não brincamos nos brinquedos até porque somos grandinhas para isso, mas dá para tirar fotos legais, o que adoramos fazer. Comemos cachorro-quente e tiramos muitas fotos, foi um dia divertido, aposto que meu pai nunca irá esquecer.
Outro marco importante foi o aniversário de um ser de destaque na minha vida, o qual eu sinto muito amor em falar, Bolota, um cachorro da raça pug, que se tornou um membro da minha família, aquele pequeno pacote de amor no qual tem a cara enrugada e o focinho amassado, não fazia ideia que aquela data 23/08 era seu aniversário, mas como poderia saber, não é mesmo!? Mas aquele dia o deixou muito feliz, pois ganhou um osso enorme que até hoje ainda fica roendo-o.
Eu amo minha família, faria de tudo por eles e eles por mim, família não precisa ser de laço sanguíneo, pode ser aquele amigo que você participa ativamente na vida dele, sua igreja, um grupo de torcedores que amam seu time, um cachorro o qual você o chama de filho, mas o que unem todos é o companheirismo e principalmente o AMOR.
Que Deus esteja com você sempre! Com amor, Carol
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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