João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

  Querido(a) leitor(a)! Nossa nova edição está novamente megaespecial e destaca João Barone, baterista da banda Os Paralamas do Sucesso. Bar...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Sobre o conto “O Salvador na Fortaleza”, Fantasia de Manly Made Wellman

Manly Made Wellman - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Trombroll, o Mago, vinha exercendo seu poder de forma infame, prometendo afastar as pragas e as tempestades, em troca de muita riqueza. Isso era mais que ultrajante, visto que o próprio Mago era quem poderia causar tormentas, e agora exigia demais para não causar destruição e morte. Pura extorsão.

Assim, o príncipe Theogoll liderou os exércitos de Varlo e de Deribana, para destruir a fortaleza de Trombroll, que a tinha construído em uma cratera. Tinha água de poços e mantimentos para muito tempo e ainda sequestrara a princesa Yann, belíssima consorte de Theogoll. Ele não sabia mais o que fazer. Estava passando pelas redondezas Kardios, o último atlanteano vivo, após o desaparecimento da Atlântida sob as águas do Oceano Atlântico. Ele se ofereceu para resgatar a princesa Yann.

Entrou na fortaleza por um túnel escondido no solo por arbustos, e logo estava dentro de um dos poços que abasteciam Trombroll, dentro da fortaleza. Subiu por uma corda pendurada do topo, para que um balde fosse descido e içado do fundo, e derrubou no poço profundo um dos guardas que vigiavam a gruta, cheia de jarros de óleo e vinho. Atraindo outro dos soldados, para que abrisse a porta da caverna — na verdade o depósito mais profundo da fortaleza de Trombroll —, Kardios amarrou-o e subiu até nível térreo, a sala da guarda. Lá, belas mulheres guerreiras estavam passando o tempo, vigiando a princesa Yann, presa em uma cela. Depois de ganhar a simpatia delas com canções embalada por sons dedilhados em sua harpa, Kardios teve de se esconder, com a ajuda de uma das guerreiras. Trombroll desceu até a sala por um alçapão no teto e levou a princesa para o alto da fortaleza, levitando.

Kardios livrou-se de sua armadura, roubada de um dos soldados na caverna, jogou fora o elmo, também surrupiado, e subiu na mesa onde as guerreiras estavam sentadas ao redor. Arrancando suspiros de admiração das mulheres com relação a seu físico musculoso, ele içou-se e subiu para o primeiro andar. Era um salão enorme, mas vazio. A um canto, uma escada sem corrimão, estreita, de pedra, erguia-se junto a uma parede da fortaleza, continuando e seguindo rente às outras paredes, em uma espiral. O atlanteano subiu a escadaria, até chegar a um ponto em que quatro soldados desciam em fila única. Não havia espaço para dois homens descerem a escada, lado a lado. Uma luta intensa, porém breve, se deu e somente um dos guardas permanecera vivo. Ele fugiu, subindo os degraus, e chegou a uma porta lateral, por onde se enfiou.

Kardios se encontrava muito acima do solo. Uma forma alada, asas imensas com garras nas extremidades, com garras nas pernas e dentes afiados que poderiam arrancar um braço ou uma perna de um homem, voava. Ela atacou, mas Kardios se abaixou e o monstro se chocou contra a parede acima do atlanteano. No próximo ataque da criatura, o homem decapitou o ser alado com sua espada. Ele caiu nas profundezas da fortaleza.

Continuando, Kardios teve de se desviar de um cilindro de pedra que rolava, descendo para esmagá-lo nos degraus da escadaria. O homem saltou por cima e quase caiu, aterrissando com dificuldade nos degraus. O cilindro seguiu, rolando pela escada. O soldado que o jogara era o mesmo que sobrevivera à luta que Kardios travara antes. E ele havia soltado o Terror Alado, o monstro que o atacante decapitara, antes. Alcançando-o, o atlanteano decidiu não matá-lo, quis que ele o levasse até os aposentos de Trombroll. Ele o fez e Kardios o deixou ir embora, deixando-o na porta que dava para onde o Mago vivia. Kardios levantou a porta, que não estava trancada, fazendo-a deslizar para cima. Dentro, uma visão de sonho: vegetação, como em um bosque, formava uma passagem até onde Trombroll e Yann estavam, sentados à mesa, que nada mais era do que uma joia imensa que servia de acomodação para se servir refeições. Nesse lugar, onde comiam, Trombroll havia construído um salão magnificamente ornamentado, riquíssimo: as paredes eram enfeitadas com tecidos ricos e chamativos; o chão compunha-se de uma pedra branca brilhante, desenhado com estrelas, espirais e anéis de moedas de todos os tamanhos e padrões. As vigas que corriam no teto, polidas até reluzirem como metal, eram feitas de diferentes madeiras, raras, e apresentavam inscrições complicadas.

Trombroll estalou os dedos e seu fiel assistente, um monstro meio lobo, meio tigre e um pouco como um grande macaco, saiu debaixo da mesa. Avançou contra Kardios, que desferiu um golpe em seu ombro. O Mago estalou duas vezes os dedos e o seu servidor atacou com rapidez impressionante. Kardios desviou-se para o lado e desferiu um golpe lateral contra o crânio vazio da besta, enterrando-se nele. Ela tombou no chão. Trombroll surpreendeu-se com o que acontecera, pois acreditara que um feitiço seu protegeria o monstro de ataques como o do atlanteano. Então, ele sacou sua espada e os dois duelaram.

A espada de Kardios resvalava no corpo do Mago, que duelava com rapidez e contragolpeava. Ele revelou ao homem que qualquer objeto ou arma feita de metal jamais o atingiria, devido a um feitiço que ele concebera. Então, Kardios desviou a lâmina de Trombroll com o lado de sua mão e desferiu um golpe com a quina dela na nuca do oponente. Como revelou à princesa Yann, logo depois, as pessoas caíam mortas sempre que ele usava este golpe desta maneira.

Saíram da fortaleza, em meio aos Vivas! dos soldados do Mago, que se viram livres da tirania que estavam sofrendo, desde há muito. Os guardas decidiram saquear a fortaleza e ainda perguntaram para Kardios se ele não gostaria de levar algum objeto de valor. Ele recusou e levou a princesa para fora. Revelou tudo o que acontecera a Theogoll e seus homens, falando que eles, se conseguissem fazê-lo a tempo, poderiam cercar a fortaleza e assegurar para si a fortuna acumulada lá.

Se Kardios não houvesse saído do local rapidamente, fazendo a volta na borda da cratera e desaparecendo à distância, as coisas teriam saído muito mal para ele. A princesa passara a querer somente Kardios, não ligava para coisa alguma que não fosse o seu salvador. Theogoll, vendo que perdera o amor de Yann, disse para trazerem o atlanteano de volta. Para se encontrar com o carrasco...


Esta é a sinopse do conto “O Salvador na Fortaleza”, do escritor Manly Made Wellman (1903-1986), tido por Karl Edward Wagner (escritor, poeta, editor de Fantasia Heroica, Horror e Ficção Científica) como o deão dos escritores de Fantasia. Wellman escreveu também ficção histórica, western, histórias policiais, ficção para jovens e não-ficção. Recebeu muitos prêmios, como o World Fantasy Award e o Edgar Allan Poe Award. Os três mais comumente encontrados personagens das histórias de Wellman são: John, o Baladeiro, conhecido como Silver John, um menestrel que vaga pelas florestas com sua guitarra de cordas de prata, o “detetive do oculto” de idade avançada Judge Pursuivant e John Thunstone, um detetive do oculto, também.

Atlântida era uma ilha ou continente que Platão descreveu pela primeira vez em suas obras “Timeu ou a Natureza” e “Crítias ou a Atlântida”. Nos relatos de Platão, Atlântida era localizada no Oceano Atlântico, além dos dois promontórios que divisam o Mar Mediterrâneo do Oceano Atlântico, as Colunas de Hércules, ladeando o Estreito de Gibraltar. Atlântida era uma potência naval, que conquistou muito da Europa Ocidental e da África, em 9.600 a.C., aproximadamente. Atlântida afundou no Oceano, “em um único dia e noite de infortúnio”, após fracassar ao tentar invadir Atenas.

Alguns estudiosos afirmam que Platão criou a história a partir de acontecimentos, como a erupção do vulcão de Thera e a Guerra de Troia. Outros falam que ele se inspirou em acontecimentos de sua época, como a destruição de Helique (em 373 a.C.) ou a fracassada invasão ateniense da Sicília, entre 415 a.C. e 413 a.C.

Discutiu-se muito se tal lenda seria real, na Antiguidade Clássica. Na Idade Média, essa história era pouco conhecida, sendo resgatada na Idade Moderna, por humanistas. Trabalhos na Renascença foram feitos, inspirados na lenda da Atlântida, como “Nova Atlântida”, de Francis Bacon. Atlântida ainda hoje inspira a literatura, como a Ficção Científica, e o cinema. Atlântida se tornou uma referência para quaisquer suposições sobre avançadas civilizações pré-históricas perdidas.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem. 

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
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E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
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