Ricardo Varriano Rizzo de Almeida - Foto divulgação |
Ricardo Varriano Rizzo de Almeida (28 anos) mora em Garça-SP, onde trabalha como consultor terapeuta em uma clínica para dependentes químicos. Filho do comerciante/empresário Ricardo Rizzo e designer de moda/blogueira Monica Varriano (blog Cats, Beavers & Ducks), Ricardo teve uma infância feliz e uma vida adulta... complicada. Aficionado em literatura fantástica, filmes, vídeo games e seus mundos imaginários, seu maior prazer estava em escapar para outros universos, o que o levou a um certo redemoinho chamado alcoolismo. Sóbrio há dois anos, Ricardo agora encontrou novo júbilo em uma outra forma de visitar esses universos: escrevendo sobre eles.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Ricardo Varriano: Devo tudo à minha mãe Monica que, quando eu era bebê, lia para mim gibis da Turma da Mônica (hehe) todas as noites, sem falta. A partir disso, sempre tive facilidade, talvez não com a palavra em si inicialmente, mas com a imaginação. Digo por experiência própria: o que muitos pais hoje em dia acreditam ser um momento de sono ou descanso perdido, na verdade representa tudo na alfabetização e construção de identidade de seus filhos pequenos.
A cultura de ficção sempre esteve presente em minha vida, de uma maneira ou outra. Da alta fantasia medieval à violência gratuita e sombria de um apocalipse zumbi, minhas paixões caminharam junto comigo e foram se transformando à medida que eu vivia coisas novas (boas e terríveis). Tudo culminou num amálgama de gêneros prediletos, com a ficção científica no topo.
Eis que decidi escrever sobre esse amálgama. Preferi escrever um livro sobre esse caos sistemático, o sobe-desce que é a vida, e tudo dizia que uma ficção científica seria a melhor maneira de fazê-lo.
Conexão Literatura: Você é autor da obra “O Exílio dos Escravos”, publicado pelo KDP na Amazon. Poderia comentar?
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Ricardo Varriano: Devo tudo à minha mãe Monica que, quando eu era bebê, lia para mim gibis da Turma da Mônica (hehe) todas as noites, sem falta. A partir disso, sempre tive facilidade, talvez não com a palavra em si inicialmente, mas com a imaginação. Digo por experiência própria: o que muitos pais hoje em dia acreditam ser um momento de sono ou descanso perdido, na verdade representa tudo na alfabetização e construção de identidade de seus filhos pequenos.
A cultura de ficção sempre esteve presente em minha vida, de uma maneira ou outra. Da alta fantasia medieval à violência gratuita e sombria de um apocalipse zumbi, minhas paixões caminharam junto comigo e foram se transformando à medida que eu vivia coisas novas (boas e terríveis). Tudo culminou num amálgama de gêneros prediletos, com a ficção científica no topo.
Eis que decidi escrever sobre esse amálgama. Preferi escrever um livro sobre esse caos sistemático, o sobe-desce que é a vida, e tudo dizia que uma ficção científica seria a melhor maneira de fazê-lo.
Conexão Literatura: Você é autor da obra “O Exílio dos Escravos”, publicado pelo KDP na Amazon. Poderia comentar?
Ricardo Varriano: O Exílio é uma ficção científica escrita, como os gringos diriam, “by the seat of my pants”. Comecei a escrevê-lo dentro da clínica em que fiquei (e onde hoje trabalho e tem minha eterna gratidão!), devido ao meu problema com o álcool, sem a mínima ideia de onde a trama iria parar. É a velha metodologia Stephen King de escrita: andar de mãos dadas com o enredo. Fiquei feliz com o resultado após meses de insegurança e edição. A narrativa e personagens do Exílio têm tudo a ver com o que vivi dentro e fora de meu tratamento (exceto as partes violentas, é claro).
Eu o escrevi, inicialmente, sem levar a sério. Sempre me sentava em algum canto diferente da clínica, e logo meus companheiros de tratamento criaram o jogo “onde o Ricardo está escrevendo hoje?” Era o meu modo de passar o tempo, apesar das variadas atividades terapêuticas que tínhamos. Criei o universo que eu queria, o moldei, dei vida aos personagens, sem se importar muito com a trama. Foi então que alguns dos outros pacientes se interessaram pelo que eu passava horas fazendo, e resolveram dar uma pincelada nas páginas manuscritas à caneta. Algumas sobrancelhas se ergueram ao lerem o início do Exílio e, com um encorajamento extra, era hora de levar a coisa um pouco mais a sério. A diversão, porém, não poderia faltar no processo, e o leitor certamente a encontrará no diálogo lúdico e enredo dinâmico, com personagens dissecados sem dó em suas emoções e sensibilidade.
Lembra de Lego? Esse livro sou eu brincando de Lego, só que as peças são figuras de linguagem e referências sutis (e outras não tão sutis).
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Ricardo Varriano: Ah, pesquisas... Foi por pura sorte, mas, mesmo internado e sem acesso a certas mídias, eu tinha tudo o que eu precisava para escrever uma ficção científica. Grande parte das descrições e usos das tecnologias, presentes no livro, eu devo a um grande engenheiro e pesquisador da MIT que, para minha felicidade, encontrava-se em tratamento comigo. Usei e abusei do conhecimento desse camarada a ponto que, quando percebíamos, estávamos viajando sobre aplicações de consciências coletivas na criação de, por exemplo, uma Inteligência Artificial totalmente humana (e falha como a própria). A obra é extensa, e levou um ano para ser terminada, mas, sozinho, eu não teria saído do prólogo.
É claro que não poderiam faltar inspirações. Combustíveis como Júlio Verne, Aldous Huxley, Alfred Bester, John Scalzi são de altíssima octanagem quando me faltava aquela motivação para botar a bunda na cadeira e escrever.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?
Ricardo Varriano: “É assim que o mundo sempre foi”.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Ricardo Varriano: O Exílio dos Escravos está disponível, no momento, somente na Amazon em formato E-Book por R$ 9,99. https://www.amazon.com.br/dp/B07J56FNCQ
Estará impresso em breve também, em janeiro ou fevereiro.
Quanto a mim, estou no Facebook (https://www.facebook.com/ricardo.vrno), Instagram (ricardo_varrizzo) e Twitter (@RicardinVarr, criado recentemente).
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Ricardo Varriano: Me encontro focado no trabalho e faculdade no momento, mas àqueles que preferem assim (conheço vários), o Exílio estará em breve disponível em inglês. Também já iniciei o segundo volume, O Exílio dos Escravos: Ala 7, mas esse vai demorar um pouco mais!
Perguntas rápidas:
Um livro: The Last Ringbearer (fanfic russa de Senhor dos Anéis)
Um (a) autor (a): Maurício de Sousa. Minhas sobrancelhas não chegam aos pés das dele, mas espero que minha paixão pelo trabalho criativo um dia chegue!
Um ator ou atriz: Matthew McConaughey; Carrie Fisher
Um filme: O Homem da Terra
Um dia especial: Ah, qualquer dia meio frio está ótimo!
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Ricardo Varriano: Olha só, sendo recém-chegado no nicho da escrita de ficção, fiquei surpreso em ver como o apoio é enorme entre autores brasileiros! A prática predatória que vemos em qualquer outro tipo de mídia é praticamente inexistente no universo da Ficção Científica aqui. Espero que isso sirva de encorajamento a futuros autores. O país precisa de vocês!
0 comments:
Postar um comentário