João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

  Querido(a) leitor(a)! Nossa nova edição está novamente megaespecial e destaca João Barone, baterista da banda Os Paralamas do Sucesso. Bar...

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

“Meteoro”, sobre um conto fantástico de John Wyndham

Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Era noite. Graham Toffts e a noiva, Sally, estavam jantando, quando o estrondo sacudiu a casa e estremeceu as janelas. O pai de Sally, o senhor Fontain, chegou um pouco depois e disse que algo havia caído na terra, além do pomar. Vira um brilho incandescente no solo, de onde estava. Desenterraram a coisa: parecia realmente um meteoro metálico, muito pesado, e o trouxeram para dentro de casa, na garagem. O inspetor chegou dentro de algum tempo. Não gostou da ideia de terem mexido com o que quer que tivesse caído do céu. Poderia ser outra coisa, além de um meteoro, e ele tinha ordens de não mexer ou mover qualquer objeto misterioso que viesse do céu. Eram ordens do Ministério da Guerra, e só este órgão tinha permissão para tal. O inspetor parou no portão da garagem e ouviu um silvo. Graham aproximou-se do objeto e ouviu. Sim, o silvo vinha do que quer que tivesse vindo do espaço. Decidiram afastar-se dali.

Forta, um lugar no espaço. Talvez um asteroide. Mas estava entrando em decadência, o lar dos alienígenas. Decidiram lançar, então, vários globos, cada um com sessenta centímetros de diâmetro, com quase mil indivíduos cada, para povoar outros mundos. Pelo telescópio, Onns observara a Terra e vira que seria um lugar promissor, para passar o conhecimento a outros povos e se espalharem e se desenvolverem pela superfície do planeta.

Um gato entrou na garagem dos Fontain. Chegou perto do objeto esférico de metal e agachou-se. Pestanejou. Observou os pequeninos seres que haviam saído da espaçonave e esmagou mais de dez com a enorme pata. Em seguida, pisou o chão mais uma vez e, então, estremeceu, sacudindo-se todo. Tombou no solo e aí ficou.

Onns e o restante da tripulação haviam descido da nave e, horrorizado, ele vira quando a terrível criatura esmagara por duas vezes mais de dez de seus colegas. Sunns, o chefe da expedição, morrera, ao atirar contra o monstro preto, matando-o, e fora esmagado pelo seu corpo, que caíra sobre si. Inns substituiu Sunns como chefe. Dirigiram-se, os que sobraram da missão, para um lugar abrigado da garagem, onde ficaram protegidos. A nave havia sido levada por homens do Ministério da Guerra e os alienígenas estavam abandonados à sua sorte, sem água ou comida. Em breve morreriam de fome, se nada fosse feito.

Inns organizou outro grupo, para explorar o local onde estavam. Havia uma série de túneis. Neles, mataram várias criaturas enormes, de seis e oito patas, horrendas, mas que só eram perigosas quando davam botes. Ninguém foi ferido. Mesmo assim, ao chegarem do lado exterior da garagem, depararam-se com um grupo de seres cinzentos, de quase a metade do tamanho do gato. Antes de matarem todos, em uma luta feroz, quase todos os diminutos extraterrenos foram mortos pelas criaturas. Eram ratos.

O globo foi serrado ao meio, no Ministério da Guerra. Uma casca metálica sólida externa de quinze centímetros de espessura recobria o interior. Dentro, depois da casca, havia uma camada de dois a três centímetros de um pó fino isolante, muito interessante. Semelhante a um favo, uma série de células vazias se espalhava em uma camada muito flexível semelhante a borracha, dentro de uma outra parede metálica interna mais fina que a externa. Além, uma camada de cinco centímetros de favo, desta vez contendo uma outra série de células bem maiores que as da camada externa, repletos de tubos em miniatura, espécies de sementes minúsculas, várias espécies de pós desconhecidos e, fora tudo isso, não havia mais nada, estava tudo vazio.

Isso foi o que Graham Toffts disse a Sally e ao pai dela, o senhor Fontain, do lado externo da casa, dois dias depois da queda da espaçonave. Mitty, a cadela de Sally, fora atrás de alguma coisa no jardim e não voltara. Sally a encontrou morta. Depois, queixou-se ao noivo e ao pai que tinha sido picada violentamente. Graham descobriu os seres espaciais e apanhou um deles. Estranhamente, parecia-se com um inseto de asas, com dois olhos nas bordas de cada asa e que, quando se sentou na palma da mão de Graham, este sentiu uma dor aguda na mão.

O que os humanos fizeram, então? Trataram de despachar seres de mais de um milhão de anos de desenvolvimento científico e tecnológico com um pulverizador de inseticida.

Esta é a história trágica “Meteoro” (“Meteor”) do genial escritor inglês John Wyndham, um dos principais autores de Ficção Científica do Século XX. Publicada na antologia “The Seeds of Time”, em 1956, por Wyndham e, posteriormente, em 1985, pela Editora Caminho Ficção Científica, na antologia “As Sementes do Tempo”.

O choque entre culturas aqui não é observado. Por sua grande inferioridade de tamanho, os alienígenas são alvo de animais, aracnídeos, ratos, formigas, cachorros e... o Homem. Confundidos com insetos venenosos, foram pulverizados com inseticida, ao fim de uma longa série de ataques que sofreram, por parte da fauna local, na garagem e no jardim da casa do senhor Fontain.

O que causa estranheza é o fato de os minúsculos seres não terem detectado nenhuma forma de vida ao chegarem ao nosso planeta, quando acordaram de seu sono anestésico a que foram submetidos antes da viagem pelo Universo. Estes alienígenas, com um milhão de anos de cultura e história, deveriam no mínimo ter previsto a existência de criaturas belicosas, como os humanos, na Terra, ou outra raça, em outra espécie de planeta.

Um povo com tamanho avanço tecnológico, que possa construir naves coloniais estelares nas quais uma população de mil indivíduos possa ser transportada em suspensão anestésica, necessariamente teria meios de estudar, analisando com equipamentos ultra-avançados de radioastronomia os planetas escolhidos para espalhar sua Civilização. Por outro lado, tais seres deveriam estar estudando a Terra há dezenas de anos, talvez, pois eles se localizariam muito provavelmente a dezenas de anos-luz de distância. Lembro que Onns observou a Terra de um telescópio em seu planeta (talvez um simples asteroide). Portanto, a luz que chegara a ele demoraria cem anos para ser captada pelo telescópio, caso a distância entre os dois planetas fosse de cinquenta anos-luz, o que é muito pouco, em se tratando de distâncias astronômicas.

Também é válido afirmar que uma raça como a destas minúsculas criaturas insectoidais teria de possuir meios de se comunicar conosco há anos. Depois de mil anos — o que corresponderia a uma distância de 500 anos-luz para uma mensagem chegar até nós e ser enviada de volta —, nós já estaríamos preparados para recebê-los amigavelmente.

Porém, se um povo extraterreno, na situação de quase catástrofe em que seu planeta se encontrasse — como parece ser o caso —, se localizasse a uma distância de mais de quinhentos mil anos-luz, sua mensagem de contato levaria mais de um milhão de anos para ser enviada e recebida por eles. Mas a Civilização humana não teria despontado na Terra na altura da chegada da transmissão, e eles mesmos nunca poderiam ter enviado tal mensagem, pois dispunham de apenas um milhão de anos de avanço evolutivo.

A situação é mais que clara: primeiro, os seres extraterrenos do conto de Wyndham teriam de ter enviado mensagens para a Terra há pouco tempo, para que o avanço tecnológico dos humanos na Ciência do radiotelescópio tivesse se desenvolvido o suficiente e, assim, nós poderíamos ter recebido suas mensagens via rádio; segundo, os extraterrenos precisariam de meios para detectar a presença de vida em outros planetas, mesmo que a distâncias astronômicas. E, mesmo nesse caso, só poderiam localizar vida em outros mundos, a partir do momento em que a luz, ou as ondas de rádio, ou a alteração na região do espaço próxima ao planeta estudado, com a emissão de energia em alta concentração, fossem detectadas.

A situação enfrentada pelo Homem é similar. Estamos destruindo nosso planeta, extraindo reservas naturais, desmatando florestas, poluindo a terra, o ar e os oceanos e destruindo o plâncton (que é o principal responsável pela fotossíntese) que vive nos mares. Fazendo do nosso solo um solo destruído em matéria de diversidade de alimentos, na medida em que hoje as culturas transgênicas são largamente utilizadas. E culturas transgênicas deixam o legado de o solo na área em que um determinado tipo de cultura plantada só aceitará no futuro tal cultura de plantação transgênica...

Estamos milhares de anos atrás de uma tecnologia que nos leve a Alfa Centauri. Nem mesmo conseguimos chegar a Marte. Viagens a Marte são impossíveis, no atual estágio de desenvolvimento humano. O cálcio presente nos ossos humanos é perdido irreversivelmente na ausência da gravidade.

E isso parece ser um “segredo” que poucas pessoas conhecem.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem. 

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.

E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
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