MEMÓRIAS DE UM MUSEU
Há diversas formas de contar a história de um lugar. E uma vertente da história do Espírito Santo trafega junto com a história do Museu Vale, que nasceu há 20 anos com a missão de preservar a memória centenária da construção da ferrovia Vitória - Minas, que liga o Espírito Santo a Minas Gerais, e se transformou na instituição responsável pela mudança do perfil cultural do ES. Toda essa trajetória, ilustrada, será divulgada na publicação Museu Vale 20 anos, com lançamento no próximo dia 30, data da inauguração da mostra 20/20, que irá reunir trabalhos de artistas plásticos Capixabas ou residentes no Espírito Santo. O livro, com de 1,5 mil exemplares, será distribuído gratuitamente para instituições públicas em todo o país. Inaugurado em 15 de outubro de 1998, o Museu Vale se desdobrou, pouco a pouco, em reconhecido polo difusor da arte contemporânea e da arte educação. Sua vocação inicial, à época da inauguração, era ser mantenedor da memória patrimonial da ferrovia. Ampliando seus horizontes, manteve o objetivo principal, e foi além: se tornou um centro de referência em exposições, intercâmbio, reflexão sobre a arte contemporânea e de sensibilização de novos públicos. Nesses 20 anos, baseado em três pilares – memória patrimonial, arte contemporânea e arte educação –, o Museu Vale reafirma seu compromisso na promoção da arte, a preservação da cultura e o acesso de crianças e jovens a esse contexto.
Ao todo, nessas duas décadas, somou a presença de 215 artistas nacionais e internacionais, em 48 exposições individuais e coletivas, que obtiveram mais de 1 milhão e 700 mil visitantes. As atividades voltadas para a arte contemporânea ganharam espaço no galpão de 800m2, anexo ao edifício-sede, datado de 1927, tombado pelo patrimônio do Estado. Após a exposição inaugural, Múltiplos, de Joseph Beuys (1999), o Museu Vale recebeu artistas como Antônio Manuel, com Fantasma (1999), Cildo Meireles, com a exposição Babel (2006), Waltercio Caldas, com Salas e Abismos (2009/2010), Irmãos Campana, com a mostra Anticorpos (2011), OsGêmeos, com a exposição Fermata (2011/2012), Vik Muniz com mostra homônima (2015/2016), entre vários outros nomes de grande importância na arte contemporânea brasileira.
O Programa Aprendiz, criado em 2005, é um dos mais destacados da instituição: beneficia jovens das comunidades carentes do seu entorno, capacitando-os em funções relacionadas à montagem de exposições, bem como aproveitando sua mão de obra durante a montagem das mostras que realiza anualmente. Até o momento 120 jovens foram beneficiados através desse projeto. Hoje, o Museu Vale detém o Certificado de Excelência do site TripAdvisor pela qualidade do serviço prestado no âmbito cultural.
Para Ronaldo Barbosa, diretor do museu desde a sua inauguração, o livro é uma referência e uma inspiração para continuar servindo de instrumento para a construção da identidade e da dignidade social, que têm seu elo na arte e na preservação dessa memória. “No momento em que celebramos 20 anos de existência, constatamos que, ao contar histórias, também construímos a nossa, que sistematizamos neste livro.”
Na noite de lançamento do livro, será inaugurada a exposição 20/20, com 75 trabalhos de 20 artistas nascidos ou residentes no Espírito Santo. Com curadoria de Ronaldo Barbosa e Neusa Mendes, curadora institucional e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte, a mostra oferece uma discussão que permeia e dialoga entre artes visuais, literatura, tradição, diáspora, territorialidade, arquitetura, urbanismo, afetos, história da arte e ecologia. Dentre os artistas estão Fredone Fone, Rafael Pagatini e Rick Rodrigues.
SERVIÇO
Lançamento do livro Museu Vale 20 anos
Dia 30/10/2018
Horário: 20h30
Museu Vale
Antiga Estação Pedro Nolasco, s/n
Argolas – Vila Velha, Espírito Santo
Informações: (27) 3333-2484
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