João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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domingo, 19 de agosto de 2018

Rosa Beloto e o livro O uso da vírgula não é um bicho-de-sete-cabeças, por Sérgio Simka e Cida Simka

Rosa Beloto - Foto divulgação
Fale-nos sobre você  
 
Sou a professora Rosa Beloto, tenho mais de 40 anos em Educação, atuando como docente em escolas de educação básica e em cursos de graduação e de pós-graduação no ensino superior, como coordenadora de cursos de graduação e de pós-graduação em Letras, como diretora do Colégio Teresa Martin, como diretora acadêmica das Faculdades Teresa Martin, da Faculdade Renascença e da Faculdade Centro Paulistano (todas da UNIESP S/A), como diretora de Cultura e Projetos Sociais e como diretora de Pesquisa e Extensão de todo o GRUPO UNIESP e como diretora de Extensão e Assuntos Comunitários da UNIVERSIDADE BRASIL. Já participei de vários programas de televisão falando sobre casos de Língua Portuguesa.
Sou mestre em Língua Portuguesa, bacharel e licenciada em Letras e especialista em Didática da Literatura, sempre pela PUC/SP.
Participei da CBO 2000 e da CBO 2010 (Classificação Brasileira de Ocupações), promovida pela UNICAMP e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, atuando como ESPECIALISTA do perfil profissional da família ocupacional Professores de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Superior. Participei como júri do Prêmio Jabuti de 2009 e 2011 na categoria Contos e Crônicas, em 2010, na categoria Livros Didáticos e Paradidáticos, e, em 2014 e em 2015, na categoria EDUCAÇÃO. Também atuei como AVALIADORA CREDENCIADA DA UNESCO em 2015 e 2016.
Além de EDUCADORA, sou escritora, tendo publicado 4 livros, 6 obras como colaboradora e mais de 50 artigos. Tenho poesias publicadas na VIª Antologia de Poetas Lusófonos, pela Editora Folheto Edições de Portugal, na Iª e na IIª Colectânea de Poesia Lusófona em Paris pela Editora Portugal Magazine Paris. Tenho vários trabalhos publicados em anais de congressos e de apresentações de trabalhos, inclusive em Portugal e na França.
A Educação e a Literatura são as minhas paixões.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre seus livros

Meu primeiro livro, Cartas de amor eternas e ternas, foi resultado de uma pesquisa que realizei nas Faculdades Integradas Teresa Martin sobre epistolografia amorosa. Analisei a correspondência amorosa de 3 casais famosos: Abelardo e Heloísa, Madre Mariana do Alcoforado e o Conde de Camille, e de George Sand e Chopin. Uma carta de amor perdida no Metrô de São Paulo foi o mote para que eu transformasse a pesquisa em livro, pela Editora Clíper
Também publicado pela Editora Clíper, meu segundo livro foi meu maior sucesso: ele me levou à televisão (Programa Todo Seu, com Ronnie Von, Programa Pra Você, com Ione Borges, e o programa Show Mais, com Dário Arruda): Cem casos de Português sem erros, em que trato dos cem erros mais cometidos pelos usuários da Língua Portuguesa com exemplos muito bem-humorados.
Meu terceiro livro foi a realização de um desejo pessoal que me acompanhou ao longo de minha vida, que era contar a história de minha família polonesa, fugida da Polônia às vésperas da Segunda Guerra, pois, ao contrário das histórias conhecidas desse período, a história de minha família teve final feliz. É o livro Colcha de Retalhos: uma família polonesa no Brasil, uma obra epistolar publicada pela Miró Editorial.
Meu livro mais recente, O uso da vírgula não é um bicho-de-sete-cabeças, nasceu da vontade de simplificar o estudo sobre o uso da vírgula facilitando, assim, esse uso em especial na comunicação escrita em Língua Portuguesa. Os tópicos gramaticais têm uma regra geral e várias exceções ou usos opcionais. Para facilitar, no livro, são estudados os casos em que o uso da vírgula é obrigatório e os casos em que o uso desse sinal de pontuação é incorreto: o sempre e o nunca. É um livro compacto, com tamanho que facilita seu transporte na bolsa para estar por perto sempre que necessário, com muitos exemplos e exercícios. Ele foi lançado há cerca de três meses pela Editora Ciência Moderna e faz parte de coleção coordenada pelo querido, famoso e importante Professor Dr. Sérgio Simka. Os interessados em comprá-lo devem enviar um e-mail para livrosrosa@gmail.com

Como analisa a questão da leitura no país?

Depois de bem mais de 40 anos atuando como Educadora, confesso que nunca estive tão preocupada. A revolução tecnológica foi arrasadora nas últimas décadas e acredito que a humanidade ainda não soube dosar os inúmeros benefícios que essa tecnologia toda trouxe para a sua vida: acesso pleno e imediato à informação, distâncias encurtadas, rapidez e eficiência na realização de praticamente todos os trabalhos, enfim, uma maravilha a serviço do ser humano.
 Internet, Skype, WhatsApp, e-mail são palavras que fazem parte do vocabulário e da rotina de quase todos os terrestres, até dos mais velhos, que também já estão se adaptando aos novos tempos, o que não é preocupante, pois eles já passaram por todas as experiências e conhecimentos e essas novidades todas até os tornam mais jovens e “descolados”.
Minha preocupação é com aquela parcela de crianças e de jovens que preferem o videogame a um bom livro e o “youtuber” aos colegas, pais ou professores. WhatsApp, conversa fria pelo celular, ao invés da conversa ao vivo e em cores, a interação pessoal e tão necessária entre as pessoas. Sempre acreditei como professora de Língua Portuguesa na máxima “Ler para escrever, ouvir para falar”. Leitura frequente amplia o vocabulário, desperta a criatividade, melhora e muito e cada vez mais o desempenho em língua escrita. Leitura de todos os tipos, em todas as linguagens e de gêneros diversos. Overdose de leitura. Conversa, diálogo, debate, troca de visões de mundo. Encontros. Saber ouvir para saber falar, argumentar. Conhecer a norma culta. Boa parte de nossas crianças e nossos jovens não tem tido essas experiências e conhecimentos que tivemos e isso é injusto para com eles. A visão de mãos tão jovens dedilhando agilmente um celular e enviando mensagens com tantas abreviações, gírias, erros, “caretinhas”, símbolos e signos completamente desconhecidos e estranhos que tornam a mensagem totalmente incompreensível, sem um mínimo de entendimento, deixam-nos surpresos a respeito de como conseguem estabelecer comunicação e deixam-nos aterrorizados. Essas crianças e esses jovens não se conversam, não brincam, não criam, não leem, não escrevem mais. Isoladas e ignorando a existência de outras pessoas, passam às vezes o dia todo no celular, no computador e/ou no videogame, sem a realização de uma atividade de estudo ou de leitura sequer, sem a supervisão (o cuidado) dos pais, que, infelizmente, são os primeiros a darem esses aparelhos aos filhos justamente para “não terem trabalho e ficarem sossegados”.      
Como pais e educadores – responsáveis pela formação e educação de crianças e jovens de todas as classes sociais e econômicas – temos que incentivar a leitura, a pesquisa e outras atividades que desenvolvam sua inteligência e seu desempenho comunicativo. É preciso utilizar essa maravilhosa tecnologia a nosso favor e a favor daqueles que são o nosso futuro.
Em minha análise e opinião, repito, admiro e muito toda essa tecnologia que é a maior prova da evolução intelectual atingida pela humanidade, mas critico o mau uso ou o desperdício dela no que se refere à educação de crianças e jovens no Brasil e no mundo. 

O que tem lido ultimamente?

Ultimamente, tenho lido obras relacionadas a minha pesquisa de doutorado, em especial obras sobre os gêneros textuais. Como sempre, o gênero “carta” é o que mais interessa justamente por causa do que escrevi no item anterior.
    
Quais são os seus próximos projetos?

Recentemente, decidi dispor de um pouco mais de tempo para desenvolver minha face de escritora e, simultaneamente à pesquisa de doutorado, estou ampliando e mudando minha pesquisa sobre epistolografia amorosa. A análise de uma nova correspondência amorosa modificou os resultados da pesquisa que deu origem ao meu primeiro livro, Cartas de amor eternas e ternas, e estou trabalhando em sua nova edição revista e ampliada.

     
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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