Homem Invisível - Foto divulgação |
*Por Roberto Fiori
O ano? 2105. A data? 11 de Maio de 2105. Acabei de voltar da minha invisibilidade. Durou um ano. O crime que levou a esta punição: ser frio e insensível com meus outros semelhantes.
Eu podia fazer quase qualquer coisa. Podia roubar ingressos para uma exposição botânica de cactos, podia entrar em teatros e cinemas sem pagar, provocar desordem. Menos ser atendido em um restaurante. Ou me servir de comida na cozinha dele. Um chèf de cuisine poderia atirar uma panela de água fervente em meu rosto e depois alegar que não havia nada no lugar. Eu poderia ser atropelado intencionalmente por motoristas vândalos e ainda assim não haveria punição para eles. Por isso, eu comia em restaurantes e lanchonetes automáticos e andava afastado das vias públicas.
A invisibilidade é uma faca de dois gumes. Eu havia perdido, neste ano em essa lei torturante foi aplicada sobre mim, a capacidade de falar fluentemente com outas pessoas. Elas se afastavam de mim como se encontrassem um leproso que transmitisse sífilis, ou AIDS, pelo toque. Ou que matasse pelo contato humano, instantaneamente.
Agora, estou livre. Oficiais da lei quebraram a insígnia em minha testa que dizia eu ser Invisível. Eu voltara a ser cidadão do mundo. Pagaram-me uma bebida, os agentes de segurança.
Antes, no período em que estivera invisível, eu havia tentado contato com outro homem condenado à invisibilidade. Ele estava no início da pena; eu, no final, desesperado por alguém que ao menos falasse comigo
Hoje, liberto, senti uma mão no ombro, ao descer para pegar o trem subterrâneo. Era o mesmo homem que antes fugira de mim, quando o procurara. Tínhamos sido dois invisíveis, vítimas do sistema, sofrendo de uma punição maior que a que nos cabia. Agora, também aflito e ansioso, em sofrimento, procurou-me. Eu comecei a me afastar dele. Ele me chama de covarde. Eu me viro e o abraço fraternalmente, lágrimas correndo de meus olhos.
Robôs de vigilância nos separam e nos levam para sermos autuados. Talvez o homem tenha sua pena prolongada. Eu, poderei ser acusado ou mesmo ser solto.
É a Justiça do Sículo XXII, torturante, dolorosa, injusta. Discriminatória ao extremo.
O ano? 2105. A data? 11 de Maio de 2105. Acabei de voltar da minha invisibilidade. Durou um ano. O crime que levou a esta punição: ser frio e insensível com meus outros semelhantes.
Eu podia fazer quase qualquer coisa. Podia roubar ingressos para uma exposição botânica de cactos, podia entrar em teatros e cinemas sem pagar, provocar desordem. Menos ser atendido em um restaurante. Ou me servir de comida na cozinha dele. Um chèf de cuisine poderia atirar uma panela de água fervente em meu rosto e depois alegar que não havia nada no lugar. Eu poderia ser atropelado intencionalmente por motoristas vândalos e ainda assim não haveria punição para eles. Por isso, eu comia em restaurantes e lanchonetes automáticos e andava afastado das vias públicas.
A invisibilidade é uma faca de dois gumes. Eu havia perdido, neste ano em essa lei torturante foi aplicada sobre mim, a capacidade de falar fluentemente com outas pessoas. Elas se afastavam de mim como se encontrassem um leproso que transmitisse sífilis, ou AIDS, pelo toque. Ou que matasse pelo contato humano, instantaneamente.
Agora, estou livre. Oficiais da lei quebraram a insígnia em minha testa que dizia eu ser Invisível. Eu voltara a ser cidadão do mundo. Pagaram-me uma bebida, os agentes de segurança.
Antes, no período em que estivera invisível, eu havia tentado contato com outro homem condenado à invisibilidade. Ele estava no início da pena; eu, no final, desesperado por alguém que ao menos falasse comigo
Hoje, liberto, senti uma mão no ombro, ao descer para pegar o trem subterrâneo. Era o mesmo homem que antes fugira de mim, quando o procurara. Tínhamos sido dois invisíveis, vítimas do sistema, sofrendo de uma punição maior que a que nos cabia. Agora, também aflito e ansioso, em sofrimento, procurou-me. Eu comecei a me afastar dele. Ele me chama de covarde. Eu me viro e o abraço fraternalmente, lágrimas correndo de meus olhos.
Robôs de vigilância nos separam e nos levam para sermos autuados. Talvez o homem tenha sua pena prolongada. Eu, poderei ser acusado ou mesmo ser solto.
É a Justiça do Sículo XXII, torturante, dolorosa, injusta. Discriminatória ao extremo.
Esta é a sinopse do conto O Homem Invisível (To See the Invisible Man), que o fantástico escritor de Ficção Científica e Fantasia Robert Silverberg publicou, em 1962. Naqueles anos, antes dessa data, Silverberg jjá havia escrito dezenas, senão centenas de histórias de Literatura Fantástica para revistas que publicavam esse tipo de gênero literário. Mas as revistas perderam lucratividade, com o passar do tempo. Os editores fechavam suas portas, muito deles, e aposentavam-se.
Nisso, o grande autor de Ficção Científica Frederick Pohl convidou Silverberg para enviar histórias para ele publicar. Isso se tornou uma bola de neve. Todas as histórias de Robert Silverberg eram aceitas, todas eram publicadas. Um golpe do destino? Não, muito provavelmente foi a habilidade e capacidade desse escritor que o colocaram entre os maiores escritores de Literatura Fantástica de todos os tempos.
Mas... e quanto à invisibilidade, propriamente dita? A capacidade de nos tornar invisíveis ao olho humano, sem que ninguém possa nos ver, escondendo-nos permanentemente — ou pelo tempo que quisermos — das outras pessoas?
Felipe Pinheiro, físico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que, teoricamente, um celular, uma antena de difusão e recepção de ondas de rádio, qualquer tipo de aparelho que emita um sinal eletromagnético, enfim, pode se tornar invisível a outros sinais elétricos e magnéticos. A teoria já foi desenvolvida por sua equipe, na UFRJ. Mas, a tecnologia para converter equações matemáticas em aparelhos eletrônicos com essas características, não existe ainda no Brasil. Precisaríamos da ajuda de países no exterior, onde a tecnologia está mais avançada.
A aplicação prática está em que as transmissões de rádio melhorariam muitas vezes. Um emissor e receptor de ondas de rádio, como telefones celulares, não sofreria interferência de outros sinais similares.
Mas a tecnologia para tornar um ser humano invisível na frequência da luz visível está ainda longe de ser alcançada.
Teoricamente, é possível. Por enquanto.
*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside
atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se
na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática.
Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como
hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta,
cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo.
Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e
Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando
realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do
espírito elevada e extremamente valiosa.
Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:
Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.
Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.
Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.
Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.
Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.
Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
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