Cena do filme - Foto divulgação |
Adaptado para as telas,“Promessa ao Amanhecer” chega aos cinemas brasileiros em 26 de julho com distribuição da Bonfilm. A obra, dirigida por Eric Barbier, é uma versão do romance autobiográfico de Romain Gary, um dos maiores escritores franceses do século XX e vencedor, por duas vezes, do prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa. Grande sucesso público do Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, ‘Promessa ao Amanhecer’ estreia em dez capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. O trailer, disponível em https://youtu.be/Gg7vrso-UH0, mostra o relacionamento intenso entre mãe e filho e sua ambição por um futuro promissor para o menino.
Rodado em cinco países durante 14 semanas, o longa retrata a Polônia dos anos 20 e o México dos anos 50, conta com cenas filmadas no deserto africano, em Nice e em uma Paris ambientada antes da Segunda Guerra e uma Londres bombardeada. O longa-metragem recebeu quatro indicações ao César 2018: Melhor Atriz (Charlotte Gainsbourg), Melhor Adaptação (Eric Barbier e Marie Eynard), Melhor Figurino (Catherine Bouchard) e Melhor Direção de Arte (Pierre Renson). Charlotte Gainsbourg, melhor atriz do Festival de Cannes de 2009, por “Anticristo”, vive Nina Kacew, mãe do escritor.
Para compor o seu papel, Charlotte Gainsbourg buscou inspiração em fotos verdadeiras de Nina e informações sobre os locais onde teria vivido na juventude, além de contar com referências de sua própria avó. Explica: “Muito rapidamente, eu fiz uma fusão entre Nina, o que eu percebi dela e a mãe do meu pai. Por exemplo, seu sotaque polonês eu imaginei, eu ouvi isso como um sotaque russo que eu conhecia bem. Estas duas mulheres, um pouco da mesma geração, vieram do mesmo mundo, tinham a mesma cultura, eram muito semelhantes aos meus olhos. Minha avô era menos incômoda que Nina, mas mesmo assim era uma personagem forte.
O ator francês Pierre Niney (“Frantz”), César do Melhor Ator em 2014 para o papel principal na cinebiografia de "Yves-Saint Laurent", interpreta Gary adulto enquanto na adolescência ele é vivido por Némo Schiffman e na infância por Pawel Puchalski. E é esse último que protagoniza uma das cenas mais delicadas na opinião do diretor Eric Barbier. Escondido debaixo da mesa sob a máquina de costura da mãe, ele presencia as buscas feitas pela polícia em seu apartamento. “Pawel Puchalski, que interpreta o Romain criança, chora frente à violência dos policiais. Foi um desafio obter a emoção justa desta cena: mostrar o sofrimento de uma criança que vê sua mãe humilhada”, conta o diretor.
Educado para se tornar um “homem do mundo” uma vez que o sonho de Nina era que Gary fosse famoso, ser escritor não foi a primeira aposta para o filho, a quem chegou a incentivar os estudos de violino. Já Gary, em um determinado momento almejou ser pintor, prática não apoiada por ela. Em uma das cenas do filme, Charlotte/Nina diz que não quer que ele pinte, apesar de seus pedidos insistentes: “Van Gogh se suicidou com 35 anos. Você pode ter talento, mas eles o matarão. Quero que seja famoso enquanto está vivo”, ressalta. Quando a literatura se torna uma opção, ao ler seus escritos a mãe incentiva: “Você será Tolstói, meu filho. Você será Victor Hugo”.
Um personagem um tanto complexo na vida real, Romain Gary, entre outras carreiras, foi também diplomata, aviador e escritor com vários pseudônimos, entre eles, Emile Ajar, nome com o qual recebeu seu segundo Goncourt, em 1975, pelo livro “La Vie Devant Soi”. (Um escritor só pode ser premiado uma vez com o Goncourt). Para levar a vida de Gary no cinema, os roteiristas Eric Barbier e Marie Eynard precisaram encontrar um formato que pudesse conservar a essência do romance, sendo necessário efetuar cortes no livro que retratava 20 anos da vida dos dois. Sobre o processo de produção do roteiro, Barbier explica: “Gary era múltiplo: embaixador, cineasta, romancista. Muitas vezes se escondendo sob vários pseudônimos, ele é polonês, russo, francês. Eu me perguntei sem parar quando a traição era possível e quando não era, eu queria absolutamente ser fiel ao espírito do romance”.
“Promessa ao Amanhecer” é o retrato da relação de amor intenso e, por vezes, neurótico entre mãe e filho. Um amor materno profundo e devastador que, ao mesmo tempo em que desafiava Gary a seguir em frente e buscar o impossível, o aprisionava num relacionamento por vezes perturbador. Em uma mistura de aventura, emoção e psicologia, o diretor Eric Barbier preocupou-se em retratar as nuances desta convivência que pode ser, ao mesmo tempo, doce e amarga.
Ficha Técnica
Promessa ao Amanhecer (La promesse de L’aube)
De Eric Barbier
Com Pierre Niney, Charlotte Gainsbourg
2017 – Comédia dramática – 2h10
Distribuição no Brasil: Bonfilm
Sinopse:
De sua infância difícil na Polônia, passando por sua adolescência sob o sol de Nice, até suas proezas como aviador durante a Segunda Guerra Mundial, Romain Gary viveu uma vida extraordinária. Mas essa ânsia por viver mil vidas e se tornar um grande homem, ele deve a Nina, sua mãe. É o amor louco dessa mãe cativante e excêntrica que fará dele um dos maiores romancistas do século XX. Mas esse amor materno, sem limites, também será seu fardo por toda vida. Adaptação do livro de Romain Gary, La promesse de l´aube, um dos relatos mais comoventes já escritos sobre o amor materno.
Diretor:
Eric Barbier entra para o Idhec em 1979, realiza alguns curtas-metragens e conhece os cineastas Eric Rochant e Arnaud Desplechin. Em 1985, começa a dirigir “Le Brasier”, um projeto muito caro que só vai se concretizar em 1991. Prêmio Jean-Vigo em 1991, o filme é acaba sendo um fracasso comercial, o que afasta Barbier por muito tempo do cinema.
Em 1999, ele faz seu segundo longa-metragem, “Toreros”, mergulhando no universo das corridas com o estudo da relação pai e filho, estrelado pelos atores Olivier Martinez e Claude Brasseur. Sete anos depois, Eric Barbier confirma seu gosto pelo sombrio com o suspense “A Marca da Serpente”, adaptação do livro do britânico Ted Lewis, em torno de um diabólico empreendimento tramado por Clovis Cornillac contra Yvan Attal.
Em 2014, o diretor encontra Attal para o filme de roubo “O Último Diamante”. Três anos depois, ele volta com “Promessa ao Amanhecer”, adaptação do livro autobiográfico de aventura iniciática, de mesmo título de Romain Gary.
Sobre a Bonfilm:
Além de distribuidora, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês, que em sua última edição, em 2018, esteve em quase 90 cidades. Em 2017 contou com um público de 180 mil pessoas, tornando o maior festival de cinema francês do mundo e comprovando sucesso de público e mídia. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival de filmes ópera "Ópera na Tela".
Rodado em cinco países durante 14 semanas, o longa retrata a Polônia dos anos 20 e o México dos anos 50, conta com cenas filmadas no deserto africano, em Nice e em uma Paris ambientada antes da Segunda Guerra e uma Londres bombardeada. O longa-metragem recebeu quatro indicações ao César 2018: Melhor Atriz (Charlotte Gainsbourg), Melhor Adaptação (Eric Barbier e Marie Eynard), Melhor Figurino (Catherine Bouchard) e Melhor Direção de Arte (Pierre Renson). Charlotte Gainsbourg, melhor atriz do Festival de Cannes de 2009, por “Anticristo”, vive Nina Kacew, mãe do escritor.
Para compor o seu papel, Charlotte Gainsbourg buscou inspiração em fotos verdadeiras de Nina e informações sobre os locais onde teria vivido na juventude, além de contar com referências de sua própria avó. Explica: “Muito rapidamente, eu fiz uma fusão entre Nina, o que eu percebi dela e a mãe do meu pai. Por exemplo, seu sotaque polonês eu imaginei, eu ouvi isso como um sotaque russo que eu conhecia bem. Estas duas mulheres, um pouco da mesma geração, vieram do mesmo mundo, tinham a mesma cultura, eram muito semelhantes aos meus olhos. Minha avô era menos incômoda que Nina, mas mesmo assim era uma personagem forte.
O ator francês Pierre Niney (“Frantz”), César do Melhor Ator em 2014 para o papel principal na cinebiografia de "Yves-Saint Laurent", interpreta Gary adulto enquanto na adolescência ele é vivido por Némo Schiffman e na infância por Pawel Puchalski. E é esse último que protagoniza uma das cenas mais delicadas na opinião do diretor Eric Barbier. Escondido debaixo da mesa sob a máquina de costura da mãe, ele presencia as buscas feitas pela polícia em seu apartamento. “Pawel Puchalski, que interpreta o Romain criança, chora frente à violência dos policiais. Foi um desafio obter a emoção justa desta cena: mostrar o sofrimento de uma criança que vê sua mãe humilhada”, conta o diretor.
Educado para se tornar um “homem do mundo” uma vez que o sonho de Nina era que Gary fosse famoso, ser escritor não foi a primeira aposta para o filho, a quem chegou a incentivar os estudos de violino. Já Gary, em um determinado momento almejou ser pintor, prática não apoiada por ela. Em uma das cenas do filme, Charlotte/Nina diz que não quer que ele pinte, apesar de seus pedidos insistentes: “Van Gogh se suicidou com 35 anos. Você pode ter talento, mas eles o matarão. Quero que seja famoso enquanto está vivo”, ressalta. Quando a literatura se torna uma opção, ao ler seus escritos a mãe incentiva: “Você será Tolstói, meu filho. Você será Victor Hugo”.
Um personagem um tanto complexo na vida real, Romain Gary, entre outras carreiras, foi também diplomata, aviador e escritor com vários pseudônimos, entre eles, Emile Ajar, nome com o qual recebeu seu segundo Goncourt, em 1975, pelo livro “La Vie Devant Soi”. (Um escritor só pode ser premiado uma vez com o Goncourt). Para levar a vida de Gary no cinema, os roteiristas Eric Barbier e Marie Eynard precisaram encontrar um formato que pudesse conservar a essência do romance, sendo necessário efetuar cortes no livro que retratava 20 anos da vida dos dois. Sobre o processo de produção do roteiro, Barbier explica: “Gary era múltiplo: embaixador, cineasta, romancista. Muitas vezes se escondendo sob vários pseudônimos, ele é polonês, russo, francês. Eu me perguntei sem parar quando a traição era possível e quando não era, eu queria absolutamente ser fiel ao espírito do romance”.
“Promessa ao Amanhecer” é o retrato da relação de amor intenso e, por vezes, neurótico entre mãe e filho. Um amor materno profundo e devastador que, ao mesmo tempo em que desafiava Gary a seguir em frente e buscar o impossível, o aprisionava num relacionamento por vezes perturbador. Em uma mistura de aventura, emoção e psicologia, o diretor Eric Barbier preocupou-se em retratar as nuances desta convivência que pode ser, ao mesmo tempo, doce e amarga.
Ficha Técnica
Promessa ao Amanhecer (La promesse de L’aube)
De Eric Barbier
Com Pierre Niney, Charlotte Gainsbourg
2017 – Comédia dramática – 2h10
Distribuição no Brasil: Bonfilm
Sinopse:
De sua infância difícil na Polônia, passando por sua adolescência sob o sol de Nice, até suas proezas como aviador durante a Segunda Guerra Mundial, Romain Gary viveu uma vida extraordinária. Mas essa ânsia por viver mil vidas e se tornar um grande homem, ele deve a Nina, sua mãe. É o amor louco dessa mãe cativante e excêntrica que fará dele um dos maiores romancistas do século XX. Mas esse amor materno, sem limites, também será seu fardo por toda vida. Adaptação do livro de Romain Gary, La promesse de l´aube, um dos relatos mais comoventes já escritos sobre o amor materno.
Diretor:
Eric Barbier entra para o Idhec em 1979, realiza alguns curtas-metragens e conhece os cineastas Eric Rochant e Arnaud Desplechin. Em 1985, começa a dirigir “Le Brasier”, um projeto muito caro que só vai se concretizar em 1991. Prêmio Jean-Vigo em 1991, o filme é acaba sendo um fracasso comercial, o que afasta Barbier por muito tempo do cinema.
Em 1999, ele faz seu segundo longa-metragem, “Toreros”, mergulhando no universo das corridas com o estudo da relação pai e filho, estrelado pelos atores Olivier Martinez e Claude Brasseur. Sete anos depois, Eric Barbier confirma seu gosto pelo sombrio com o suspense “A Marca da Serpente”, adaptação do livro do britânico Ted Lewis, em torno de um diabólico empreendimento tramado por Clovis Cornillac contra Yvan Attal.
Em 2014, o diretor encontra Attal para o filme de roubo “O Último Diamante”. Três anos depois, ele volta com “Promessa ao Amanhecer”, adaptação do livro autobiográfico de aventura iniciática, de mesmo título de Romain Gary.
Sobre a Bonfilm:
Além de distribuidora, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês, que em sua última edição, em 2018, esteve em quase 90 cidades. Em 2017 contou com um público de 180 mil pessoas, tornando o maior festival de cinema francês do mundo e comprovando sucesso de público e mídia. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival de filmes ópera "Ópera na Tela".
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