Neurivan Sousa - Foto divulgação |
NEURIVAN SOUSA é poeta e professor da rede pública, natural de Magalhães de Almeida-MA (1974), radicado em Santa Rita. Membro fundador da Associação Maranhense de Escritores Independentes (AMEI) e Membro Correspondente da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes (AICLA). É autor de Lume (2015), O pequeno poeta (2015), O pequeno poeta em segredos no jardim (2016), Palavras sonâmbulas (2016), e Minha estampa é da cor do tempo (2017).
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Neurivan Sousa: Em 2012 eu decidi tirar da gaveta alguns poemas juvenis, escritos ao longo da minha juventude. Com o título de Polifonia do silêncio, o livro foi prefaciado pelo grande contista Caio Porfírio Carneiro e publicado pela Scortecci. Foi a partir daquele momento que realmente fui me interessar por literatura, pois até então sequer era um leitor de verdade. Consciente das minhas precariedades, em 2013 resolvi fazer uma oficina literária com o poeta e crítico literário Paulo Bentancur. Foi quando a literatura entrou na minha vida para ocupar todos os espaços, mais especificamente a poesia, gênero que sempre me fascinou. Lembro-me que tinha que ler semanalmente três livros por ele indicados, além de produzir e enviar 10 poemas. As nove remessas iniciais foram integralmente reprovadas. Contudo, a persistência, aliada à disciplina, humildade e leituras diárias, possibilitou que eu me superasse.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Neurivan Sousa: Em 2012 eu decidi tirar da gaveta alguns poemas juvenis, escritos ao longo da minha juventude. Com o título de Polifonia do silêncio, o livro foi prefaciado pelo grande contista Caio Porfírio Carneiro e publicado pela Scortecci. Foi a partir daquele momento que realmente fui me interessar por literatura, pois até então sequer era um leitor de verdade. Consciente das minhas precariedades, em 2013 resolvi fazer uma oficina literária com o poeta e crítico literário Paulo Bentancur. Foi quando a literatura entrou na minha vida para ocupar todos os espaços, mais especificamente a poesia, gênero que sempre me fascinou. Lembro-me que tinha que ler semanalmente três livros por ele indicados, além de produzir e enviar 10 poemas. As nove remessas iniciais foram integralmente reprovadas. Contudo, a persistência, aliada à disciplina, humildade e leituras diárias, possibilitou que eu me superasse.
Conexão Literatura: Você é autor dos livros "Lume", "Palavras Sonâmbulas" e “Minha estampa é da cor do tempo” (Editora Penalux). Poderia comentar?
Neurivan Sousa: “Lume” e “Palavras Sonâmbulas” são frutos de uma oficina literária, realizada no período de 2015 a meados de 2016, com o poeta e crítico gaúcho Paulo Bentancur. Em ambos predomina a pluralidade temática e estilística, uma vez que não sou muito fã da linha monotemático. Já o “Minha estampa é da cor do tempo”, lançado no início de 2018, representa o início de meu caminhar com pernas próprias. Ele traz 69 poemas, entre curtos e médios, divididos em cinco seções denominadas estampas, predominando a subversão de linguagem como reflexão sobre a vida, que reinventa a realidade das coisas e dos seres. Além disso, o livro é uma homenagem póstuma ao Paulo Bentancur, meu grande mestre, e concebido para fisgar novos leitores.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seus livros?
Neurivan Sousa: As pesquisas de um poeta devem ser, fundamentalmente, suas vivências, permeadas de angústias, espantos, encantamentos e infortúnios; suas leituras, seu olhar meticuloso à ciranda da vida com suas tragédias e comédias, sua tentativa de dizer o indizível. Portanto, é isso que busco seguir.
Quanto ao tempo que levei para concluir meus livros, eu vivi um período inicial de intensa produção, isso entre 2015 e 2016, em que escrevi e publiquei dois livros por ano. Quer dizer, eu passava 06 meses para escrever 02 livros e mais 06 meses para publicá-los. Hoje, um pouco mais maduro, mais leio que escrevo.
Neurivan Sousa: “Lume” e “Palavras Sonâmbulas” são frutos de uma oficina literária, realizada no período de 2015 a meados de 2016, com o poeta e crítico gaúcho Paulo Bentancur. Em ambos predomina a pluralidade temática e estilística, uma vez que não sou muito fã da linha monotemático. Já o “Minha estampa é da cor do tempo”, lançado no início de 2018, representa o início de meu caminhar com pernas próprias. Ele traz 69 poemas, entre curtos e médios, divididos em cinco seções denominadas estampas, predominando a subversão de linguagem como reflexão sobre a vida, que reinventa a realidade das coisas e dos seres. Além disso, o livro é uma homenagem póstuma ao Paulo Bentancur, meu grande mestre, e concebido para fisgar novos leitores.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seus livros?
Neurivan Sousa: As pesquisas de um poeta devem ser, fundamentalmente, suas vivências, permeadas de angústias, espantos, encantamentos e infortúnios; suas leituras, seu olhar meticuloso à ciranda da vida com suas tragédias e comédias, sua tentativa de dizer o indizível. Portanto, é isso que busco seguir.
Quanto ao tempo que levei para concluir meus livros, eu vivi um período inicial de intensa produção, isso entre 2015 e 2016, em que escrevi e publiquei dois livros por ano. Quer dizer, eu passava 06 meses para escrever 02 livros e mais 06 meses para publicá-los. Hoje, um pouco mais maduro, mais leio que escrevo.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seus livros?
Neurivan Sousa: “Meu monstro / multifacetado / – demônio das trevas – / reza dormindo.” (Lume, pág. 34)
“As pernas reumáticas fraquejam, / os braços cansados atrofiam. Só / as palavras – únicas sobreviventes / do holocausto do tempo – mantêm-se / de pé, movendo-se de insatisfação / ante as podres migalhas dos dias.” (Lume, pág. 93)
“o fim chega de crucifixo / num estupro santificado / por quem reparte a hóstia / e delicadamente cultiva / hortaliças para o Diabo.” (Palavras sonâmbulas, pág. 23)
“Cruz e clero, dentes e punhos, / vão sonegando o direito à vida / enquanto palestinos e judeus / ocultam as peças do xadrez.” (Palavras sonâmbulas, pág. 35)
“Não vejo as palavras / Como espuma ou pétalas / Nem como aço ou brasas / Porque seu peso e nit / Têm a estirpe do silêncio / Eu quero uma palavra / Nova intacta e físsil / Para desfazer o mundo / Porque o ofício do poeta / É rivalizar com Deus.” (Minha estampa é da cor do tempo, pág. 13)
Talvez os poetas / Sejam pardais / Das manhãs perdidas / De uma infância / Abreviada / E têm mania / De cantar / Enquanto / Catam palavras / De tudo aquilo / Que fica extraviado / No silêncio.” (Minha estampa é da cor do tempo, pág. 86)
Neurivan Sousa: “Meu monstro / multifacetado / – demônio das trevas – / reza dormindo.” (Lume, pág. 34)
“As pernas reumáticas fraquejam, / os braços cansados atrofiam. Só / as palavras – únicas sobreviventes / do holocausto do tempo – mantêm-se / de pé, movendo-se de insatisfação / ante as podres migalhas dos dias.” (Lume, pág. 93)
“o fim chega de crucifixo / num estupro santificado / por quem reparte a hóstia / e delicadamente cultiva / hortaliças para o Diabo.” (Palavras sonâmbulas, pág. 23)
“Cruz e clero, dentes e punhos, / vão sonegando o direito à vida / enquanto palestinos e judeus / ocultam as peças do xadrez.” (Palavras sonâmbulas, pág. 35)
“Não vejo as palavras / Como espuma ou pétalas / Nem como aço ou brasas / Porque seu peso e nit / Têm a estirpe do silêncio / Eu quero uma palavra / Nova intacta e físsil / Para desfazer o mundo / Porque o ofício do poeta / É rivalizar com Deus.” (Minha estampa é da cor do tempo, pág. 13)
Talvez os poetas / Sejam pardais / Das manhãs perdidas / De uma infância / Abreviada / E têm mania / De cantar / Enquanto / Catam palavras / De tudo aquilo / Que fica extraviado / No silêncio.” (Minha estampa é da cor do tempo, pág. 86)
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre o seu trabalho?
Neurivan Sousa: Bom, eu diria que, do ponto de vista editorial, sou um autor monogâmico, meu casamento com a Penalux é para a vida toda. De modo que todos os meus livros voltados para o público adulto foram publicados por ela e, obviamente, podem ser adquiridos diretamente na loja da editora: http://editorapenalux.com.br/loja/minha-estampa-e-da-cor-do-tempo?tag=Candeeiro&page=4
Já os infantis, como foram publicações independentes, são comercializados por mim mesmo, através da minha Likestore no Facebook:
https://www.facebook.com/sousaneurivan/app/206803572685797/
Neurivan Sousa: Bom, eu diria que, do ponto de vista editorial, sou um autor monogâmico, meu casamento com a Penalux é para a vida toda. De modo que todos os meus livros voltados para o público adulto foram publicados por ela e, obviamente, podem ser adquiridos diretamente na loja da editora: http://editorapenalux.com.br/loja/minha-estampa-e-da-cor-do-tempo?tag=Candeeiro&page=4
Já os infantis, como foram publicações independentes, são comercializados por mim mesmo, através da minha Likestore no Facebook:
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Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Neurivan Sousa: No momento trabalho meu terceiro livro infantojuvenil, o qual deve sair até fim do ano, intitulado O pequeno poeta em coisas de gente grande. Com ele fecho uma trilogia, cujo propósito é formar pequenos leitores para que se tenha no amanhã adultos leitores de poesia. Porque, a rigor, cá entre nós, no Brasil se faz poesia para o meio acadêmico ou de poetas para poetas. Meu projeto é ir na contramão dessa realidade arcaica, e que explica o porquê da poesia ser um gênero pouquíssimo lido.
Perguntas rápidas:
Um livro: Vozes anoitecidas – Mia Couto
Um (a) autor (a): Cecília Meireles
Um ator ou atriz: Lima Duarte
Um filme: Um sonho de liberdade.
Um dia especial: O nascimento da minha filha Ádria Luísa.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Neurivan Sousa: Cada livro colocado nas mãos de uma criança talvez represente para o futuro tirar uma arma das mãos de um adulto. É por isso que eu acredito na literatura como ferramenta de transformação do mundo e do próprio ser humano, além de ser uma forma de resistência, de contrapor-se à ordem dominante.
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