Prof. Dr. Roberto Martins de Souza, nasceu na cidade de Simão Dias, estado de Sergipe. Filho de Sr. João e de Dona Judite. É professor universitário, palestrante, consultor em saúde. Graduou-se pelas Faculdades Integradas de Guarulhos. É Mestre e Doutor pela Universidade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Especialista em Administração Hospitalar, Saúde Pública, Obstetrícia, Licenciatura Plena. Trabalhou em vários hospitais: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Casa de Saúde Santa Marcelina, Hospital Modelo Tamandaré, Hospital Geral de Guainases, Hospital do Câncer (A.C.Camargo), Hospital Presidente, Hospital do Mandaqui, Hospital Prof. Waldomiro de Paula (Hospital do Planalto). Atuou em várias Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo, onde foi também Assessor Técnico em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde. Integrou o Comitê de Mortalidade Materna. Como Professor titular de várias universidades de São Paulo (Universidade de Santo Amaro (UNISA), Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO), atualmente Universidade Brasil, Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG) foi também integrante do Comitê de Ética em Pesquisa e integrante de Grupos de Pesquisas. Participou também de várias Bancas de Dissertações de Mestrados e Defesa de Teses de Doutorados.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Você é autor da obra “Histórias e memórias de idosos analfabetos”. Por que você escreveu esse livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Escrevi esse livro, pois observei ainda no meu mestrado em Gerontologia Social, no qual estudamos o processo de envelhecimento que os idosos analfabetos tinham maiores problemas relacionados a questões sociais, como por exemplo: esclarecimentos sobre a saúde, educação, direitos e então comecei a pesquisar junto a um grupo de idosos analfabetos que estavam em processo de alfabetização que realmente muitos deles desconheciam tais direitos e não tinham acesso a tais esclarecimentos. Por outro lado eu queria saber da história de vida desses idosos. Como foi a sua vida na infância, na adolescência, na fase adulta e na velhice. Todos relataram praticamente os mesmos problemas que relato no livro. Daí passei a conviver com esses idosos em processo de alfabetização durante um ano e tive a oportunidade de “fazer essa diferença”. Apresentei a minha Dissertação de Mestrado e obtive uma nota máxima pela contribuição a sociedade e após isso escrevi o livro para que todos tivessem essa visão sobre o envelhecer.
Conexão Literatura: Segundo IBGE, em 2017 o Brasil ainda tinha 11,8 milhões de analfabetos, sendo que uma grande parte está mais concentrada na população idosa. Poderia comentar?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Entre 2016 e 2017, a taxa de analfabetismo no país entre pessoas com 15 anos ou mais de idade foi estimada em 7%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação aos 7,2% da taxa registrada em 2016, o equivalente a menos 300 mil pessoas. Apesar da queda, o país registrava em 2017, 11,5 a 11,8 milhões de analfabetos, segundo o IBGE. Uma das principais causas da população idosa crescer em números é devido a uma população difícil de atingir por programas de alfabetização, segundo o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
A dificuldade de alfabetizar os idosos acontece porque eles vivem majoritariamente no meio rural, no interior do Nordeste, e não veem benefícios na educação.
Uma das características do analfabeto brasileiro é que ele está no meio rural, é idoso e tem atividade econômica, portanto ele só tem a noite e o fim de semana para estudar. É muito difícil, nessas condições, convencer a pessoa a largar a hora de lazer que ele tem para voltar ao banco da escola.
Conexão Literatura: Em quais regiões do Brasil o índice de analfabetos é maior?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Segundo pesquisas do Ministério da Educação os que não chegaram a concluir a 4ª série do ensino fundamental I estão concentrados em 50% no norte e nordeste do país. Acrescento aqui pelas dificuldades encontradas nessas regiões, como: falta de políticas públicas, estruturas próprias das escolas, por ser meio rural, necessidade de ajudar os pais na renda familiar e outros fatores.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: A minha pesquisa se deu primeiramente só por observação do grupo. Como eles interagiam com o professor e entre eles. Depois de alguns meses comecei a interagir com o grupo de idosos, expliquei qual era a minha intenção e no que se baseava a minha pesquisa e então ao passar de um ano comecei a colher os depoimentos sobre a história de vida de cada um deles. Depois dessa interação marquei com cada um dos idosos individualmente em local escolhido por eles (na maioria em suas próprias residências) é que se deu a entrevista, usei para esta pesquisa um gravador com o consentimento de cada um deles. Sempre estava presente na maioria das entrevistas um familiar, com exceção de um deles.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Todas as histórias e memórias desses idosos são incríveis e cheias de emoção, gratidão, encontros e desencontros, desilusões. Mas também de fortalecimento e de união. Mas em especial gostaria de destacar a história de vida de Dona América, uma senhora de 73 anos de idade, vinda da cidade de Lagarto (Sergipe), que dizia, segundo o seu marido: “filho que não estudar, vai trabalhar”. Era casado com o Sr. Mario Antonio e tiveram seis filhos. O seu esposo veio trabalhar em São Paulo e a deixou lá no nordeste com o primeiro filho do casal. Passado algum tempo ela veio para cá, antes porém foi morar na cidade de Santos e depois na cidade de Campos do Jordão para trabalhar, ele como jardineiro e ela como cozinheira. É uma história de vida emocionante, rica em detalhes.
Conexão Literatura: Nos dias atuais onde praticamente tudo é informatizado, você acha importante que a inclusão digital esteja lado a lado com o aprendizado escolar?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Com certeza, nos dias atuais tudo gera em torno da informatização, da internet. Seja ela através de um computador, smartfone ou tablet. E muitos dos idosos possuem algum desses meios e com certeza utiliza essa ferramenta. Felizmente tem alguns institutos que auxiliam os idosos (somente idosos) a iniciarem na informática. Posso aqui citar um exemplo, o Instituto Sergio Valente.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre o seu trabalho?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: O livro está à venda pelo site da editora: www.clubedeautores.com.br. Para adquirir: clique aqui.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Depois que você entra para o mundo da literatura não quer mais sair. Como diz o ditado popular: “fui picado”, pela vontade de escrever. Agora estou em um projeto literário sobre poemas e poesias. Além de ter escrito outros três livros, sendo eles: A Tuberculose e as suas representações sociais na sociedade, AIDS/HIV e Outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e João Victor: A história de um garoto de programa. Todos podem ser adquiridos pelo site da editora. www.clubedeautores.com.br.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Gostaria de enfatizar que o mais eficiente para atingir o pleno respeito aos direitos da pessoa idosa é a informação. É importante que os idosos conheçam seus direitos e que a população em geral seja conscientizada a respeitar a pessoa idosa. O idoso merece e deve ser respeitado pela sua contribuição à sociedade, pela contribuição ao país.
O ESTATUTO DO IDOSO regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Ao atingir a idade de 60 anos, o idoso continua a ter os mesmos direitos que todos os cidadãos. O ESTATUTO DO IDOSO também determina que o idoso terá direito à proteção integral e prevê alguns direitos específicos.
O desenvolvimento de um forte senso de respeito próprio pode ajudá-lo a atingir seu potencial, a cultivar relacionamentos saudáveis e a fazer com que todas as pessoas ao seu redor o vejam como alguém digno de respeito. Se você realmente quiser respeitar-se, deverá aceitar quem você é e trabalhar para se tornar a pessoa que sempre sonhou em ser. Siga estes passos para aprender a se sentir feliz com quem você é e para fazer com que o mundo te trate da forma como você merece ser tratado.
Especialista em Administração Hospitalar, Saúde Pública, Obstetrícia, Licenciatura Plena. Trabalhou em vários hospitais: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Casa de Saúde Santa Marcelina, Hospital Modelo Tamandaré, Hospital Geral de Guainases, Hospital do Câncer (A.C.Camargo), Hospital Presidente, Hospital do Mandaqui, Hospital Prof. Waldomiro de Paula (Hospital do Planalto). Atuou em várias Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo, onde foi também Assessor Técnico em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde. Integrou o Comitê de Mortalidade Materna. Como Professor titular de várias universidades de São Paulo (Universidade de Santo Amaro (UNISA), Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO), atualmente Universidade Brasil, Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG) foi também integrante do Comitê de Ética em Pesquisa e integrante de Grupos de Pesquisas. Participou também de várias Bancas de Dissertações de Mestrados e Defesa de Teses de Doutorados.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Você é autor da obra “Histórias e memórias de idosos analfabetos”. Por que você escreveu esse livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Escrevi esse livro, pois observei ainda no meu mestrado em Gerontologia Social, no qual estudamos o processo de envelhecimento que os idosos analfabetos tinham maiores problemas relacionados a questões sociais, como por exemplo: esclarecimentos sobre a saúde, educação, direitos e então comecei a pesquisar junto a um grupo de idosos analfabetos que estavam em processo de alfabetização que realmente muitos deles desconheciam tais direitos e não tinham acesso a tais esclarecimentos. Por outro lado eu queria saber da história de vida desses idosos. Como foi a sua vida na infância, na adolescência, na fase adulta e na velhice. Todos relataram praticamente os mesmos problemas que relato no livro. Daí passei a conviver com esses idosos em processo de alfabetização durante um ano e tive a oportunidade de “fazer essa diferença”. Apresentei a minha Dissertação de Mestrado e obtive uma nota máxima pela contribuição a sociedade e após isso escrevi o livro para que todos tivessem essa visão sobre o envelhecer.
Conexão Literatura: Segundo IBGE, em 2017 o Brasil ainda tinha 11,8 milhões de analfabetos, sendo que uma grande parte está mais concentrada na população idosa. Poderia comentar?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Entre 2016 e 2017, a taxa de analfabetismo no país entre pessoas com 15 anos ou mais de idade foi estimada em 7%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação aos 7,2% da taxa registrada em 2016, o equivalente a menos 300 mil pessoas. Apesar da queda, o país registrava em 2017, 11,5 a 11,8 milhões de analfabetos, segundo o IBGE. Uma das principais causas da população idosa crescer em números é devido a uma população difícil de atingir por programas de alfabetização, segundo o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
A dificuldade de alfabetizar os idosos acontece porque eles vivem majoritariamente no meio rural, no interior do Nordeste, e não veem benefícios na educação.
Uma das características do analfabeto brasileiro é que ele está no meio rural, é idoso e tem atividade econômica, portanto ele só tem a noite e o fim de semana para estudar. É muito difícil, nessas condições, convencer a pessoa a largar a hora de lazer que ele tem para voltar ao banco da escola.
Conexão Literatura: Em quais regiões do Brasil o índice de analfabetos é maior?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Segundo pesquisas do Ministério da Educação os que não chegaram a concluir a 4ª série do ensino fundamental I estão concentrados em 50% no norte e nordeste do país. Acrescento aqui pelas dificuldades encontradas nessas regiões, como: falta de políticas públicas, estruturas próprias das escolas, por ser meio rural, necessidade de ajudar os pais na renda familiar e outros fatores.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: A minha pesquisa se deu primeiramente só por observação do grupo. Como eles interagiam com o professor e entre eles. Depois de alguns meses comecei a interagir com o grupo de idosos, expliquei qual era a minha intenção e no que se baseava a minha pesquisa e então ao passar de um ano comecei a colher os depoimentos sobre a história de vida de cada um deles. Depois dessa interação marquei com cada um dos idosos individualmente em local escolhido por eles (na maioria em suas próprias residências) é que se deu a entrevista, usei para esta pesquisa um gravador com o consentimento de cada um deles. Sempre estava presente na maioria das entrevistas um familiar, com exceção de um deles.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Todas as histórias e memórias desses idosos são incríveis e cheias de emoção, gratidão, encontros e desencontros, desilusões. Mas também de fortalecimento e de união. Mas em especial gostaria de destacar a história de vida de Dona América, uma senhora de 73 anos de idade, vinda da cidade de Lagarto (Sergipe), que dizia, segundo o seu marido: “filho que não estudar, vai trabalhar”. Era casado com o Sr. Mario Antonio e tiveram seis filhos. O seu esposo veio trabalhar em São Paulo e a deixou lá no nordeste com o primeiro filho do casal. Passado algum tempo ela veio para cá, antes porém foi morar na cidade de Santos e depois na cidade de Campos do Jordão para trabalhar, ele como jardineiro e ela como cozinheira. É uma história de vida emocionante, rica em detalhes.
Conexão Literatura: Nos dias atuais onde praticamente tudo é informatizado, você acha importante que a inclusão digital esteja lado a lado com o aprendizado escolar?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Com certeza, nos dias atuais tudo gera em torno da informatização, da internet. Seja ela através de um computador, smartfone ou tablet. E muitos dos idosos possuem algum desses meios e com certeza utiliza essa ferramenta. Felizmente tem alguns institutos que auxiliam os idosos (somente idosos) a iniciarem na informática. Posso aqui citar um exemplo, o Instituto Sergio Valente.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre o seu trabalho?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: O livro está à venda pelo site da editora: www.clubedeautores.com.br. Para adquirir: clique aqui.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Depois que você entra para o mundo da literatura não quer mais sair. Como diz o ditado popular: “fui picado”, pela vontade de escrever. Agora estou em um projeto literário sobre poemas e poesias. Além de ter escrito outros três livros, sendo eles: A Tuberculose e as suas representações sociais na sociedade, AIDS/HIV e Outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e João Victor: A história de um garoto de programa. Todos podem ser adquiridos pelo site da editora. www.clubedeautores.com.br.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Prof. Dr. Roberto Martins de Souza: Sim. Gostaria de enfatizar que o mais eficiente para atingir o pleno respeito aos direitos da pessoa idosa é a informação. É importante que os idosos conheçam seus direitos e que a população em geral seja conscientizada a respeitar a pessoa idosa. O idoso merece e deve ser respeitado pela sua contribuição à sociedade, pela contribuição ao país.
O ESTATUTO DO IDOSO regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Ao atingir a idade de 60 anos, o idoso continua a ter os mesmos direitos que todos os cidadãos. O ESTATUTO DO IDOSO também determina que o idoso terá direito à proteção integral e prevê alguns direitos específicos.
O desenvolvimento de um forte senso de respeito próprio pode ajudá-lo a atingir seu potencial, a cultivar relacionamentos saudáveis e a fazer com que todas as pessoas ao seu redor o vejam como alguém digno de respeito. Se você realmente quiser respeitar-se, deverá aceitar quem você é e trabalhar para se tornar a pessoa que sempre sonhou em ser. Siga estes passos para aprender a se sentir feliz com quem você é e para fazer com que o mundo te trate da forma como você merece ser tratado.
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