João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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quarta-feira, 13 de junho de 2018

José Carlos Bigogno Castro e o livro "Crime Hediondo" (Drago Editorial)

José Carlos Bigogno - Foto divulgação
José Carlos Bigogno é enfermeiro, carioca, nascido em setembro de 1960 no RJ. Formado pela UFF/RJ e UERJ/RJ em 1989, aprovado em concurso público no ano seguinte sendo lotado em um grande hospital do RJ. Recebeu Menção Honrosa no 4º e 7º Concurso Literário do Servidor do Estado em 1996 e 1998, com os contos infantis “O Homem que Quase foi à Lua” e “Lápis de Cor”, respectivamente. Em 1999 lançou pela Razão Cultural “Aiumâna, o Pássaro Azul” focado na destruição das florestas. Em seguida, começou a escrever “Crime Hediondo”, misturando realidade com ficção, onde aborda a impunidade no RJ e a implantação de uma cooperativa de saúde no hospital onde trabalha. Relata o drama dos funcionários públicos com o abuso de autoridade dessa nova gerência hospitalar.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?


José Carlos Bigogno Castro: Bem, o meu pai lia para mim e os meus irmãos o livro A Ilha do Tesoura (eu tinha 7 anos), mas passei a me interessar somente aos 13 quando uma professora indicou livros de bolso para as provas de português. Daí, então, frequentei bibliotecas e comecei a ler todos os livros que caíam na minha mão. Clássicos, nacionais, romances policiais, etc.

Conexão Literatura: Você é autor do livro “Crime Hediondo” (Drago Editorial). Poderia comentar?

José Carlos Bigogno Castro: Eu me inspirei em alguns livros onde o tema era um crime absurdo (Os Irmãos Karamazov, Crime e Castigo, A Sangue Frio). Na realidade, eu queria falar sobre a impunidade na cidade do Rio de Janeiro e sobre a também “impunidade” da implantação de uma cooperativa de saúde no governo Marcelo Alencar, onde alguns poucos líderes tentaram nos expulsar do hospital onde ingressamos através de concurso público. O “crime hediondo”, então, poderia estar oculto no médico assassino (personagem do livro) ou na própria implantação dessa cooperativa de saúde...

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?


José Carlos Bigogno Castro: Como já disse, li alguns livros sobre crimes absurdos e acrescentei o dia a dia vivenciado no hospital público onde trabalho, após a implantação dessa cooperativa. Ficção e realidade estão mesclados nesse romance policial que levou alguns anos para ser escrito.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?

José Carlos Bigogno Castro: Eu gosto do trecho em que ele (o médico assassino) se refere às outras pessoas como “excrementos da humanidade” pois não têm coragem de realizar os experimentos antiéticos no qual ele se baseia. Ele diz “O medo de desvendar a verdade os afugentaram, correram assustados temendo a maldição de Deus! ”.

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?

José Carlos Bigogno Castro: Por enquanto, o livro está disponível pelo site da Livraria Drago: clique aqui.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?


José Carlos Bigogno Castro: Sim. Na continuação de Crime Hediondo, eu vou falar mais a fundo do hospital onde trabalho e também das cooperativas de saúde implantadas nos anos seguintes ao governo do Marcelo Alencar. Achei muito interessante criar uma minibiografia, também, sobre o presidente que leva o nome do hospital: presidente Getúlio Dornelles Vargas. É claro, preciso dar um desfecho ao personagem doutor André, médico que cometeu alguns assassinatos e se utilizou de uma criança para as suas experiências com o vírus da poliomielite.

Perguntas rápidas:

Um livro: A Sangue Frio
Um (a) autor (a): Truman Capote
Um ator ou atriz: Antônio Fagundes
Um filme: Vila Lobos
Um dia especial: Os dias de Natal são sempre especiais.

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

José Carlos Bigogno Castro: Sim, parodiando Euclides da Cunha, “ o funcionário público é, antes de tudo, um forte! ” Com um salário abaixo de um bom padrão de vida, ele se sustenta, sustenta a família e ainda está exposto aos inúmeros microrganismos que se alastram cada vez mais em todos os hospitais do país. Eu espero que este livro repercuta na sociedade como um “alerta” salva-vidas para esta classe sofredora.
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